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Alimentado pelo investimento em inovação e evolução da tecnologia, o setor de produtos de consumo e retalho (CP&R) está e continuará a transformar-se muito para além das limitações tradicionais, a um ritmo que as partes interessadas exigem há anos, defende Cordry Johns, parter na EY. "O estado do mercado recompensará aqueles que melhorarem proativamente as capacidades digitais, e aqueles que não o fizerem ficarão cada vez mais atrás da concorrência", esclarece.
A EY identifica quatro tendências tecnológicas fundamentais em evolução que estão a ajudar a reimaginar a indústria. Desde o desbloqueio de oportunidades de crescimento até ao reforço da excelência organizacional, estas tecnologias são consideradas pela consultora como "capacidades críticas" para se tornarem verdadeiramente "centradas no consumidor" e criarem valor a longo prazo. "As empresas de CP&R que procuram prosperar devem considerar a possibilidade de tirar partido destas tecnologias em relação a objetivos estratégicos no atendimento direto aos consumidores e em todas as?atividades de apoio intermédias e retaguarda da empresa, para aumentar as operações e manter-se à frente da concorrência em termos de experiência do consumidor, inovação e fidelização".
AI e aprendizagem automática, obviamente
A inteligência artificial e a aprendizagem automática (IA/ML), a par das tecnologias de microcomputação, não poderiam deixar de ser citadas como cruciais para alcançar o objetivo de obter experiências personalizadas e cadeias de abastecimento eficientes, fundamentais para ser bem sucedido no mercado. Estas tecnologias permitem a ingestão de dados em tempo real e a ação nas interações com os clientes, possibilitando que as empresas compreendam as preferências dos consumidores a um nível granular e mesmo hiper-local, conduzindo a um aumento das vendas e da rentabilidade, do envolvimento e da fidelidade à marca e a esforços simplificados da cadeia de abastecimento.
A EY classifica ainda a IA generativa como "de enorme importância na CP&R pela sua capacidade de promover a inovação na criação de conteúdos e no desenvolvimento de produtos". Ao aproveitar o poder da GenAI, a consultora advoga que as empresas podem produzir conteúdos novos e cativantes, chegar ao mercado com rapidez e criar modelos rápidos de envolvimento do cliente. "A GenAI ainda está na sua fase inicial, tal como as suas aplicações na CP&R, mas já é evidente que as possibilidades são infinitas".
O futuro ainda não pode propriamente ser previsto, mas é altamente previsível para aquelas empresas que investem em inovação, sustentabilidade e gestão de dados.
A sugestão é que as empresas de CP&R considerem a integração da GenAI nas operações de forma mais alargada em toda a cadeia de valor. "As organizações que encontrem os casos de utilização mais apropriados e os implementarem em grande escala irão impulsionar a agilidade operacional que as partes interessadas do setor esperam há anos. Será fundamental repensar a forma como o talento e a afetação de capital podem ser reposicionados para melhor gerar valor quando o conteúdo e a inovação puderem estar disponíveis num abrir e fechar de olhos", descreve a consultora.
Gémeos digitais e análise preditiva para tomada de decisões
A tecnologia de gémeos digitais e a análise preditiva desempenham um papel fundamental na revolução das operações de CP&R, diz a EY, até pelo facto de facilitarem a agilidade e oferecem uma visão abrangente dos ciclos de vida dos produtos, das cadeias de abastecimento e dos processos de fabrico. "Os gémeos digitais e a análise preditiva não são novas na CP&R, mas as aplicações para a sua utilização estão a tornar-se mais robustas". A consultora acredita que à medida que o setor CP&R se torna cada vez mais ligado e complexo digitalmente, impulsionado pela proliferação de software e pela Internet das Coisas (IoT), as empresas devem expandir a sua utilização de gémeos digitais a uma gama mais vasta da cadeia de valor. "Esta abordagem permitirá uma resposta mais proactiva às perturbações e às mudanças do mercado, transformando estas ferramentas num meio para uma empresa verdadeiramente dinâmica, desde o front office até ao back office".
