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“Os impactos da pandemia de covid-19 na nossa atividade produtiva foram negligenciáveis, uma vez que em nenhum momento fomos obrigados a interromper a produção. Como o mesmo não aconteceu com alguns dos nossos clientes, verificou-se o adiamento de uma série de encomendas que provocou uma ligeira redução das nossas vendas em 2020, mas que foi rapidamente compensado por uma forte recuperação já em 2021”, afirma José Carlos Ribeiro, CEO da J.C. Ribeiro, empresa que produz rolhas de cortiça para os maiores operadores de bebidas destiladas premium do mundo. Acrescenta que o balanço de 2021 “é muito positivo e as perspetivas para 2022 estão na mesma linha”.
Em 2020, a J.C. Ribeiro foi uma das doze vencedoras do Prémio Exportação e Internacionalização, uma iniciativa do Jornal de Negócios e do Novo Banco em parceria com a Iberinform Portugal, tendo sido considerada a melhor PME Exportadora – Bens Transacionáveis. Nesse ano, realizou um volume de negócios de 26,9 milhões de euros contra 32,2 milhões de euros em 2019, o último ano sem efeitos da pandemia de covid-19, Mas José Carlos Ribeiro prevê que em 2021 atinja os 34 milhões de euros, uma performance que mostra um claro regresso ao crescimento. A J.C. Ribeiro exporta 99,5% da sua produção e os principais mercados são os Estados Unidos, onde desde 2017 tem escritório comercial, e o Reino Unido. Atualmente a produção é de 110 milhões de rolhas capsuladas com diversos materiais e conta com 95 colaboradores.
A nova fábrica
Em 2019, vendeu 100 milhões de cápsulas de rolhas de cortiça num único ano, o que na altura foi um recorde. Isto foi um impulso para iniciar no ano seguinte a construção de uma nova fábrica, um investimento de 9 milhões de euros, que vai permitir aumentar a produção de rolhas e atingir um maior número de mercados e com a vantagem de uma diminuição das emissões de carbono e da pegada ecológica. “Conseguimos evitar que o ritmo de construção da nova fábrica fosse afetado pela pandemia, pelo que estarão criadas muito em breve as condições para o início da laboração na nova unidade”, refere José Carlos Ribeiro.
O CEO da J.C. Ribeiro sublinha que “no final do projeto, que será executado em várias fases, prevê-se uma capacidade para produzir a médio prazo 180 milhões de rolhas capsuladas com diversos materiais”.
Uma das linhas de força da J.C. Ribeiro é a sustentabilidade. O produto utilizado nas suas rolhas é a cortiça, que é natural, reciclável e biodegradável, não utiliza vedantes sintéticos, apenas os materiais das cápsulas podem variar entre o plástico, a madeira, a cerâmica, o metal, o cristal, o vidro, etc.
A terceira geração
A cortiça é um material orgânico por excelência e o processo da sua extração é sustentável e ecológico, uma vez que não danifica nem prejudica o desenvolvimento normal da sua espécie. Por sua vez a J. C. Ribeiro apenas adquire cortiça a fornecedores que realizam a sua extração em florestas sustentáveis, de forma a obterem a melhor qualidade nas suas rolhas.
Desde 2020 que um dos desafios da organização da J.C. Ribeiro é a integração da terceira geração na vida e gestão da empresa e que é protagonizada por Francisco Ribeiro Ferreira, que estudou na Porto Católica Business School e João Ribeiro, que fez Engenharia Mecânica na University of Bath. Segundo José Carlos Ribeiro esta integração da terceira geração nos negócios da empresa está a decorrer de uma forma “muito positiva e com passos seguros, mas sem pressão, de modo a garantir a indispensável solidez que permite manter a empresa imune aos riscos inerentes a um processo deste tipo”.
As rolhas de cortiça para bebidas espirituosas premium
Ligado à indústria da cortiça, Luís Manuel Ribeiro, que aos 86 anos se mantém como “chairman”, descobriu em 1987 uma oportunidade de negócio na Escócia, quando os produtores de whiskies sentiram necessidade de voltar a utilizar produtos naturais e abandonar as cápsulas de roscas. Chamou-lhe J.C. Ribeiro numa homenagem ao filho, José Carlos Ribeiro, que estava a terminar o curso em Economia, e que, pouco depois, se juntou à empresa.
A empresa faz rolhas capsuladas com diversos materiais para o mercado que se designa por bartops, destinadas a bebidas destiladas do segmento premium. Tem como clientes a Jack Daniels, Jameson, Glenfiddich, Hendricks, Famous Grouse, Four Roses, entre outros. Muitos dos atuais clientes estão com a empresa desde 1987.
Com um volume de negócios de 32,2 milhões de euros e que aumentou em 33,2% as exportações, que vão para 20 mercados e tem 95 colaboradores. Este ano chegou aos 100 milhões de rolhas vendidas. O produto utilizado nas suas rolhas é a cortiça, apenas os materiais das cápsulas variam entre plástico, madeira, cerâmica, metal, cristal, vidro, etc.
A J. C. Ribeiro está a construir uma segunda unidade industrial para dar resposta ao aumento significativo de produção, e corresponder aos desígnios de sustentabilidade, de diminuição da pegada ecológica.
“Nos próximos anos vamos desenvolver uma estratégia mais agressiva no mercado de forma a aproveitar o incremento da capacidade produtiva. Depoistemos qualquer empresa familiar, temos a preocupação da integração da terceira geração da família. A conjugação destes dois fatores vai permitir diversificar mercados e aproveitar a capacidade produtiva criada”, referiu José Carlos Ribeiro, CEO da J.C. Ribeiro.
CEO da J.C. Ribeiro