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Mesa-redonda: Inovação é chave das bicicletas à tecnologia

"Somos uma referência porque colocamos produtos novos no mercado", disse Armando Levi. "Se não inovarmos todos os dias, sucumbimos", justifica Mariana Jordão.

18 de Dezembro de 2018 às 11:30
André Veríssimo moderou o debate com Alberto Costa, Armando Levy, Gonçalo Lobo Xavier, Mariana Jordão e Vítor Fernandes. Nuno Fonseca
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As empresas têm de fazer a expansão de mercados e, neste aspecto, as políticas públicas são mais importantes, do que o investimento, como, por exemplo, "baixar o risco de crédito e permitir que as empresas possam ter apoio a nível de garantias". "É um todo onde o investimento será parte mas há outras coisas que se podem fazer, muitas das vezes, reinventando", referiu Alberto Castro, professor na Católica Porto Business School, na mesa-redonda que reuniu Armando Levy, CEO da Rodi, Gonçalo Lobo Xavier, vice-presidente do Comité Social Europeu, Mariana Jordão, directora de Operações da Feedzai, e Vítor Fernandes, administrador do Novo Banco

Para Gonçalo Lobo Xavier, "não há estabilidade fiscal, de políticas públicas, e as empresas não exportam mais porque têm de estar parte do seu dia-a-dia concentradas em responder às solicitações do Estado, às alterações das tributações autónomas, às alterações que dificultam a contratação".

Acrescentou que "os três principais mercados das empresas portuguesas de bens transaccionáveis são Espanha, França e Alemanha. Quando se diz às empresas que têm de diversificar mercados, aumentar as quotas de mercado, ter melhor rentabilidade financeira, isto implica algum planeamento e alguma ajuda do ponto de vista da política pública".

Líder nas bicicletas

A mesa redonda também foi uma oportunidade para duas empresas internacionais partilharem as suas experiências, até porque, como sublinhou Vítor Fernandes, "as estatísticas mostram que as exportadoras, porque estão mais presentes no mercado internacional, são mais competitivas, com clientes muito diversos e portanto têm de ter resiliência".

A Rodi é uma empresa que tem dois sectores distintos. Numa divisão fabricam aros e rodas de bicicletas, e são o maior fabricante europeu, e na outra divisão fazem lava-loiças em aço inoxidável. "São dois negócios completamente diferentes mas os lava-loiças nasceram porque havia uma prensa, que não dava para fazer já coisas ligadas ao ciclismo", recorda Armando Levi. "Alguém deu a ideia de se fazer lava-loiças". A prensa não funcionou mas o negócio ficou.

Hoje fabricam cerca de 4,5 milhões de rodas de bicicleta e 95% é para exportação, 60% das quais para a Europa do Norte, com destaque para a Alemanha e a Holanda. "Hoje somos líderes e somos uma referência nestes negócios porque todos os anos colocamos produtos novos no mercado". Nos lava-louças é diferente porque é um mercado mais global e exportam para 60 países.

Anti-fraude

A Feedzai dedica-se a identificar e a prevenir situações de fraude em transacções bancárias ou de comércio online. As suas soluções distinguem-se porque são baseadas em Inteligência Artificial e machine learning. "É uma empresa que nasceu para o mercado global o que é diferente das empresas tradicionais em Portugal", explicou Mariana Jordão. A internacionalização começou há cerca de cinco anos nos Estados Unidos e a empresa tem um escritório em Silicon Valey, que é onde está o top management da empresa.

"Seguiu o caminho onde estava o dinheiro, o financiamento, para termos o volume e a rapidez que precisávamos para fazer evoluir o negócio", referiu Mariana Jordão. Têm mais três escritórios nos Estados Unidos com equipas comerciais e alguma engenharia e em Londres têm uma equipa comercial forte. "Os nossos principais clientes são os bancos e por isso estamos na Europa, Estados Unidos e agora na Ásia/Pacífico, onde abrimos este ano um escritório em Hong-Kong".

O pólo tecnológico manteve-se em Portugal, e "dois terços dos nossos recursos estão em Coimbra, onde nascemos, Porto e Lisboa", refere Mariana Jordão. A inovação é chave pois concorre com grandes empresas como a IBM. "A concorrência é feroz, mas se não inovarmos todos os dias, não conseguimos manter-nos a crescer como queremos", justifica Mariana Jordão.
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