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Tech4home: exportações não foram afetadas pela pandemia

O volume de negócios está de acordo com o orçamentado, apresentando um crescimento de 10% face ao ano de 2019. Para o ano de 2021 preveem um crescimento semelhante a 2020.

29 de Outubro de 2020 às 15:00
Miguel Oliveira diz que a Europa continua a ser o primeiro mercado-alvo da Tech4home. Ricardo Jr
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Com a crise pandémica da covid-19 a empresa passou a funcionar em teletrabalho, as viagens de negócios deixaram de existir e foram substituídas por videoconferências e os grandes eventos internacionais foram cancelados, adiados e alguns substituídos por eventos virtuais, mas as exportações não foram afetadas", afirma Miguel Oliveira, managing partner da Tech4home.

Em termos de produção, a pandemia teve um ligeiro impacto negativo na produção na China, limitado a um período de tempo de quatro semanas, que decorreu durante os meses de fevereiro e março deste ano, mas manteve-se sem alterações no Vietname e no Brasil.

A Tech4home sempre se distinguiu pela inovação tecnológica e de design. A empresa possui uma equipa de inovação que está em constante pesquisa e desenvolvimento de soluções inovadoras, que melhorem e potenciem a experiência do utilizador na visualização dos vastos conteúdos oferecidos hoje em dia pelos operadores de televisão.

Mesmo num ano atípico, a empresa manteve a sua rota de inovação, de design e sustentabilidade. Lançou o Smart Voice Remote for Android TV em que tirando partido da inteligência artificial se apresenta como uma solução de controlo de voz eficaz e intuitiva com consumos de energia muito baixos.

Uma das linhas estratégicas para 2021 passa pela intensificação da I&D integrada na iniciativa ambiental lançada este ano, na "t4h Green 22 Initiative", que tem várias soluções amigas do ambiente incluídas.

Estratégia sem alterações

Como refere Miguel Oliveira, "apesar da pandemia, mantivemos a estratégia que estava previamente definida, não sentimos necessidade de a alterar. O volume de negócios está de acordo com o orçamentado, apresentando um crescimento de 10% face ao ano de 2019. Para o ano de 2021 prevemos um crescimento semelhante ao ano corrente". O volume de negócios do grupo em 2019 foi de 36 milhões de euros com 90% de exportações.

Apesar da pandemia, mantivemos a estratégia que estava previamente definida. Miguel Oliveira
Managing partner da Tech4home 
Os principais mercados em que opera são a Europa, Médio Oriente, Estados Unidos e América Latina e os clientes são os operadores de televisão tanto por satélite, cabo ou IPTV. Atualmente, exporta para mais de 40 países e pretende continuar a crescer nos quatro principais mercados.

A Europa continua a ser o primeiro mercado-alvo, onde ainda há potencial de crescimento, não só pela entrada em mais países e clientes, mas também nos clientes existentes pela mudança do tipo de tecnologia nos telecomandos - de soluções de infravermelhos para radiofrequência. Os EUA, Médio Oriente e a América Latina são também mercados nos quais a empresa pretende continuar a crescer num futuro próximo.

Os desafios a manter para o futuro são os mesmos que marcam a primeira década da história da empresa que é a capacidade de inovação e estar constantemente à frente da concorrência. "De preferência ter a clarividência de desenvolver algo verdadeiramente disruptivo que faça mudar o paradigma da forma como atualmente interagimos com os diversos conteúdos de televisão em nossas casas", concluiu Miguel Oliveira.


O poder do telecomando

A Tech4home quer assumir um papel cada vez mais preponderante no "smart home", que é um mercado em grande crescimento em todo o mundo.

"Os telecomandos tendem a desempenhar um papel cada vez mais relevante nas nossas casas, saindo do seu ambiente natural de controlo de conteúdos de áudio e vídeo, passando a ser parte integrante e, em alguns casos, poder desempenhar o papel principal nos sistemas de smart home", referiu Miguel Oliveira, managing partner da Tech4home.

A Tech4home é uma empresa eletrónica que cria, desenvolve e comercializa telecomandos e soluções de tecnologia avançada para as empresas de televisão paga, a nível mundial. Iniciou a sua atividade em dezembro de 2009 quando, pouco antes, os seus promotores e atuais acionistas Miguel Oliveira, Graça Cândido, Márcio Barata viram os seus postos de trabalho migrarem de Ovar para a China para onde a Philips deslocalizou as operações. Com as antecipações das prestações do fundo de desemprego financiaram a Tech4home.

Mas, apesar de uma longa experiência na área de telecomandos, nos primeiros tempos havia despesas mas não havia receitas, porque estavam a tentar vender tecnologia mas sem um produto físico num mercado que é dominado com grandes multinacionais de mundiais de telecomandos para televisão.

Os clientes-alvo eram empresas de grande dimensão e os principais concorrentes eram empresas estabelecidas, multinacionais de grande dimensão, com capacidade para operar no mercado global. "A grande dimensão de quase todos os ‘players’ neste setor revelou-se uma das grandes barreiras à entrada neste mercado. É uma indústria de grandes empresas e de capital intensivo para o investimento em novos produtos e tecnologias e até por causa das garantias bancárias exigidas por alguns concursos comerciais", afirmou Miguel Oliveira.

Nessa fase inicial, para conseguir entrar no mercado, a Tech4home adotou uma estratégia de diferenciação e focalização num segmento muito pequeno do mercado. Decidiu apostar num nicho de mercado pouco explorado pelos seus concorrentes e decidiu criar e desenvolver telecomandos específicos para crianças e seniores, com particularidades tecnológicas e de design inovador. Esta estratégia revelou-se frutífera uma vez que os operadoras reconheceram rapidamente a importância em conseguir fornecer telecomandos dedicados a estes dois públicos-alvo.

O maior sucesso ocorreu com os telecomandos de crianças, pois estes permitiam o acesso direto aos seus canais infantis favoritos e possibilitavam uma implementação fácil e eficiente de controlo parental, restringindo o acesso a apenas conteúdos infantis. A Tech4home é ainda hoje a empresa n.º 1 em vendas de telecomandos infantis para os operadores de televisão.

Hoje o principal mercado são os EUA e a senha de entrada foi o "argumento tecnológico", diz Miguel Oliveira. "Éramos a empresa com o maior grau de maturidade no desenvolvimento da conjugação das tecnologias bluetooth e controlo por voz." A inovação tecnológica e o design são dois fatores-chave de sucesso, mas a sua demonstração no mercado não foi fácil.
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