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Grupo Simoldes: Uma história feita de mudanças

Investimento e inovação são dois vetores que têm guiado o grupo Simoldes, que nasceu em 1959 pela mão de António da Silva Rodrigues e que hoje é detido pelo filho, Rui Paulo Rodrigues.

18 de Outubro de 2021 às 16:30
As principais marcas automóveis são clientes da Simoldes.
As principais marcas automóveis são clientes da Simoldes DR
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Em agosto de 2021, a private equity C2 Capital Partners (ex-Capital Criativo), que é liderada por Nuno Gaioso Ribeiro, investiu cerca de 15 milhões de euros no grupo Simoldes, para apoiar a gigante dos moldes sediada em Oliveira de Azeméis na sua estratégia de crescimento do negócio por via do reforço da aposta na inovação (I&D). A entrada da capital de risco foi realizada através do seu C2 R&D Growth IV. Trata-se de um dos fundos SIFIDE (Sistema de Incentivos Fiscais à Investigação e ao Desenvolvimento Empresarial) e que visa apoiar empresas de média capitalização apostadas em aumentar os seus investimentos em I&D.

Pouco antes, o relatório "Empresas com mais despesa em atividades de I&D em 2020 - Portugal", da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) referia que o grupo Simoldes está nas 100 empresas que mais investem em I&D em Portugal. Por outro lado, segundo o relatório do Centre for European Policy Studies (CEPS), feito a pedido da comissão de controlo orçamental do Parlamento Europeu, as empresas do grupo Simoldes receberam, entre 2014 e 2020, cerca de 51,4 milhões de euros dos fundos comunitários.

História com mais 60 anos

Mas esta história começou em 30 de janeiro de 1959 quando foi feita a escritura da Simoldes Aços tendo como sócios António da Silva Rodrigues, um seu tio e o apoio financeiro do avô, que "nunca teve muito dinheiro, mas era um homem do campo e tinha terrenos e crédito, e nessa altura ter 50 ou 100 contos era muito dinheiro", explicou António da Silva Rodrigues numa entrevista para a história dos moldes em Portugal.

António da Silva Rodrigues tinha feito a quarta classe aos 10 anos e, até criar a empresa trabalhou no campo como os pais e os três irmãos. Tinha a perspetiva de ser serralheiro de automóveis, mas em 1955 soube que ia abrir uma nova fábrica, a Moldoplástico. No início, a Simoldes fazia moldes para empresas de brinquedos e a A F. Ramada era o fornecedor exclusivo do aço.

O primeiro molde a ser exportado foi para uma empresa espanhola da indústria automóvel, a Planosa, que era uma empresa de Vigo que trabalhava muito para a Citroën. Seguindo-se mais tarde no fim dos anos 1960, na sequência de uma missão do Fundo Fomento de Exportação, uma empresa sueca, a Bofors Plast, hoje Lear, de que ainda são fornecedores e, como recordou António da Silva Rodrigues, começou com uma peça de acessório para a indústria automóvel, era um molde de seis toneladas para a parte de baixo do painel de instrumentos". A que se seguiu a Allibert, hoje Faurecia, que chegou a representar 20% das exportações.

António encontra Renault

É em 1980 que António da Silva Rodrigues separa os negócios com o tio. Tinham criado a Ancal para responder a uma grande encomenda mensal de peças plásticas de aspiradores da Hoover que se tinha instalado em Portugal. Na partilha, o tio fica com a Ancal e António da Silva Rodrigues com a Simoldes Aços e, pouco depois, criou a Simoldes Plásticos que nasceu a partir da divisão de plásticos. Não tardou muito que esta se tornasse fornecedora da Renault que acabara de instalar a sua fábrica de automóveis em Setúbal.

Os principais clientes da Simoldes Plásticos incluem as principais OEM (Original Equipment Manufacturer) da indústria automóvel, nomeadamente, o Grupo Volkswagen, com as marcas Volkswagen, Seat, Audi, Porsche e Skoda, Grupo PSA (Peugeot, Citroën), Ford, Renault, etc., sendo a Simoldes Plásticos fornecedor de primeira linha de muitos destes clientes.

Hoje o grupo Simoldes, que é liderado pelo filho de António da Silva Rodrigues, Rui Paulo Rodrigues, considera-se um fornecedor global de moldes, peças plásticas e serviços de engenharia e design industrial, com duas divisões, a de ferramentas que produz moldes de todos os tamanhos e especificações, enquanto a de plásticos se dedica à injeção plástica de peças.
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