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Cidades de betão. Esta é uma frase frequentemente usada para apelidar áreas urbanas densamente povoadas e construídas com edifícios de concreto, que muitas vezes podem parecer monótonas, cinzentas e sem personalidade. Uma expressão interpretada de maneira negativa, sugerindo que essas cidades são frias, impessoais e desumanas. Uma classificação que Angela Nunes, diretora da Secil e responsável do Centro de Desenvolvimento e Aplicações de Cimento (CDAC), admite ser, mais do que tudo, pouco justa." "Essa imagem denegrida do material sempre foi algo que nos preocupou imenso, pois entendemos que o betão tem um potencial incrível", mencionou a responsável do CDAC na segunda Talk do Prémio Nacional de Inovação, uma iniciativa que junta o Negócios, o BPI e a Claranet, em parceria com a Nova SBE e a COTEC Portugal.
A cimenteira abraçou então a missão de explorar o potencial arquitetónico do betão, um ‘projeto’ que contou com a parceria da classe dos arquitetos que "aderiu de uma forma espetacular", premiando o mercado com obras que hoje mudam o semblante das cidades. "Para além de demonstrarem o potencial arquitetónico, demonstram o verdadeiro potencial do material, sejam betões brancos, coloridos, que podem ter textura e a forma que entenderemos".
Para além disso, mencionou Angela Nunes, havia que projetar o betão no futuro. Num mundo cada vez mais digitalizado, este material "tão importante para a nossa sociedade", não poderia deixar de estar presente. "Há todo um complemento, um trabalho feito ao nível do desenvolvimento e sensorização em betão, do carregamento por indução". No evento, Angela Nunes deu o exemplo de uma trotinete que já pode ser carregada diretamente sobre uma base de betão, sem qualquer ligação física.
A construção são as pedreiras do futuro
O maior desafio da Secil, que está presente um pouco por todo o mundo - desde o Brasil a África, Médio Oriente e obviamente Europa-, é a sustentabilidade do betão no futuro. A grande ambição da empresa é atingir a neutralidade carbónica em 2050 e ter uma meta intermédia já em 2030 de redução de emissões de CO2 em pelo menos 48%. "Isto é assumido publicamente pela nossa administração". Outro aspeto enfatizado pela diretora é a necessidade de aumentar os níveis de circularidade, "algo no qual já estamos a trabalhar".
A intervenção da Secil passa por, ao entregar o betão à obra, este ir pré-formatado, pelo que em projetos como a construção modelar, por exemplo, é possível evitar o desperdício e fomentar a organização da obra, além de ajudar a combater a escassez de recursos humanos no setor.
Betão neutro é uma realidade
O 3D é outra das áreas onde a Secil pretende apostar. Angela Nunes revelou que, neste momento, "a Secil já dispõe de materiais em betão para impressão a 3D, com a vantagem de o material poder ser colocado apenas nos sítios onde é essencial, o que leva a uma poupança de volume muito considerável, a par de uma redução importantíssima do nosso impacto global". Um fator deveras relevante se levarmos em conta que o betão é o material mais consumido pelo homem a seguir à água.
Neste momento, a Secil tem já no mercado um betão neutro em carbono, um produto que resulta da otimização da sua composição, utilizando cimento de baixo carbono, uma dosagem de cimento otimizado e uma incorporação de materiais reciclados, "tanto quanto neste momento é possível". O restante, é compensado com créditos de carbono. "Ou seja, estamos a investir em projetos que, de alguma forma, compensam a emissão deste betão. A curto e médio prazo, o objetivo é dispensar estes créditos porque vamos melhorar os nossos processos".
A cimenteira abraçou então a missão de explorar o potencial arquitetónico do betão, um ‘projeto’ que contou com a parceria da classe dos arquitetos que "aderiu de uma forma espetacular", premiando o mercado com obras que hoje mudam o semblante das cidades. "Para além de demonstrarem o potencial arquitetónico, demonstram o verdadeiro potencial do material, sejam betões brancos, coloridos, que podem ter textura e a forma que entenderemos".
Para além disso, mencionou Angela Nunes, havia que projetar o betão no futuro. Num mundo cada vez mais digitalizado, este material "tão importante para a nossa sociedade", não poderia deixar de estar presente. "Há todo um complemento, um trabalho feito ao nível do desenvolvimento e sensorização em betão, do carregamento por indução". No evento, Angela Nunes deu o exemplo de uma trotinete que já pode ser carregada diretamente sobre uma base de betão, sem qualquer ligação física.
A construção são as pedreiras do futuro
O maior desafio da Secil, que está presente um pouco por todo o mundo - desde o Brasil a África, Médio Oriente e obviamente Europa-, é a sustentabilidade do betão no futuro. A grande ambição da empresa é atingir a neutralidade carbónica em 2050 e ter uma meta intermédia já em 2030 de redução de emissões de CO2 em pelo menos 48%. "Isto é assumido publicamente pela nossa administração". Outro aspeto enfatizado pela diretora é a necessidade de aumentar os níveis de circularidade, "algo no qual já estamos a trabalhar".
A Secil já dispõe de materiais em betão para impressão a 3D, com a vantagem de o material poder ser colocado apenas nos sítios onde é essencial, o que leva a uma poupança de volume muito considerável. Angela Nunes
Diretora da Secil e responsável do CDAC
A abordagem a este desafio vem em forma de uma metodologia que a cimenteira designa de 5 C’s: clinker, cimento e concreto (betão), que se encontram dentro da cadeia de valor da Secil, mas também para fora dessa cadeia, na carbonatação e construção. "Temos de olhar para a construção como as pedreiras do futuro", explica Angela Nunes, justificando que os edifícios em fim de vida são desperdiçados. "Hoje, a maior parte desse material vai para aterro. Poderíamos recuperá-lo e devolvê-lo à produção de novo betão". Diretora da Secil e responsável do CDAC
A intervenção da Secil passa por, ao entregar o betão à obra, este ir pré-formatado, pelo que em projetos como a construção modelar, por exemplo, é possível evitar o desperdício e fomentar a organização da obra, além de ajudar a combater a escassez de recursos humanos no setor.
Betão neutro é uma realidade
O 3D é outra das áreas onde a Secil pretende apostar. Angela Nunes revelou que, neste momento, "a Secil já dispõe de materiais em betão para impressão a 3D, com a vantagem de o material poder ser colocado apenas nos sítios onde é essencial, o que leva a uma poupança de volume muito considerável, a par de uma redução importantíssima do nosso impacto global". Um fator deveras relevante se levarmos em conta que o betão é o material mais consumido pelo homem a seguir à água.
Neste momento, a Secil tem já no mercado um betão neutro em carbono, um produto que resulta da otimização da sua composição, utilizando cimento de baixo carbono, uma dosagem de cimento otimizado e uma incorporação de materiais reciclados, "tanto quanto neste momento é possível". O restante, é compensado com créditos de carbono. "Ou seja, estamos a investir em projetos que, de alguma forma, compensam a emissão deste betão. A curto e médio prazo, o objetivo é dispensar estes créditos porque vamos melhorar os nossos processos".