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Foto em cima: Com mais de 85 mil toneladas anuais, Portugal é o maior produtor de cortiça do mundo, representando metade da produção global.
"A fibra de celulose, que sustenta a nossa atividade, é um verdadeiro supermaterial do futuro. Este recurso renovável tem desempenhado um papel central na transição para uma bioeconomia circular, com aplicações que vão além do papel e das embalagens tradicionais", afirma Gonçalo Almeida Simões, diretor-geral da Biond - Forest Fibers from Portugal, associação que em conjunto com a APCOR - Associação Portuguesa da Cortiça e o Centro Pinus, receberam em 2023 o Prémio Especial do Júri dos Prémios Exportação e Internacionalização, uma iniciativa do Novo Banco e do Negócios, em parceria com a Iberinform Portugal.
Hoje, a celulose está presente em setores de ponta e de elevado valor acrescentado, como têxteis, a cosmética, nutracêutica, farmacêutica, biocombustíveis e até biocompósitos para as indústrias automóvel e aeronáutica. A Biondi organização e as empresas associadas gerem atualmente mais de 194 mil hectares de floresta, abrangendo várias espécies, o que representa mais de 5% da floresta nacional, a maior parte pertencente a pequenos proprietários privados.
"A fileira do pinho deu grandes provas de resiliência nos anos que se seguiram à pandemia, tendo mantido o impacto positivo ao nível do emprego e até batido recordes de exportações", referiu, João Gonçalves, presidente do Centro Pinus, que nos últimos dois anos expandiu a sua equipa.
Para João Gonçalves, as principais oportunidades vêm do mercado e relacionam-se com o facto da floresta e dos produtos de madeira se poderem afirmar como soluções para mitigar as crises climática e de biodiversidade.
"O pagamento pelo serviço de sequestro e armazenamento de carbono e os objetivos políticos de promoção da construção em madeira são apenas dois exemplos.
Para aproveitar estas oportunidades, é necessário intensificar a gestão florestal, que também constitui o principal alicerce na resposta aos incêndios", refere João Gonçalves.
O papel da cortiça
Com mais de 85 mil toneladas anuais, Portugal é o maior produtor de cortiça do mundo, representando metade da produção global. Em paralelo com o domínio na produção, Portugal assume também a liderança mundial nas exportações de cortiça, com uma quota de mais de 65%, com destaque para as rolhas de cortiça, que representam mais de 70% das exportações.
Segue-se um vasto conjunto de diferentes aplicações onde a cortiça atua como elemento diferenciador das várias propostas de valor: materiais de construção (pavimentos, revestimentos e isolamentos), indústria aeroespacial, indústria naval, calçado, indústria automóvel, materiais de design, etc., que representaram um quarto das exportações de cortiça.
A APCOR - Associação Portuguesa da Cortiça existe desde 1956 como a única associação empresarial do setor que desde 1956 prossegue a missão de representar, impulsionar e promover a indústria portuguesa da cortiça no mundo. Tem mais de 200 associados, que representam 80% da produção nacional e 85% das exportações portuguesas de cortiça.