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Os anos de 2021 e de 2022 foram e são exercícios económicos de elevada dificuldade e extremamente desafiantes. A combinação de uma crise pandémica sem precedentes e de uma guerra às portas da Europa tem provocado uma escalada inflacionista dos custos operacionais, dificuldades no acesso a matérias-primas e disrupção das cadeias logísticas. Mesmo assim “foi um ano em que registámos crescimentos substanciais em todos os ‘key drivers’ de negócio, permitindo uma consolidação robusta em termos de resultados, assente em três eixos estratégicos: diversificação, crescimento inorgânico e uma política muito ativa de procurement”, refere Isidro Lopes, presidente da Neuce, empresa que venceu em 2021 a categoria “Internacionalização” dos Prémios Exportação & Internacionalização, uma iniciativa do Jornal de Negócios e do Novo Banco, em parceria com a Iberinform Portugal.
Ultrapassado o primeiro semestre do ano de 2022, a empresa “mantém as perspetivas de crescimento acumulado, sendo que os últimos dois trimestres do exercício serão de claro arrefecimento económico e consequentemente impactarão num crescimento inferior quando comparados com os números inicialmente previstos”, concluiu Isidro Lopes.
Tintas penalizadas
Atendendo a esta realidade, perspetivar 2023 é “um exercício quase utópico”, em que a previsão de reduções substanciais das taxas de crescimento, impactado pela inflação e pelo aumento significativo das taxas de juro, se vai refletir na confiança e no poder de compra. “De forma muito direta, o mercado das tintas será penalizado”, afirma Isidro Lopes.
Como estratégia para estes tempos conturbados, o grupo Neuce vai procurar “mitigar as suas fragilidades na sua cadeia de valor e implementar estratégias que permitam antecipar e reagir com máxima celeridade a todos os fatores disruptivos de mercado”, refere Isidro Lopes, especificando que as duas últimas aquisições do grupo, a Neuce Powder Coatings e a Argatintas, foram feitas antes do agravamento da crise.
Isidro Lopes sublinha que a solidez financeira do grupo permite que, apesar das incertezas do futuro a curto e médio prazo, se mantenha a “procura contínua e ativa das oportunidades que o mercado tem para oferecer” e salienta que as aquisições são sempre planeadas e realizadas com equipas multidisciplinares que procuram fazer as incorporações com o apoio das equipas de gestão das empresas adquiridas, para garantir uma incorporação e transição sem sobressaltos e com grande foco nas sinergias do projeto. “No processo de crescimento, é importante reter e partilhar know-how, experiências e competências com os recursos humanos que agregam valor aos projetos e que são o grande ativo do Grupo Neuce”, conclui Isidro Lopes.
Presidente da Neuce