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A Vista Alegre Atlantis faturou cerca 110,4 milhões de euros em 2020, menos 8% do que no ano anterior, em que o volume de negócios foi de 120,1 milhões de euros. Mesmo assim, em 2020 o mercado externo representou 78,7% do volume de negócios da Vista Alegre, com 86,9 milhões de euros de vendas, mais 6,2 pontos percentuais face a 2019.
No ano passado, a Vista Alegre foi uma das doze vencedoras do Prémio Exportação e Internacionalização, uma iniciativa do Jornal de Negócios e do Novo Banco em parceria com a Iberinform Portugal, tendo recebido o prémio especial do júri.
Para a empresa portuguesa, 2021 está a ser ainda marcado, em grande parte, pela pandemia que afetou e afeta o país e o mundo, que levou ao encerramento das lojas durante a primeira metade do ano. "Registámos com natural evidência uma diminuição do ritmo das exportações e consequente quebra das vendas, nos diversos países onde estamos presentes diretamente com lojas ou representados por centenas de agentes", afirma Nuno Barra, administrador da empresa.
Retoma dos negócios
Com a vacinação deu-se início a um desconfinamento menos cíclico e a um certo retorno a uma "vida mais normal", sobretudo a partir de julho. "Já se nota alguma retoma que está espelhada no volume de negócios", explica. "A produção está de novo em pleno e as vendas a crescer a um bom ritmo. Há mercados que inclusivamente já estão muito acima do registado em 2019 no período homólogo", adianta também Nuno Barra.
Os canais de venda ao público registaram durante os meses de julho e agosto o seu melhor desempenho no decorrer do presente ano, alcançando valores de vendas de 4,7 milhões. Mas na distribuição o destaque vai para o bom desempenho das vendas online com crescimento de 114% nos primeiros seis meses do ano, comparativamente a 2020, e de mais de 300% quando comparado com 2019.
Para Nuno Barra, ainda vai demorar algum tempo até que se atinjam os valores pré -covid 19. Por isso, a estratégia passou por continuar a lançar, em 2021, novas coleções "que permitam manter ativo o mercado de novidades, num setor em que o consumidor está sempre atento e à espera de novos produtos, utilitários e decorativos".
Em termos de segmentos de produtos, a porcelana e complementares foi a mais afetada pela pandemia, com as vendas a caírem de 2019 para 2020 de 48,9 milhões de euros para 29,8 milhões. A faiança manteve-se nos 8,8 milhões de euros, o grés forno passou de 22,5 para 35,5 milhões de euros, o grés mesa de 26,2 para 25,3 milhões de euros e o segmento de cristal e vidro teve uma queda de 13,5 para 11,6 milhões de euros.
Ligação a Portugal
Em relação aos mercados, Nuno Barra refere "que Portugal e os portugueses continuam a ser grandes consumidores da marca Vista Alegre, dada toda a ligação histórica e sentimental mantida desde 1824, data da sua fundação". As vendas no mercado internacional têm como principais destinos a Espanha, França, Brasil, e Estados Unidos.
Nuno Barra destaca que no mercado corporate, em que o cliente tipo é a hotelaria e a restauração - e que foi um dos setores mais atingidos pela pandemia e confinamentos longos - teve grandes quebras de volumes de negócio, "conseguimos atingir resultados muito animadores".
"Apesar do momento complexo que vivemos, a nossa determinação e vontade de afirmação internacional não esmoreceram e, assim, reforçamos a nossa presença em Espanha, com a inauguração de duas novas lojas na cidade de Madrid e Barcelona, situadas em espaços de prestígio a par das melhores marcas internacionais. Refiro-me ao La Roca Village em Barcelona e ao Las Rosas em Madrid", revelou o responsável da Vista Alegre.
"Estamos a preparar o próximo ano com grande vontade em manter a marca Vista Alegre na primeira linha. Teremos mais produção, novas e surpreendentes coleções e por conseguinte, esperamos continuar a retoma de vendas que contribuirão para a boa saúde financeira da nossa empresa, prestes a comemorar dois séculos de vida", concluiu Nuno Barra.