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Em 1998, Miguel Casal e Rui Batel, engenheiros de materiais licenciados pela Universidade de Aveiro, com experiências profissionais diversificadas, fundaram a Grestel. Começaram a operar em instalações provisórias até ao ano 2000, quando arrancou a produção na fábrica localizada na zona industrial de Vagos. Miguel Casal assumiu a responsabilidade pela área comercial e pelo desenvolvimento de produto, enquanto Rui Batel, que já possuía experiência na produção de cerâmica de grés, dedicou-se à parte produtiva. Naquela altura, havia uma forte concorrência, principalmente da China, e a indústria cerâmica nacional encontrava-se em declínio. Para escapar a esta forte concorrência, decidiram apostar numa matéria-prima diferenciada, o grés, privilegiar o designe ser seletivos na escolha dos mercados. A escolha do grés baseou-se na convicção de que "só haveria espaço para um produto diferenciado" e que esta matéria-prima era a "opção ideal". Trata-se de um material "com excelente desempenho, adaptado para as condições de utilização mais exigentes, como em forno, micro-ondas e máquina de lavar loiça. A flexibilidade de produção, aliada a uma tecnologia simples, facilitou a implementação da nossa estratégia", explica Miguel Casal.
Costa Nova e Casafina
Em 2005 a Grestel criou a marca Costa Nova, mas foi um caminho relativamente longo e difícil, e, em 2014, a marca representava apenas 7% do volume de negócios. No final de 2014 o Fundo Explorer III, Explorer Investments adquiriu 70% da Grestel, o que permitiu melhorias operacionais, aumento da capacidade produtiva, aposta nas marcas e na distribuição.
Nos últimos dez anos, a marca Costa Nova "tornou-se mais consistente, ganhando uma grande relevância", disse Miguel Casal. Hoje, esta marca vale 55% do volume de negócios, e "é um fator crucial para a sustentabilidade do nosso negócio". Os restantes 45% do volume de negócios resultam do private label com a produção de peças e coleções para reconhecidas marcas internacionais e da marca Casafina. Vende 93% da produção para mais de 60 países, com uma presença importante em mercados como Portugal, Espanha, França, EUA, que representa cerca de 45% das exportações, e Coreia do Sul.
CEO da Grestel
No seu portefólio de marcas, detém hoje a Casafina, criada em 1981, que foi comprada em 2016 tal como a empresa. Esta pertencia a um cliente que desempenhou um papel relevante na entrada da Grestel no mercado americano. "Esta aquisição permitiu-nos aproveitar a estrutura comercial e logística já existente, além de acelerar a entrada no mercado com a nossa própria marca, uma vez que a Casafina estava presente há mais de 40 anos naquele mercado. Após a estabilização do mercado com a nossa marca Costa Nova, também distribuída pela mesma estrutura, estamos agora em fase de consolidação. A empresa passou a denominar-se Costa Nova USA".
Saída do fundo
A empresa desenvolve coleções para os seus clientes de private label e das suas marcas Costa Nova e Casafina, caracterizadas por novos conceitos e inovadoras técnicas cerâmicas. O que só é possível porque "temos uma vasta equipa de desenvolvimento que vai além do design das peças. O nosso know-how em engenharia permite-nos desenvolver os nossos próprios materiais, como vidrados, pastas e cores, assim como criar internamente as ferramentas necessárias para a industrialização dos produtos", disse Miguel Casal. Em outubro de 2023 lançou a primeira coleção em porcelana da Costa Nova, chama-se "Resonance" sendo assinada pelo designer alemão Carsten Gollnick. Em julho de 2021 o Explorer III alienou a sua a participação de 70% na Grestel, posição adquirida pelo acionista minoritário e presidente executivo da empresa, Miguel Casal e pelo COO, Jorge Ferreira. O grupo Costa Nova Indústria tem um volume de negócios consolidado de cerca de 45 milhões de euros, e detém participações maioritárias nas seguintes empresas do grupo: Grestel e Ecogres (produção), Costa Nova USA (logística e comercial) e Imogres (imobiliário).
Indicadores Costa Nova Consolidado
Volume de Negócios
2022 - 39,7 milhões de euros
2023 - 42,5 milhões de euros
N.º de trabalhadores
2022 - 895
2023 - 950
Resultados líquidos
2022 - 6,7 milhões de euros
2023 - 3,3 milhões de euros
Nota 2023 foi ano de arranque da nova unidade Ecogres - Cerâmica Ecológica.