Ainda a nuvem
Por último, a EY fala em atualizações da nuvem e do ERP - Enterprise Resource Planning - para eficiência e escalabilidade. Com a iminência de atualizações dos ERP até 2025, a modernização "é fundamental para a integração de capacidades tecnológicas em evolução". Já a computação em nuvem, ao fornece armazenamento de dados e capacidade de computação a pedido, "é essencial para suportar e dimensionar estas novas tecnologias". Assim, a EY advoga que os executivos da CP&R devem considerar estas aplicações para obter o máximo valor das atualizações de cloud e do ERP. "As empresas têm de analisar os seus sistemas de transação antigos e racionalizar a forma de os modernizar para criar eficiências, quer integrando tecnologia evolutiva que torne os seus sistemas mais utilizáveis, quer atualizando os sistemas de transação antigos para acompanharem a sua infraestrutura de front-end".
Assim, torna-se imperativo reconhecer que o verdadeiro poder e valor por detrás de um cenário digital em evolução não reside apenas nas tecnologias em si, mas na forma como as empresas as integram e orquestram estrategicamente nas suas operações e iniciativas estratégicas.
Da inovação à sustentabilidade
Na perspetiva da consultora Stratesys, as tendências que moldam o futuro do setor do consumo passam pela inovação e sustentabilidade e, em linha com as outras consultoras, a gestão de dados no seu sentido mais amplo. Tendências que no entender da consultora estratégica e tecnológica, ajudam a redefinir a forma como as empresas interagem com os consumidores e gerem as suas operações.
Num ambiente onde a definição de produto pode mudar várias vezes num ano, a capacidade para inovar constantemente é essencial. A Stratesys destaca a necessidade de conseguir transformar insights de mercado em produtos e serviços inovadores de forma ágil e eficiente, investindo em pesquisa e desenvolvimento, de modo a responder às necessidades dos consumidores, que estão em constante evolução, aumentando assim as taxas de sucesso de novos lançamentos.
No cenário dinâmico da indústria de produtos de consumo e retalho é crucial estar um passo à frente das tendências.
Com a procura por produtos que correspondam a uma política ecológica correta e ambientalmente responsável a aumentar, a consultora enfatiza a importância de cumprir as regulamentações e metas ESG, reduzir a pegada de carbono e adotar práticas sustentáveis em toda a cadeia de valor, desde o início do projeto à distribuição, de forma transparente, evidenciando a sua medição, monitorização e rastreabilidade. "A redução do consumo de recursos e do desperdício é uma das formas de promover a sustentabilidade, revestindo-se de particular importância a implementação de modelos de negócio circulares, o incentivo à responsabilidade do consumidor e promoção da reutilização e reciclagem em toda a cadeia de distribuição, desde a produção à venda do produto".
Tecnologias que criam valor
Também a Stratesys, tal como a EY e demais consultoras, aponta a adoção de tecnologias como inteligência artificial, IoT, RPA, reconhecimento de imagens para melhorar a eficiência e rastreabilidade. "O uso de inteligência artificial e outras novas tecnologias têm vindo a revolucionar a forma como as empresas trabalham". Com isso, os especialistas da Stratesys destacam a importância de experimentar essas tecnologias de modo a criar valor, otimizando processos e melhorando a excelência operacional da produção.
A consultora aborda ainda o grande desafio que é obter dados relevantes, corretos, concretos, suficientes e disponíveis a tempo, de modo a serem produtivos. Isto, sem descurar a proteção e a segurança dos mesmos.? Para isso, dizem ser necessário abordar a análise de forma holística, muitas vezes utilizando soluções?cloud, colocando particular foco na gestão dw dados, e utilizando tecnologias de?big data, que devem ser acompanhadas de metodologias de qualidade e tratamento de dados para obter relatórios operacionais e?dashboards.?Advanced analytics, IA, ML, permitem a integração de algoritmos que podem encontrar padrões e tendências ocultos, simular futuros cenários e probabilidades.
Para os especialistas da EY, Stratesys e de várias consultoras e analistas, o futuro ainda não pode propriamente ser previsto, mas é altamente previsível para aquelas empresas que investem em inovação, sustentabilidade e gestão de dados.