Outros sites Medialivre
Notícia

Floricolor: a oportunidade estava na fotografia digital

É um dos mais importantes produtores de álbuns fotográficos profissionais do mundo e exporta 90% dos seus produtos e serviços a partir das instalações fabris em Matosinhos. Foi o digital que fez a empresa crescer e internacionalizar-se.

09 de Outubro de 2023 às 14:00
  • Partilhar artigo
  • ...
Indicadores
Volume de Negócios
2022 8,1 milhões de euros
2023 (previsão) 7,9 milhões de euros

Resultados líquidos
2022 1,3 milhões de euros
2023 (previsão) 1,25 milhões de euros

N.º de trabalhadores 90


A empresa foi fundada em 1979 como Floriano da Costa & Gavina. Era uma loja de comercialização de produtos fotográficos de venda ao público e um laboratório industrial de fotografia, que prestava serviços para fotógrafos profissionais, em Matosinhos. "O sócio e fundador da empresa, o meu pai, Floriano Costa, foi desde muito cedo um visionário, sendo ainda hoje o meu principal consultor", refere Tiago Yu, atual CEO. Recorda que o início "sem capital" foi "o maior desafio de todos", e é, por isso, um dos momentos marcantes na história da empresa.

Segundo Tiago Yu, outro marco importante foi a emergência do digital no mundo da fotografia, que fez com que a empresa crescesse e se transformasse. Não foi um caminho em linha reta. Obrigou a uma reinvenção, porque o negócio da empresa baseava-se na impressão em papel fotográfico, cuja procura começou a diminuir, e surgiram concorrentes mais fortes e com preços mais competitivos. "O meu pai foi a primeira pessoa em Portugal a falar sobre fotografia digital para o mundo dos fotógrafos, e, mais tarde, a Floricolor, uma marca registada da propriedade de Floriano da Costa e Gavina, tornou-se na primeira empresa em Portugal a produzir álbuns digitais de casamento. O meu pai viu no digital uma oportunidade."

A oportunidade do digital

A entrada no digital começou pela oferta do retoque de fotografias antigas, que, com o tempo, entram em deterioração. "Na altura, começou a prestar este serviço para muitas lojas de fotografia em Portugal. Rapidamente percebeu que, mais tarde ou mais cedo, os seus clientes iriam aprender a retocar e decidiu dar-lhes formação", assinala Tiago Yu.

Como hoje exportamos quase toda a nossa produção, o início da internacionalização foi mais um grande marco que definiu toda a nossa estratégia de crescimento. Tiago Yu
CEO da Floricolor 
O negócio prosperou porque, ao mesmo tempo que fazia a formação dos fotógrafos, Floriano Costa investiu na aquisição de uma impressora digital, que prestava serviços aos formandos para imprimirem os seus trabalhos. "Até que chegou a um ponto em que não era humanamente possível dar mais formação presencial. Nessa altura, aventurou-se a lançar em Portugal o primeiro CD sobre Photoshop. À data, os DVD ainda eram caros e os leitores de DVD uma raridade", afirma Tiago Yu.

O momento eureca

O novo caminho da Floricolor surgiu em 2002 quando um ex-aluno veio levantar umas impressões e comentou com Floriano Costa que tinha recebido um álbum inovador proveniente de Itália. Ficou curioso e pediu para ver. Era um álbum digital de casamento. A bola de neve da oportunidade foi crescendo. "Passadas duas semanas fui com o meu pai a uma feira de fotografia em Madrid para perceber se ‘isto do álbum digital’ seria uma tendência ou não. No regresso de Madrid decidimos fazer ‘all-in’ e investir na encadernação dos álbuns digitais", refere Tiago Yu. Começaram este negócio apesar de a impressora que tinham não conseguir imprimir o tamanho necessário para se fazer um álbum digital. Mas com arte e engenho iniciaram-se no novo nicho e negócio.

A descoberta da exportação

Passado algum tempo, um novo passo se avizinha nas asas do acaso. Um amigo de Floriano da Costa diz-lhe durante uma conversa que iria participar com um stand numa feira de fotografia na Galiza, mas como um fornecedor se atrasou no envio de alguns materiais, percebeu que comprara espaço a mais. De imediato, Floriano da Costa disponibilizou-se para lhe adquirir esse espaço. Foi a primeira participação da Floricolor numa feira internacional. "Tivemos a sorte de ser visitados nessa feira por um dos melhores fotógrafos espanhóis de casamento e eis que se fez o clique: "Se calhar é possível vender álbuns digitais fora de Portugal...", conclui Tiago Yu.

O atual gestor da Floricolor sublinha ainda que, "como hoje exportamos quase toda a nossa produção, o início da internacionalização foi mais um grande marco que definiu toda a nossa estratégia de crescimento". Exporta para cerca de 50 países e o seu principal mercado são os Estados Unidos. Esta dimensão global faz da Floricolor um dos maiores "players" europeus e mundiais a atuar no mercado profissional. Conta neste momento com 10 mil metros quadrados de instalações fabris de última geração em Matosinhos e tem cerca de 90 colaboradores. A Floriano da Costa & Gavina, detentora da marca Floricolor, foi a vencedora na categoria PME Serviços na 12.ª edição dos Prémios Exportação & Internacionalização, referente a 2022, uma iniciativa do Jornal de Negócios e do Novo Banco, em parceria com a Iberinform Portugal.
Mais notícias