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Inovação já não é uma questão de competitividade, mas de sobrevivência

Sílvia Garcia, administradora da Agência Nacional de Inovação, alertou para a necessidade urgente de apostar na inovação como estratégia de sobrevivência para Portugal e para a Europa.

13 de Fevereiro de 2025 às 15:02
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Na conferência de lançamento da 3.ª edição do Prémio Nacional de Inovação, Sílvia Garcia, administradora da Agência Nacional de Inovação (ANI), destacou a relevância da inovação como um fator essencial para a competitividade e sustentabilidade das empresas e do país. No evento, que decorreu no Terminal de Leixões, a responsável defendeu que a inovação já não é apenas uma questão de crescimento ou de competitividade, mas sim uma questão de sobrevivência, especialmente no atual contexto político e geopolítico. "A inovação para a Europa, para Portugal, deixou de ser apenas uma questão de crescimento, deixou de ser apenas uma questão de competitividade, é atualmente uma questão de sobrevivência. E nós todos, todos que aqui estão, temos de compreender isto", alertou.

Sílvia Garcia lembrou que esta visão não é apenas uma opinião, mas sim uma conclusão partilhada por documentos estratégicos europeus, como o Relatório Draghi, o Relatório Letta e a ‘Competitiveness Deal’, bem como pelos discursos da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. "É nisto tudo que nós temos que nos focar", reforçou.




A inovação como transformação do  conhecimento

Mas afinal, o que é inovação? Para Sílvia Garcia, a resposta é simples: "Inovação não é nada mais do que trazer o conhecimento ao serviço da sociedade, da economia e do planeta. É através deste conhecimento que nós conseguimos sobreviver".

A chave para este processo está na criação de impacto e na transferência de conhecimento, assente em quatro pilares fundamentais. O primeiro é a colaboração e cooperação entre empresas, universidades, administração pública e sociedade, num trabalho conjunto em prol de um objetivo comum. "Temos de deixar de lado os egos. Não podemos ser a soma de egos, temos de ser um conjunto que trabalha para um futuro comum", alertou.

O segundo pilar é a capacitação para inovar. "As empresas precisam de compreender o que é inovar, e as universidades precisam de saber transformar a investigação e desenvolvimento em impacto real na sociedade", explicou.

O terceiro ponto passa pela definição de prioridades a médio e longo prazo, encarando a inovação como um fator estratégico nas organizações. "A inovação tem que ser discutida ao nível dos conselhos de administração, porque é uma questão de sobrevivência", defendeu.

O quarto elemento essencial é o investimento, tanto financeiro como humano. "O problema hoje nem é a falta de financiamento, porque existem apoios disponíveis em grande quantidade. A questão é como é que conseguimos executá-los", sublinhou. 

Criar uma verdadeira cultura de inovação

Sílvia Garcia reforçou que a inovação só pode florescer se houver uma verdadeira cultura de inovação, e iniciativas como o Prémio Nacional de Inovação desempenham um papel fundamental nesse sentido. "Estas iniciativas fazem com que nós respiremos e percebamos esta necessidade, permitem reconhecer quem inova e inspirar os outros, e ajudam quem ainda não sabe a aprender com os melhores", afirmou.

A administradora da ANI terminou a sua intervenção com a mensagem de que "a inovação começa aqui, que é o lema da ANI, e a inovação também começa aqui neste prémio".

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