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Sogrape: marcas embaixadoras de Portugal no mundo

Os vinhos produzidos pela Sogrape em Portugal e Espanha correspondem a mais de 50% das vendas consolidadas, com as marcas Mateus (12%), Casa Ferreirinha (11%), Sandeman (7%), Silk & Spice (3%), Herdade do Peso (2%), e LAN (5%) a liderar as vendas em 2022.

Filipe S. Fernandes 13 de Outubro de 2023 às 14:00
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"A aposta na exportação dos nossos vinhos é muito importante para o negócio da Sogrape, que contribui para a construção de marcas fortes que são embaixadoras de Portugal no mundo. Exportando atualmente mais de 30 marcas para cerca de 120 mercados, cerca de 80% da faturação do Grupo é realizada fora de Portugal", refere João Gomes da Silva, Administrador Executivo da Sogrape, tendo a empresa faturado, em 2022, 347 milhões de euros e tido lucros de 24 milhões de euros.

A exportação está na génese da Sogrape desde 1942 quando Fernando Van Zeller Guedes (1903-1987), que se dedicava aos negócios do vinho, fundou, com um grupo de 15 amigos, a Sociedade Comercial dos Vinhos de Mesa de Portugal-Sogrape, e criou a marca de vinho Mateus Rosé. A sua intuição de marketeer levou-o a recuperar o formato dos cantis utilizados pelos militares na Primeira Guerra para ser a garrafa do novo vinho, com um rótulo inspirado na Casa de Mateus, em Vila Real, e produzido numa pequena adega no Douro. Depois seguiu-se na liderança o filho, Fernando Guedes (1930-2018), que focou a Sogrape no negócio do vinho. Em 2000 foi a vez da terceira geração chegar à liderança, primeiro com Salvador Guedes (1957-2022) e depois por Fernando da Cunha Guedes.

Hoje, oito décadas depois, o portefólio de produtos da Sogrape é diversificado, convivendo vinhos de topo, como é o caso do icónico Barca-Velha ou do Legado, mas também em marcas premium de distribuição mais alargada, como é o caso de Esteva, Planalto e Papa Figos da Casa Ferreirinha, para citar exemplos do Douro, ou "a joia da coroa", Mateus Rosé, que são líderes nas suas categorias. "Temos a enorme vantagem de produzir vinho nas principais regiões vitivinícolas do País e também além-fronteiras, nomeadamente em Espanha, na Argentina, no Chile e na Nova Zelândia, o que nos dá a oportunidade de ter propostas únicas que vão ao encontro das necessidades e gostos dos consumidores nacionais e internacionais", sublinha João Gomes da Silva.

Três marcas globais

Os principais mercados da Sogrape são Reino Unido (36%), Portugal (22%), EUA (11%) e Espanha (5%), que no total representaram mais de 70% das vendas consolidadas em 2022, incluindo as vendas de marcas representadas.

Os vinhos de Portugal e Espanha correspondem a mais de 50% das vendas consolidadas, ou seja, vinhos portugueses tranquilos (37%), vinhos do Porto (14%) e vinhos da origem Espanha (7%), com as marcas Mateus (12%), Silk & Spice (3%), Sandeman (7%), Casa Ferreirinha (11%), Herdade do Peso (2%), e LAN (5%) a liderar as vendas em 2022.

Em termos internacionais, o Mateus Rosé é a primeira marca de vinho global portuguesa, com presença em mais de 100 mercados, e continua a ser o vinho português mais vendido em todo o mundo, com mais de duas garrafas vendidas em cada três segundos. Segue-se a Sandeman, marca de vinho do Porto, que é uma das marcas mais globais da empresa, com vendas em mais de 80 países.

A competência para produzir de forma consistente vinhos de alta qualidade permite sustentar o desenvolvimento da premiumização do nosso portefólio. João Gomes da Silva
Administrador Executivo da Sogrape
A Silk & Spice foi lançada em 2016 a pensar no mercado internacional, e, em 2022, teve um crescimento superior a 50% do seu volume de vendas, e está já presente em mais de 60 países. "Poderá ser a terceira marca global da Sogrape, com Mateus e Sandeman. São três das nossas marcas de aposta que, com a ambição de serem líderes das suas categorias nos mercados em que estão presentes, contribuem para maximizar o potencial do nosso portefólio", refere João Gomes da Silva.

Competências essenciais

Para um grupo multinacional, como a Sogrape, as competências de produção, marketing, distribuição e de inovação e desenvolvimento são decisivas e fundamentais. Como elenca João Gomes da Silva em termos de produção, "a competência para produzir de forma consistente vinhos de alta qualidade permite sustentar o desenvolvimento da premiumização do nosso portefólio e elevar os nossos fine wines, que são uma alavanca estratégica do nosso crescimento".

O papel do marketing é construir marcas fortes e de confiança, tendo em atenção as tendências e as oportunidades do mercado, os hábitos de consumo e a proximidade dos clientes e consumidores. Destacam-se, por exemplo, as experiências de vinhos em lata da Gazela e do Mateus Rosé Original, e o ready-to-drink como o Portotonic da Sandeman para mercados como o belga ou suíço.

A inovação também é um dos elementos chave num setor tradicional e investir em Investigação & Desenvolvimento é fundamental para alavancar a sustentabilidade do negócio e da organização no seu processo produtivo e comercial. "No fundo, criar valor acrescentado de forma sustentada", resume João Gomes da Silva.

Em relação à distribuição, "temos a mais-valia de conseguir ter um maior controlo da operação já que somos proprietários das nossas próprias distribuidoras, em mercados chave onde estamos, como Portugal, EUA, Reino Unido, China e Angola. A rede de parceiros que construímos ao longo de 80 anos permite-nos além disso, em particular no negócio internacional, ter uma presença relevante numa enorme", concluiu João Gomes da Silva.
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