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Paul Stricker: Distribuir brindes de Cantanhede ao Brasil

Com uma equipa de 800 pessoas espalhada por vários continentes, este ano a Paul Stricker vai abastecer mais de 120 milhões de produtos promocionais em 80 países, e está a construir uma fábrica de sacos reutilizáveis em Portugal.

18 de Dezembro de 2018 às 14:45
A Paul Stricker distribui produtos promocionais por toda a Europa, Médio Oriente, Cáucaso, Norte de África e Brasil. Nuno Fonseca
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Paul Stricker - Melhor PME exportadora - serviços

Canetas, blocos de notas, mochilas, pastas, t-shirts, bonés, guarda chuvas, toalhas de praia, porta-chaves. "Quase tudo o que se possa imaginar onde seja possível imprimir o logotipo de uma empresa" está no catálogo de dois mil produtos diferentes - e seis mil referências únicas - da Paul Stricker, calcula o CEO, cujos brindes promocionais "vão parar a praticamente todas as grandes empresas portuguesas e europeias" e centenas de milhares de PME" de vários países.

Em resumo, a empresa de Murtede, no concelho de Cantanhede, cria e desenvolve as colecções em conjunto com os fornecedores localizados sobretudo no Oriente - trabalha com mais de 200 fábricas diferentes espalhadas por toda a China e tem também alguns no Vietname, Bangladesh, Índia, Paquistão, República Checa e Itália. E depois importa e mantém em stock grandes quantidades de todos os produtos da colecção, que vai distribuindo por toda a Europa, Médio Oriente, Cáucaso, Norte de África e Brasil.


O negócio criado em 1944 por um empreendedor que saiu da Áustria começou por reparar canetas.


Fundada em 1944 por Paul Stricker, um ano após ter trocado a Áustria por Portugal, começou por reparar canetas e só nos anos 1980 entrou no negócio do brinde promocional corporativo. Internamente, a única actividade industrial é na personalização dos produtos para os clientes, com mais de 150 máquinas divididas por 12 técnicas de impressão. Um serviço que arrancou há cinco anos e é "a área da empresa com maior volume de emprego, pois trata-se de uma actividade de mão-de-obra intensiva".

Paulo Stricker, que iniciou a carreira na consultora McKinsey, em Lisboa, e estava no Brasil com projectos de energia eólica até entrar em 2010, com a irmã, na gestão da empresa familiar, tem um plano de investimento de mais de seis milhões de euros no distrito de Coimbra. Inclui a expansão dos escritórios e armazém, a "maior automatização dos processos logísticos e industriais e ainda uma nova fábrica de sacos reutilizáveis, "seguindo a estratégia de tentar internalizar e trazer para Portugal a produção de algumas linhas de produtos".

Agressividade no exterior

Dentro do grupo tem estruturas semelhantes na República Checa, depois de este ano ter comprado o concorrente Reda (sede em Brno e escritório em Praga); e também no Brasil, por crescimento orgânico desde 2014, estando a sede das operações em São Paulo e o armazém e a indústria de impressão em Cambuí para abastecer aquele mercado. Em termos agregados, o grupo contabiliza 200 mil encomendas e mais de 120 milhões de unidades vendidas em 2018, para uma facturação global próxima dos 80 milhões de euros - dos quais 38 milhões relativos à operação portuguesa.

A evolução nas vendas deve-se a uma estratégia de internacionalização consistente e agressiva, na qual conseguimos ser muito competitivos em quase todos os factores críticos da nossa indústria.

Tentamos internalizar e trazer para Portugal a produção de algumas linhas de produtos. 
Paulo Stricker
CEO da Paul Stricker

Com uma equipa de 800 pessoas, metade delas em Portugal, a Paul Stricker vende em 80 países e tem a República Checa, França e Brasil como melhores mercados externos. Para o CEO, o crescimento do negócio "deve-se sobretudo a uma estratégia de internacionalização consistente e agressiva, na qual [conseguem] ser muito competitivos em quase todos os factores críticos de sucesso" desta indústria. Entre eles, o equilíbrio preço-qualidade na "colecção forte"; serviço de impressão e de transporte competitivos; disponibilidade de stock e uma equipa de vendas "forte e disseminada por toda a Europa".

"Até este ano éramos um 'attacker' e fomos bem-sucedidos nesse papel. Com elevado grau de agressividade e excelência de execução, conseguimos ganhar uma quota importante. A partir deste ano passamos a estar entre os líderes, colocando sobre a empresa um novo desafio de manter a base já conquistada e simultaneamente encontrar novas bolsas de crescimento. Precisamos de inovar e liderar o mercado ao nível de novos produtos, novos serviços e padrões", conclui Paulo Stricker.
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