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Rangel Logistics: Grupo logístico cada vez mais internacional

Com presença direta em nove mercados, a Rangel assume-se como parceiro logístico global “que oferece diversos tipos de serviços no transporte e logística para todo o mundo e de todo o mundo para os países onde estamos presentes”, como refere Nuno Rangel.

Filipe S. Fernandes 23 de Outubro de 2023 às 14:00
Nuno Rangel, CEO da Rangel Logistics. Rui Menderico
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O transporte rodoviário possui um grande impacto nas emissões de CO2, o setor vai ter de resolver esta situação recorrendo a fontes de energia mais sustentáveis que permitam gerir os transportes nacionais e internacionais rodoviários, defende Nuno Rangel, CEO da Rangel Logistics, empresa que venceu o Prémio Especial do Júri na 12.ª edição dos Prémios Exportação & Internacionalização, referente a 2022, uma iniciativa do Jornal de Negócios e do Novo Banco, em parceria com a Iberinform Portugal.

Na opinião do gestor, o caminho futuro passa por mais automação, robotização e tecnologias. Reconhece que a logística vai ser mais digital, e para isso está a contribuir a introdução da inteligência artificial e "machine learning", o que vai implicar mudanças em processos que vão obrigar a alterações em termos de recursos humanos. "Teremos de requalificar e de qualificar os nossos recursos humanos porque, para alguns deles, as tarefas que fazem hoje não vão ser necessárias. Acredito que há aqui um processo grande de mudança no nosso setor", concluiu Nuno Rangel.

O percurso do grupo

Eduardo Rangel foi praticante de despachante, ajudante e em 1980 tornou-se despachante aduaneiro na Alfândega do Porto com a Eduardo Rangel, Lda., hoje Rangel Invest, e, em 1983, surgiu a Eduardo Rangel Despachante Oficial. Parecia ser o negócio para a vida, mas a entrada de Portugal na União Europeia e a antevisão do mercado único obrigaram a mudar de agulha. Com o fim das fronteiras europeias e a circulação livre de produtos desapareciam mais de 2/3 do negócio, o futuro estava no transporte rodoviário, até porque havia um certo esquecimento do investimento ferroviário.

Em 1988, foi criada a Rangel Transitários. Com a entrada na logística, um outro mundo se abriu aos negócios de Eduardo Rangel. Em 1993, foi a vez da Rangel Distribuição e Logística, e, desde então, o crescimento orgânico e por aquisição foi dando uma configuração a um grupo de logística que, em 2022, faturou cerca de 250 milhões de euros, depois de em 2021 ter tido um volume de negócios de 217 milhões de euros. Começou com três pessoas e hoje tem 2.300 trabalhadores.

A evolução ao longo dos anos foi muito positiva, porque fomos respondendo aos desafios dos nossos clientes e fomos criando serviços, sempre tendo o cliente no centro das nossas atenções. Nuno Rangel
CEO da Rangel Logistics 
Pelo caminho também se deu a mudança geracional na liderança executiva do grupo. Nuno Rangel licenciou-se em Gestão de Empresas pela Universidade Católica do Porto e começou a trabalhar na empresa em 2004 e durante 19 anos foi administrador. Em 2012, fez um MBA no IESE em Espanha e no ano seguinte tornou-se CEO do grupo, passando Eduardo Rangel a "chairman", que, como confessou à revista Exame, ao participar ativamente no 25 de Abril - ainda guarda o cravo que lhe puseram na arma -, se deixou encantar pela esquerda e admira Mário Soares e Cavaco Silva, que acabaria por o condecorar.

Logística global

Em 2007, a Rangel abriu uma subsidiária em Angola. Como disse Nuno Rangel ao site Portugal Amanhã, "uma empresa começa, normalmente, a internacionalização em duas vertentes: ou é uma internacionalização geográfica (ou seja, começa pelos países próximos, com uma posição geográfica próxima) ou é culturalmente próxima. Na altura, as exportações portuguesas estavam com muita força para Angola e achámos que o mercado mais interessante era Angola e foi por aí que se começou."

Depois fizeram o caminho da internacionalização, tendo como critérios tanto a proximidade cultural como o potencial de mercado. No primeiro caso, levou a Rangel para Moçambique em 2011, o Brasil em 2013 e Cabo Verde em 2015. No segundo critério, o potencial, surgiu a implantação no México e na África do Sul em 2020, na Zâmbia em 2021 e na Tanzânia em 2022. Com esta presença em novos mercados, a Rangel hoje posiciona-se como parceiro logístico global.

Como disse Nuno Rangel ao Jornal de Negócios, "a evolução ao longo dos anos foi muito positiva, porque fomos respondendo aos desafios dos nossos clientes e fomos criando serviços, sempre tendo o cliente no centro das nossas atenções. Hoje somos reconhecidos como um parceiro logístico global, com capacidade de integração de uma vasta gama de serviços de transporte e logística."
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