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"O investimento atual é de cerca de vinte e cinco milhões de euros, faltam mais oito milhões numa infraestrutura de apoio à armazenagem de produtos congelados", assim descreve, em termos financeiros, a Maporal, Nuno Correia, administrador, da empresa que venceu o Prémio Revelação, na categoria Exportação, na 11.ª edição dos Prémios Exportação & Internacionalização, referente a 2021, uma iniciativa do Jornal de Negócios e do Novo Banco, em parceria com a Iberinform Portugal.
Nuno Correia é um dos mentores da recuperação do matadouro, criado por iniciativa de Américo Amorim em 2005, e que está a ser modernizado desde 2018.
A Maporal tem atualmente uma capacidade de abate e processamento de quinze mil suínos por semana, mas que pode atingir os vinte mil porcos por semana. Segundo Nuno Correia, com estes investimentos, a Maporal foi considerada uma das melhores unidades da Europa em abate e processamento de carne de suíno. Mas o gestor sublinha que, com estes investimentos, o objetivo foi garantir a máxima qualidade e segurança alimentar por forma a estar nos mercados mais exigentes.
Foco na Ásia
Nuno Correia afirma que continua com "o foco na Ásia, grande consumidor de carne de porco, e estamos a fornecer a Europa pela forte redução na produção de carne de porco". Adianta que a China foi de facto a alavanca da Maporal: "Trata-se do maior produtor e maior importador do mundo de carne de porco, por muito pouco que comprem é sempre muito e assim vai continuar."
Contudo, a estratégia da Maporal é a de cada mercado não poder representar mais de 20% do volume de negócios, para evitar dependências excessivas. Por isso, estão a explorar e a procurar oportunidades em mercados como o Japão e a Coreia do Sul, que são muito exigentes em segurança alimentar, "e que se enquadram perfeitamente na forma como a Maporal foi pensada", disse Nuno Correia.
A grande vantagem competitiva da Maporal é a de ser uma empresa em que a matéria-prima é fornecida por produtores associados. "Produzimos um milhão e meio de suínos por ano, o que nos permite entrar numa ótica de verticalização do negócio, procurando a competitividade em toda a fileira", afirma Nuno Correia.
Caminho das pedras
A sua principal queixa é a lentidão dos licenciamentos da produção, que não acompanham a velocidade dos negócios, o que limita muito o crescimento. "Importamos sessenta por cento das nossas necessidades, não faz sentido, aumentamos a nossa pegada carbónica e deixamos os empregos lá fora", considera Nuno Correia, que exemplifica com Espanha, que hoje é número um na Europa em produção de carne de porco.
Assinala ainda que muitos dos empresários da nova geração em que se inclui nunca foram "preparados para estes cenários, até aqui fomos habituados a trabalhar com os planos A e B, agora temos de acrescentar o C e o D e ser resilientes", concluiu Nuno Correia.
Nuno Correia é um dos mentores da recuperação do matadouro, criado por iniciativa de Américo Amorim em 2005, e que está a ser modernizado desde 2018.
A Maporal tem atualmente uma capacidade de abate e processamento de quinze mil suínos por semana, mas que pode atingir os vinte mil porcos por semana. Segundo Nuno Correia, com estes investimentos, a Maporal foi considerada uma das melhores unidades da Europa em abate e processamento de carne de suíno. Mas o gestor sublinha que, com estes investimentos, o objetivo foi garantir a máxima qualidade e segurança alimentar por forma a estar nos mercados mais exigentes.
A China é o maior produtor e maior importador do mundo de carne de porco, por muito pouco que comprem é sempre muito e assim vai continuar. Nuno Correia
Administrador da Maporal
"Queremos rivalizar com os grandes ‘players’ e este investimento irá garantir um produto com segurança máxima, uniforme e competitivo", afirmou Nuno Correia. Explicou ainda que só com estes investimentos se pode produzir carne congelada, porque "o negócio do congelado obriga a que se garanta um produto sempre igual, e só com uma unidade como esta se consegue chegar a esse nível". Administrador da Maporal
Foco na Ásia
Nuno Correia afirma que continua com "o foco na Ásia, grande consumidor de carne de porco, e estamos a fornecer a Europa pela forte redução na produção de carne de porco". Adianta que a China foi de facto a alavanca da Maporal: "Trata-se do maior produtor e maior importador do mundo de carne de porco, por muito pouco que comprem é sempre muito e assim vai continuar."
Contudo, a estratégia da Maporal é a de cada mercado não poder representar mais de 20% do volume de negócios, para evitar dependências excessivas. Por isso, estão a explorar e a procurar oportunidades em mercados como o Japão e a Coreia do Sul, que são muito exigentes em segurança alimentar, "e que se enquadram perfeitamente na forma como a Maporal foi pensada", disse Nuno Correia.
A grande vantagem competitiva da Maporal é a de ser uma empresa em que a matéria-prima é fornecida por produtores associados. "Produzimos um milhão e meio de suínos por ano, o que nos permite entrar numa ótica de verticalização do negócio, procurando a competitividade em toda a fileira", afirma Nuno Correia.
Caminho das pedras
A sua principal queixa é a lentidão dos licenciamentos da produção, que não acompanham a velocidade dos negócios, o que limita muito o crescimento. "Importamos sessenta por cento das nossas necessidades, não faz sentido, aumentamos a nossa pegada carbónica e deixamos os empregos lá fora", considera Nuno Correia, que exemplifica com Espanha, que hoje é número um na Europa em produção de carne de porco.
A oferta em termos gerais irá diminuir em muitos setores, com uma oferta em baixa e fatores de produção em alta não vejo como é que em 2023 a inflação chegará a valores aceitáveis. Nuno Correia
Administrador da Maporal
Em relação ao futuro, Nuno Correia defende que há um ambiente hostil em relação aos investimentos e aos empresários: "Tem sido um caminho das pedras, a vida dos empresários deste país tem sido difícil." Aponta que com a covid-19 tudo mudou e com a guerra na Ucrânia os desafios tornaram-se ainda maiores. Por isso, "só os mais fortes vão sobreviver, poucos vão conseguir pagar as contas energéticas, e depois deste reajustamento a oferta em termos gerais irá diminuir em muitos setores, com uma oferta em baixa e fatores de produção em alta não vejo como é que em 2023 a inflação chegará a valores aceitáveis", analisa Nuno Correia.Administrador da Maporal
Assinala ainda que muitos dos empresários da nova geração em que se inclui nunca foram "preparados para estes cenários, até aqui fomos habituados a trabalhar com os planos A e B, agora temos de acrescentar o C e o D e ser resilientes", concluiu Nuno Correia.