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Lançar o isco ao mundo com filamentos portugueses

Diversificar produtos é a estratégia da unidade de Mem Martins para reforçar a sua presença além-fronteiras. Dos fios de pesca aos filamentos industriais, até nas impressoras 3D a Filkemp quer estar presente. A Alemanha e a China são os principais mercados compradores.

04 de Outubro de 2016 às 10:04
Ana Brígida
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Apenas 3% da produção da Filkemp fica em Portugal. "Pela natureza do seu negócio, é essencialmente exportadora", posiciona o presidente Markus Kemper. Antes de mais, as apresentações.

Localizada em Mem Martins, a Filkemp nasce, em 1997, da reorganização de uma empresa alemã presente em Portugal, a Hoechst. A sua especialidade são os filamentos, dos fios de pesca às aplicações técnicas. Há também fios abrasivos, usados para produzir ferramentas que desbastam, lixam ou polem superfícies como cimento ou metal.

Na última edição dos Prémios Exportação e Internacionalização conquistou um troféu: o de Melhor Grande Empresa Exportadora de bens transaccionáveis. "Foi para a nossa empresa um motivo de orgulho e um reconhecimento de prestígio perante os que acompanham a nossa missão", orgulha-se Markus Kemper.

Uma "honra" que pouco vem mudar a dinâmica de negócio da Filkemp. "Muito embora consideremos a importância e o reconhecimento prestigiante do prémio, efectivamente os resultados do negócio da Filkemp justificam-se fundamentalmente pela sua visão e estratégia", corrobora o responsável.

Mais de metade do volume de negócios da Filkemp está concentrada no estrangeiro. A Alemanha ocupa a maior fatia, 27%. Seguem-se China (21%) e Bélgica (12%).

"Para estes países, a Filkemp exporta principalmente monofilamentos de poliéster destinados a grandes produtores de telas para a indústria do papel", explica o responsável. São produtos que exigem um controlo de qualidade muito rigoroso. "Qualquer paragem não programada de uma máquina de papel pode custar centenas de milhares de euros", mostra Markus Kemper.

Os fios para pesca são outra unidade de negócio onde o mercado externo está em destaque. Este tipo de filamentos representa 11% das exportações totais da empresa para Espanha, destinada à pesca industrial, e 5% para os EUA, aqui com a pesca desportiva na mira. A Filkemp tem duas marcas próprias registadas - a Hi-Seas e a Triple Fish - com as quais já ganhou diversos campeonatos mundiais de pesca.

"Tentámos diversificar os nossos negócios. Os negócios acabam sempre por ser cíclicos", admite o gestor ao Negócios. Daí que, quando o desempenho de um produto está abaixo do esperado, outro segmento acaba por compensar. É a lógica que impera nesta unidade fabril. A aposta numa "nova linha para impressoras 3D [a três dimensões]", com filamentos específicos, comprova-o. Até porque a inovação também é a chave para resistir no mercado internacional.

"Temos uma presença muito grande em todos os continentes", lembra Markus Kemper. Questionado sobre uma lista de novos destinos para exportar, o responsável explica que a entrada em novos mercados não é prioritária, até porque o mapa já vai estando muito riscado. A verdadeira vontade é a de reforçar ainda mais a presença nos países onde a Filkemp já faz negócio, aproveitando a boleia dos novos produtos.

Nos últimos dois anos, a Filkemp vendeu aproximadamente 18,5 milhões de euros. A expectativa é de que o volume de negócios se mantenha em 2016, "dando continuidade ao seu projecto de consolidação com os grandes clientes já existentes".



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