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FSM: Vestir marcas estrangeiras de Lousada a Marrocos

O grupo detido pela família Machado produz cerca de cinco milhões de peças por ano para grandes marcas internacionais, a partir da base industrial no Norte de Portugal e das duas fábricas em Marrocos.

18 de Dezembro de 2018 às 16:15
A FSM está especializada em vestuário exterior, com maior peso (70%) no segmento feminino. Nuno Fonseca
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FSM - Menção Honrosa Exportação + Emprego

Preço, qualidade e serviço. É este trio de argumentos que leva grandes marcas internacionais de moda, como Massimo Dutti, Zara, Tommy Hildfiger ou Calvin Klein, a contratar a criação de algumas colecções e a produção de camisas, casacos, blusões, saias e vestidos ao grupo português FSM. Com uma produção de cerca de cinco milhões de peças por ano, a empresa nortenha promete oito semanas de "lead time", que incluem desde o desenvolvimento até à entrega directa dos artigos.

"Os clientes querem ter confiança, querem saber que numa determinada data vão ter o produto na loja. Porque o vestuário é como a comida: ou vem no momento certo ou já não se vende - ou vende-se a um preço mais baixo. E o cliente vê que tem uma boa resposta e sempre positiva com aquele fornecedor - com qualidade, entrega a tempo, flexibilidade e capacidade de responder a várias solicitações. Essa é a mais-valia", justifica o director-geral, António Ferreira.

Para muitos clientes, o made in Portugal é relevante e querem essa etiqueta.

Ficamos com a marca Kispo e temos a expectattiva de vir a comercializar produtos com essa marca, provavelmente online. 
antónio ferreira
Director-geral da FSM


Fundada por Fernando Machado, que em 1979 iniciou uma pequena empresa de camisas e trabalhando a feitio e apenas para o mercado nacional, a FSM produz actualmente todo o tipo de vestuário exterior, com predomínio (70%) para o feminino. "É normal porque as senhoras gastam mais roupa do que os homens. É onde há hipótese de haver mais negócio", brinca o gestor.

Actualmente, tudo é fabricado com a marca dos clientes. Pelo menos por enquanto. É que, no âmbito de uma insolvência, há uns anos comprou umas instalações fabris e também ficou com a icónica marca Kispo, tendo a "expectativa de vir a comercializar produtos com essa marca, provavelmente online".

Exportadora com fábricas em Marrocos

O volume de negócios superior a 55 milhões de euros no final deste ano, como estimado pelo gestor, será assegurado na íntegra com a exportação para clientes instalados em sete países. O destaque vai para Espanha, que lidera com grande margem, surgindo também Holanda, França, Alemanha ou Itália. Outros destinos, como a China, estão nessa lista porque algumas marcas pedem que as encomendas sejam enviadas directamente para os armazéns nesses mercados.

70%
Da produção
de vestuário dirige-se as mulheres, pois gastam mais dinheiro em roupa do que os homens.


Além de exportar os artigos fabricados por 500 a 600 trabalhadores em Lousada e Paredes - tem também várias subcontratadas nesta região -, o grupo detém duas unidades em Marrocos - uma quase há 20 anos e a outra há três anos e meio - e ainda um escritório noutra zona do mesmo país africano, onde emprega 1.500 pessoas.

"Para muitos clientes, o 'made in Portugal' é relevante e querem essa etiqueta. Para outros, que pretendem preços mais competitivos, demos esse passo importante. Embora todo o 'know-how' saia daqui da sede, a parte produtiva, da mão-de-obra, está nessas fábricas" no Norte de África, conclui António Ferreira.


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