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Vila Galé, uma rede de hotéis no ano do confinamento

Com menos clientes na hotelaria, o grupo testou novos serviços, como o take away, construiu uma loja online para vender os seus produtos e considera que o caminho para a retoma passa por manter as empresas e os seus colaboradores no ativo.

03 de Novembro de 2020 às 12:00
Para Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do Grupo Vila Galé, o caminho passará por manter as empresas e os colaboradores no ativo. DR
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Durante o confinamento o Grupo Galé não ficou parado. Segundo Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do grupo, desenvolveram novos negócios e que são para manter, como o serviço de take away. Fizeram uma loja online que, numa primeira fase, tinha apenas produtos alimentares como os vinhos, azeites e compotas Santa Vitória, mas que depois cresceu e agora disponibiliza também artigos para a casa, eletrodomésticos e decoração que existe nos hotéis Vila Galé.

Em junho iniciaram a abertura dos hotéis criando todas as condições de higiene e segurança reforçando medidas de limpeza e desinfeção, com a inclusão de equipamentos de proteção individual das equipas e salvaguarda dos devidos distanciamentos. Aderiram ao selo Clean & Safe conceberam o My Vila Galé, para facilitar o contacto dos clientes, através dos seus dispositivos móveis, com os hotéis, facilitando o check-in e check-out online, a consulta das cartas de bares e restaurantes ou a visualização de menus dos spas.

Em junho, a ocupação foi relativamente baixa, excetuando os fins de semana e o período dos feriados. Em julho, recuperou-se e, em agosto, a taxa de ocupação média foi na casa dos 50%, "embora com nuances muito marcadas a nível regional", sublinha Gonçalo Rebelo de Almeida. Os hotéis de cidade como os de Lisboa e Porto tiveram taxas de ocupação muito baixas, entre os 15% e os 20% devido à inexistência de eventos e à pouca procura do mercado internacional.

Já no Algarve e no interior, houve uma boa resposta do mercado nacional e as taxas de ocupação chegaram a atingir os 90%. Essa foi a realidade verificada em hotéis como o Vila Galé Albacora (Tavira), Vila Galé Lagos, Vila Galé Clube de Campo ou Vila Galé Douro Vineyards e nos novos Vila Galé Serra da Estrela e Vila Galé Collection Alter Real, que tiveram muita procura.

O inverno sem turismo

"Com a instabilidade e posterior fecho dos corredores aéreos com o Reino Unido, setembro começou com forte volume de reservas, que acabou por arrefecer devido à impossibilidade de viajar por parte do mercado inglês", afirma Gonçalo Rebelo de Almeida. Para a época de inverno vai fechar 17 hotéis.

Na visão da Vila Galé, como explica Gonçalo Rebelo de Almeida, o caminho da retoma passará por manter as empresas e os seus colaboradores no ativo, trabalhando em novos modelos de negócio, desenvolvendo novas ideias, melhorando processos, adquirindo novos conhecimentos através da formação, de modo que quando a pandemia passar seja possível ter melhores empresas e colaboradores mais qualificados.

É essencial mostrar dinamismo, inovação e resiliência. Não podemos ficar de braços cruzados.  Gonçalo Rebelo de Almeida
Administrador do Grupo Vila Galé
"É essencial mostrar dinamismo, inovação e resiliência. Temos 27 hotéis em Portugal e, enquanto empresa portuguesa, temos também alguma responsabilidade de dar sinais ao mercado de como é que podemos reagir e como é que podemos contribuir para ultrapassar esta situação. Não podemos ficar de braços cruzados", conclui Gonçalo Rebelo de Almeida.

O Grupo Vila Galé recebeu em 2019 o Prémio de Internacionalização de Grandes Empresas no âmbito dos Prémios Exportação & Internacionalização, uma iniciativa do Novo Banco e o Jornal de Negócios, numa parceria com a Iberinform Portugal destinada a premiar e promover o sucesso das empresas nacionais na exportação e internacionalização da sua atividade, e que em 2020 organiza a 10.ª edição dos Prémios Exportação & Internacionalização.


Receitas próximas do zero, mas mantém investimento

Entre março e junho, as receitas foram residuais mas a empresa abriu os novos hotéis como tinha previsto e prossegue os novos investimentos para os próximos anos.

Em março de 2020 o Grupo Vila Gale manteve apenas cinco hotéis funcionar, sobretudo para apoio aos profissionais de saúde, e encerrou os restantes no Brasil. "Nos meses de confinamento, as receitas foram próximas de zero", disse Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador da Vila Galé. Mas o Grupo Vila Galé não adiou os seus investimentos e manteve o ritmo de abertura de novos hotéis.

Abriram o Vila Galé Serra da Estrela e o Vila Galé Collection Alter Real, em Portugal, o Vila Galé Paulista no Brasil, e foi feita a expansão do Vila Galé Douro Vineyards, que passou de sete para 49 quartos e conta agora mais uma piscina de adultos e outra de crianças e um novo restaurante.

Como refere Gonçalo Rebelo de Almeida, cumpriram o que estava previsto, incluindo na área da agricultura, com a construção de uma central de processamento de frutas na herdade perto de Beja, onde já têm o Vila Galé Clube de Campo, a adega e o lagar da Santa Vitória.

Obras nos hotéis

Os meses de paragem foram aproveitados para fazer obras de remodelações ou melhoramentos em vários hotéis como o Vila Galé Marina, no Vila Galé Estoril ou no Vila Galé Ópera, em Lisboa. E mantêm-se os projetos anunciados para os próximos anos, como o hotel em São Miguel, nos Açores, um novo resort em Alagoas e o hotel no Palácio do Rio Branco, em Salvador, ambos no Brasil.

O grupo Vila Galé faturou 197 milhões de euros em 2019, mais 7%, o que se ficou a dever às receitas adicionais arrecadadas pelos novos hotéis abertos. Em Portugal registou 1,9 milhões de dormidas e faturou 115 milhões de euros. Já no Brasil registaram-se 1,5 milhões de dormidas e cerca de 82 milhões de euros em receita.

O Grupo Vila Galé, criado em 1986, tem como acionistas Jorge Rebelo de Almeida com 60,98%, José Silvestre Lavrador 14,51% e Maria Helena Jorge 14,51% e é atualmente responsável pela gestão de 37 unidades hoteleiras das quais 27 em Portugal e dez no Brasil, com um total de 8.002 quartos e 18.260 camas, e conta com cerca de 3.200 funcionários.

Candidaturas estão abertas  Estão abertas as candidaturas à 10.ª edição do Prémio Exportação e Internacionalização, que é uma iniciativa do Jornal de Negócios e do Novo Banco em parceria com a Iberinform Portugal, com o objetivo de promover o sucesso das empresas nacionais nas exportações e nos negócios internacionais, sobretudo num ambiente recessivo provocado pela pandemia e a quebra da economia. A retoma progressiva da economia nacional e a melhoria da sua competitividade neste quadro de pandemia dependem em muito do incremento da capacidade exportadora e da aposta na internacionalização das empresas portuguesas. Os Prémios Exportação distinguem as empresas com melhor performance exportadora, enquanto nos Prémios Internacionalização se premeiam os casos de sucesso na internacionalização, e serão entregues numa cerimónia a realizar a 3 de dezembro de 2020.

https://cofinaeventos.com/premioexportacaoeinternacionalizacao/
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