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Recentemente, foi anunciado que o grupo ISQ vai participar na construção do primeiro satélite totalmente português. O grupo liderado por Pedro Matias (que comanda os destinos da empresa desde Março deste ano) vai ser o responsável por "toda a área de testes a peças e produto final" do chamado "Projecto Infante". A expectativa é que o satélite seja lançado até final de 2020. Mas esta não é a única experiência do grupo nesta área.
Em Setembro, a empresa nacional revelou que assinou um contrato, no valor de três milhões de euros, que lhe vai permitir prestar serviços de apoio à operação, montagem, integração e teste de foguetões em Kourou, na Guiana Francesa - local a partir do qual a Agência Espacial Europeia efectua vários lançamentos de foguetões.
Pedro Matias, presidente do grupo ISQ, explica ao Negócios que o sector energético "continua a ser uma aposta grande" mas "hoje em dia estamos também a fazer uma aposta muito grande na área da aeronáutica e do aeroespacial". "Diria que a área da aeronáutica e do aeroespacial é hoje em dia uma área absolutamente de futuro, que está a ter uma evolução gigantesca e é uma das áreas prioritárias em que estamos a apostar ", acrescentou o líder deste grupo privado.
O ISQ, que conta com cerca de 1.400 funcionários e desenvolve também serviços de inspecção, ensaio, formação e consultoria técnica, recebeu em Março do ano passado o Prémio Internacionalização
na categoria Revelação. A internacionalização está nos primórdios da companhia. Começou há 40 anos na refinaria de Luanda (Angola).
Actualmente, o ISQ está já em mais de uma dezena de geografias, incluindo Argélia, Brasil, Espanha, Noruega e Turquia. A entrada em novos mercados não é uma questão que se coloca tanto uma vez que, explica o responsável, a companhia "já está em bastantes mercados".
Pedro Matias defende que a atribuição do prémio "mais do que alargar a nossa actividade para outros mercados" permitiu alargar "os produtos e serviços que nós já fazíamos para determinadas" geografias. O responsável adianta também que os produtos e serviços desenvolvidos pelo grupo têm "maior valor acrescentado".
"O que acho que foi o grande efeito deste prémio, mais do que ir para novos mercados - praticamente estamos em todos os mercados onde queríamos estar - foi permitir-nos lançar projectos mais robustos, projectos com maiores competências, projectos de excelência e ganhar concursos internacionais ", remata.
Para uma empresa já com mais de 50 anos, os desafios actuais são sobretudo dois: as qualificações das equipas e a transformação digital. Pedro Matias explica que "na área das competências e das qualificações das pessoas temos de estar permanentemente 'up to date' e a formar e a qualificar técnicos, engenheiros e um conjunto de recursos humanos para que possamos estar nos projectos de excelência e de fronteira onde queremos estar. Há um grande desafio permanente a nível da qualificação e da formação de recursos humanos".
Quanto ao segundo desafio, Pedro Matias refere que o serviço que é prestado pela empresa é "cada vez mais numa base digital, muito robusta e muito forte porque é isso que cada vez mais os clientes exigem. E essa adaptação e capacidade de fornecer esses serviços de base, com um suporte digital, que nós estamos a fazer no ISQ".
O ISQ, que tem mais de 16 laboratórios certificados, espera terminar o ano de 2017 com um volume de negócios na ordem dos 76 milhões de euros.
O que é o ISQ?
O Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ) nasceu em 1965 que presta serviços em várias áreas. Com 16 laboratórios acreditados, mais de 250 serviços especializados e cerca de 1400 funcionários, o grupo está já em mais de dez geografias, como Angola, Moçambique, Turquia, Argélia e Noruega. Ao Negócios, o líder da instituição assinala que a área do aeroespacial e da aeronáutica são um aposta, embora, por exemplo, o sector energético continue a ser uma das áreas de aposta da empresa. "O que eu acho que foi o grande efeito deste prémio, mais do que ir para novos mercados - praticamente estamos em todos os mercados onde queríamos estar - foi permitir-nos lançar projectos mais robustos, projectos com maiores competências, projectos de excelência e ganhar concursos internacionais para esses projectos", frisa ao Pedro Matias. O ISQ espera antecipa que, este ano, terá gerado um volume de negócios na ordem dos 76 milhões de euros.