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Estes últimos dois anos foram muito desafiantes para as empresas em Portugal por causa da pandemia de covid-19, do confinamento e do congelamento da economia durante algumas semanas. “Depois desta disrupção de mercado, as exportações estão a recuperar e tem sido uma das áreas com maior crescimento”, afirmou António Ramalho, presidente executivo do Novo Banco, durante a apresentação da 11.ª edição dos Prémios Exportação & Internacionalização, uma iniciativa do Jornal de Negócios e do Novo Banco, em parceria com a Iberinform Portugal. Adianta que “este prémio traduz-se na valorização da exportação e da internacionalização das empresas portuguesas”.
“Se este prémio se realiza há onze anos é porque tem tido mérito para justificar que o Novo Banco e o Jornal de Negócios continuem a realizá-lo”, disse Paulo Fernandes, presidente da Cofina Media, detentora do Jornal de Negócios. Entende que é uma iniciativa importante quando Portugal volta a ter um défice na balança comercial, o que torna mais premente o fomento da exportação e da internacionalização. Diante das novas realidades que a pandemia gerou, em que, por exemplo, “o turismo não vai voltar a ser o que foi rapidamente, por isso terá de haver outros setores a ocupar esse espaço e a trazer o equilíbrio para que o país possa ser de novo superavitário”, concluiu Paulo Fernandes.
Crença nas empresas
António Ramalho salientou que o banco acredita muito nas empresas portuguesas, o que é extensivo ao parceiro Jornal de Negócios, que “é o grande jornal português das empresas e que tem este tipo de preocupações de exportação e internacionalização”, e que, em conjunto, asseguram a premiação das empresas que se distinguem.
Diana Ramos, diretora do Jornal de Negócios, comungou desta análise e referiu que “é um jornal para empresas, é por elas que existe, e, numa altura em que a economia passou por um processo bastante desafiante, é ainda mais relevante dar exemplos das melhores práticas que estão a ser feitas pelas empresas, sobretudo exportadoras, distinguidas por estes prémios”.
O sucesso deste prémio está no facto de, nas dez edições anteriores, se terem premiado 176 empresas e instituições e, sobretudo, de se terem premiado médias empresas que depois cresceram e se tornaram grandes empresas. “O que tem um significado especial e é bom de se ver o crescimento das empresas, porque a exportação é um desafio fundamental para as empresas crescerem e também para serem mais exigentes consigo próprias”, considera António Ramalho.
Os últimos dois anos foram também tempos desafiantes para a banca. “Desde a primeira hora que achamos que as empresas são um dos instrumentos fundamentais da resiliência do sistema económico durante este período”, considerou António Ramalho. Salientou a importância de algumas medidas como os lay-offs, as moratórias e as linhas de crédito garantidas, que permitiram que o tecido empresarial português fosse preservado.
Por sua vez, Diana Ramos chamou a atenção de que durante estas onze edições as empresas passaram por duas grandes crises. Na crise de 2011-2014 as empresas já tinham tido de se adaptar a novas circunstâncias, “em que se voltaram mais para a exportação. Esta pandemia trouxe um desafio maior com a paragem total da economia e a necessidade de em algumas áreas haver uma readaptação total de um novo modelo de negócios”.
Sem evolução morre-se
“Costuma dizer-se que empresa que não evolua está morta”, diz de forma lapidar Paulo Fernandes, considerando que as empresas têm de ter capacidade de adaptação e acutilância na abordagem a novas realidades e a mudanças aceleradas provocadas pela pandemia. Estas transformações obrigam a mudar modelos de negócio, de distribuição, de comercialização, porque toda a relação com o consumidor sofreu uma alteração substancial, asseverou Paulo Fernandes.
O que foi reforçado por António Ramalho ao salientar que os novos desafios para os protagonistas das exportações e da internacionalização estão nas alterações e nas transformações dos mercados globais, que trouxeram novas exigências às exportações e às empresas portuguesas. “Os próximos prémios serão para as empresas que melhor se souberem adaptar a este novo mundo, será um prémio para as empresas que se vão ajustar melhor a este novo desafio do século XXI na pós-pandemia”, afirma o presidente executivo do Novo Banco.
O júri é formado por Alberto Castro, professor da Universidade Católica do Porto, Gonçalo Lobo Xavier, membro do Comité Económico e Social Europeu e diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, e Luís Palha da Silva, presidente do Conselho de Administração e CEO da Pharol SGPS.
Prémios Internacionalização
Têm por objetivo premiar os melhores casos de sucesso de internacionalização tanto de PME como de Grandes Empresas, bem como o Prémio Revelação para a empresa que se tenha destacado em 2020 pela abordagem inovadora e empreendedora com que se internacionalizou e pelos resultados que conseguiu com essa estratégia. Além disso, poderá ser atribuído o Prémio Especial do Júri, caso este decida reconhecer uma empresa ou uma instituição pelo seu contributo para o desígnio nacional da internacionalização.
Prémios Exportação
A grelha de prémios exportação tem a análise dos IES entregues pelas empresas referentes a 2020. Assim premeiam-se as empresas que de forma estruturada e sustentada tiveram o maior impacto no índice de exportações de 2020 nos bens transacionáveis com a Melhor PME Exportadora Bens Transacionáveis e Melhor Grande Empresa Exportadora Bens Transacionáveis, nos serviços com Melhor PME Exportadora Serviços e Melhor Grande Empresa Exportadora Serviços.
Serão ainda atribuídos o Prémio Exportação + Emprego, para a empresa em que, em 2020, as exportações e a criação de emprego estiveram mais positivamente correlacionadas, o Prémio Exportadora Revelação, para a empresa que, em 2020, teve o maior impulso no montante global das suas exportações e prémio para a Melhor Exportadora Com Capitais Estrangeiros (Multinacional), para a empresa com melhor desempenho exportador em 2020, que seja participada com capitais estrangeiros.
Existe ainda a possibilidade de o júri atribuir o Prémio Especial do Júri se decidir reconhecer uma empresa ou uma instituição pelo seu contributo para o desígnio nacional das exportações e o Prémio Setor de Atividade do Ano que poderá ser atribuído pelo júri caso decida reconhecer uma empresa, ou uma instituição, de um setor estratégico específico, pelo seu desempenho exportador em 2020.