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Almina quer ir "mais fundo" em Portugal

A Almina é uma empresa portuguesa que distribui concentrados de minério da Bélgica até à China, passando pela Suécia. O futuro, porém, está em novas concessões em território nacional.

23 de Outubro de 2019 às 11:00
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A Almina Minas do Alentejo é uma empresa mineira portuguesa que explora minérios de zinco, chumbo e cobre numa mina em Aljustrel. Os limites da empresa nunca se confundiram com os do Alentejo, já que exporta toda a produção. Contudo, a empresa também quer ir mais longe cá dentro e por isso está à procura de novas reservas.

O foco tem sido em Aljustrel, mas além da exploração desta área, o CEO, Humberto da Costa Leite, diz que o futuro da Almina passa por continuar a encontrar mais reservas de minério em Portugal. "Temos interesse em mais concessões no país", diz. Há potencial tanto dentro da concessão a que a empresa já tem direito como nas áreas adjacentes, mas os novos horizontes estão ainda em fase de negociação. A Almina já submeteu alguns pedidos, que estão sujeitos a aprovação. Ainda há tempo, já que o CEO estima que as reservas atuais sirvam as necessidades da empresa nos próximos 15 anos. O concentrado de maior volume que é exportado pela empresa é o zinco, pouco mais de um ano depois de a Almina ter inaugurado a extração e processamento deste minério.

A totalidade da produção tem como destino o estrangeiro. Os concentrados têm saído do Alentejo sobretudo para a Europa, mas também para a Ásia. Cerca de dois terços da produção ficam no Velho Continente, na Suécia e na Bélgica. O restante é exportado para a China. Neste movimento, a Almina conta com a ajuda de traders internacionais, como o britânico Trafigura.

O setor de atividade em que se insere a Almina caracteriza-se por ter "relações comerciais muito estáveis e envolvendo poucas entidades", explica o CEO, para depois esclarecer que não se esperam alterações a nível comercial no curto-prazo.

Lucros estáveis, investimento concretizado

Este ano, até julho, as vendas foram cerca de 7,5% superiores às do mesmo período em 2018. Apesar disso, o resultado líquido deverá ser equivalente ao ano anterior. Relativamente ao ano de 2020 ainda não existem estimativas da parte da empresa, mas Costa Leite ressalva que estas estão muito dependentes da evolução da cotação do metal nos mercados internacionais.

Até ao final do ano, a Almina espera investir cerca de 43 milhões de euros . Em 2018,  o montante ascendeu a 37 milhões. O grosso destes valores destina-se à modernização e aumento de capacidade da fábrica de concentrado, explica o gestor. Costa Leite explica, contudo, que uma vez que a fase de conclusão do processo de modernização se aproxima, espera-se uma redução relevante do investimento para 2020. 

 

NOVOS MERCADOS EXIGEM "QUALIDADE" E "MELHORIA"

 

A Almina exporta 100% da sua produção. O CEO, Humberto Leite, partilha conselhos e o que permite à empresa singrar.
 

Que conselhos tem a Almina a partilhar com outras empresas que estejam a considerar expandir através de exportações?

Os mercados internacionais pautam-se pela exigência de qualidade e na busca da melhoria contínua. Esses valores devem ser absolutamente internalizados na cultura das empresas antes de se iniciarem os projetos de exportação.


O que distingue os serviços da Almina no mercado?

O produto da Almina é uma ‘commodity’ pelo que se pretende que ele seja o mais próximo possível dos parâmetros "standard" do mercado e que não tenha muitas características distintivas. Esse é o nosso objetivo para a sua boa aceitação e valorização pelo mercado.

 

Qual o segredo da Almina para atingir o sucesso como empresa exportadora?

No caso de uma empresa que trabalhe com concentrados de minério, o segredo passa por atingir e manter altos níveis de competitividade, de volume e ainda custos baixos.


Há novidades planeadas para 2020?

Para 2020 a empresa irá focar-se na optimização do seu processo produtivo procurando tirar partido dos investimentos já realizados.

E que metas tem a empresa mais a longo prazo?

Continuar a encontrar reservas de minério. Continuaremos a fazer prospeção. 

 

OS 1000 AFAZERES E O 1001

O Processo de ‘A’ a ‘z’

A Almina procurar internalizar o maior número de tarefas do processo de valorização do minério. O grupo engloba integra a prospeção e pesquisa, o planeamento e modelação de jazigos, o tratamento e valorização de minérios e análises laboratoriais.

 

Depois o ‘e’ e o ‘l’

Em 2020 a empresa irá focar-se na otimização do seu processo produtivo, procurando tirar partido dos investimentos já realizados. Porém, cobre, zinco e chumbo não são os únicos minérios na mira da empresa: estanho e lítio estão na lista.

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