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Sogrape leva o Douro ao metaverso para promover o enoturismo

A Sogrape levou o Douro ao metaverso com uma experiência imersiva que aproxima os visitantes das suas vinhas, explorando novas formas de promover o enoturismo e a interação com o consumidor.

13 de Fevereiro de 2025 às 13:29
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Aos 83 anos de idade, a Sogrape mantém a aposta na inovação para reforçar a presença das suas marcas e criar novas experiências para os consumidores. Um desses exemplos é o projeto Douro no Metaverso, explorado por André Campos, Chief Transformation Officer da empresa, na conferência de lançamento da 3.ª edição do Prémio Nacional de Inovação. "Provavelmente, um dos movimentos de inovação mais bem-sucedidos em Portugal foi o Mateus Rosé. Criado em plena Segunda Guerra Mundial, num momento em que os mercados estavam fechados, com uma garrafa e um conceito disruptivos, tornou-se num ícone global. Essa ousadia faz parte do nosso ADN", sublinhou.

A Sogrape, que exporta para 120 países e tem presença direta em oito mercados, detém marcas de referência como Mateus, Sandeman, Ferreira e Barca Velha. Nos últimos anos, tem reforçado a aposta em projetos de inovação interna, parcerias com universidades e startups e na sua própria vertente de investimento, o Sogrape Ventures, lançado em 2023 para apoiar startups que impulsionem a inovação no setor.




A experiência imersiva da Sandeman

O projeto, já distinguido com um Prémio Nacional de Inovação na edição de 2024, surgiu da necessidade de ultrapassar uma limitação típica do enoturismo no Porto e em Vila Nova de Gaia. "Recebemos centenas de milhares de turistas por ano nas caves da Sandeman, da Ferreira e de tantas outras marcas, e no final há sempre quem pergunte: e as vinhas, onde é que estão as uvas? A realidade é que estão a uma hora ou mais de distância, o que impede muitos visitantes de conhecerem o Douro", explicou André Campos.

Com estadias médias de apenas três a quatro dias no Porto, a maioria dos turistas não tem tempo para viajar até à região vinícola. A solução? Criar uma experiência virtual imersiva que permita levar o Douro até Gaia. "Pensámos em realidade virtual, mas o metaverso oferece uma grande vantagem: permite que várias pessoas estejam no mesmo espaço ao mesmo tempo, interagindo de forma mais natural", referiu.

No Douro no Metaverse, os visitantes podem explorar uma reprodução fiel da Quinta do Seixo, uma das propriedades icónicas da Sandeman. "Quem conhece a Quinta do Seixo reconhece a varanda, as mesinhas com queijos, a loja. Tudo foi recriado ao detalhe, com a diferença de que, no metaverso, as garrafas podem estar ligeiramente sobredimensionadas", brincou André Campos.

A escolha da plataforma Spatial, uma das mais acessíveis e mainstream, permite que a experiência não se limite às caves. "O objetivo é que qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, possa visitar o Douro à distância", revelou. A tecnologia já é utilizada pela empresa para ações de formação e promoção, com planos para expandir o seu uso.

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Novos usos para o metaverso na Sogrape

Além da experiência de enoturismo, a Sogrape explora o potencial do metaverso para reforçar a relação com distribuidores e clientes empresariais. "Vamos levar os nossos enólogos a conversar diretamente com compradores das principais cadeias dos Estados Unidos, com óculos de realidade virtual, numa experiência imersiva na Quinta do Seixo", adiantou André Campos.

Outro objetivo passa por utilizar a tecnologia para fins educativos. "Uma coisa é falar sobre o Douro ou sobre as nossas regiões de Espanha, outra é transportar as pessoas para lá através de imagens vivas e envolventes", explicou.

O projeto tem recebido feedback positivo dos visitantes, especialmente daqueles que experimentam o metaverso pela primeira vez. "Uma das coisas mais valorizadas é o facto de poderem partilhar a experiência com amigos e familiares. Não é apenas cada um com os seus óculos isolado no seu mundo, mas sim uma experiência social, onde podem interagir, explorar e divertir-se em conjunto", destacou.

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