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Tecnologia sustentável é a chave para alinhar eficiência e ESG

Num mundo cada vez mais centrado em práticas ecológicas, a tecnologia torna-se essencial para empresas que visam a eficiência operacional e a responsabilidade ambiental. A integração de inovações em TI está a redefinir o envolvimento das organizações com os princípios da sustentabilidade.

29 de Abril de 2024 às 14:00
Só 8% das empresas conseguiram integrar completamente as suas estratégias de tecnologia e sustentabilidade.
Só 8% das empresas conseguiram integrar completamente as suas estratégias de tecnologia e sustentabilidade. Getty Images
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No cenário atual, onde a preocupação com a preservação ambiental se intensifica, a adoção de tecnologias sustentáveis emergiu como um imperativo para as empresas que procuram não apenas eficiência, mas também responsabilidade ecológica. Associada ao esforço de criar processos e soluções que reduzam ou eliminem impactos que contribuam para as alterações climáticas, a tecnologia sustentável é, hoje, considerada uma via obrigatória no percurso de transformação digital das organizações, conforme expressa a Opensoft que enumerou cinco benefícios fundamentais que a tecnologia sustentável oferece às organizações. "A tecnologia sustentável é hoje uma via obrigatória de endereçamento de preocupações ESG - Environment, Social & Governance -, razão pela qual as estruturas que pretendam reforçar os seus modelos globais de sustentabilidade devem, necessariamente, contemplar e investir nas mais-valias trazidas pela tecnologia", afirmou Rui Cruz, CEO da Opensoft.

A tecnologia sustentável é hoje uma via obrigatória de endereçamento de preocupações ESG - Environment, Social & Governance. Rui Cruz
CEO da Opensoft
O gestor destaca, em primeiro lugar, a desmaterialização de processos, que não só otimiza a eficiência e a transparência, mas também reduz significativamente o uso de papel, exemplificando uma mudança fundamental dos processos físicos para os digitais.

Além disso, sublinha a redução da pegada carbónica como um dos seus principais atrativos. Processos digitalizados diminuem a necessidade de deslocações físicas, o que, consequentemente, reduz emissões de carbono e aumenta a conveniência para os utilizadores que podem aceder a serviços de qualquer lugar e a qualquer hora.

A diminuição de erros é outro benefício destacado pela Opensoft. Com a melhoria na qualidade da informação submetida e a simplificação do envio de dados através de dispositivos móveis e formulários inteligentes, a probabilidade de erros nos processos é consideravelmente reduzida, facilitando a vida tanto de clientes quanto de funcionários das empresas.

Adicionalmente, a empresa aponta a racionalização de recursos como um fator-chave. Utilizando arquiteturas baseadas na nuvem, é possível minimizar o consumo de energia nos locais de trabalho e reduzir emissões oriundas de infraestruturas físicas, promovendo um uso mais consciente e eficiente dos recursos tecnológicos disponíveis.

Por fim, a Opensoft incentiva a promoção da consciência circular. A cooperação entre colaboradores, clientes, fornecedores e parceiros é essencial para maximizar os benefícios da sustentabilidade, através de iniciativas que fomentem a adoção dessa nova postura tecnológica por todas as partes envolvidas.

A tecnologia na concretização dos objetivos de sustentabilidade

Nos últimos anos, um número crescente de organizações em todo o mundo fez promessas ousadas - e definiu metas específicas - para atingir objetivos de sustentabilidade ambiental e social. No entanto, muitas organizações continuam a lutar para progredir no sentido de atingir estes objetivos, algo que se deve, dizem os especialistas, frequentemente à falta de uma estratégia tecnológica clara que esteja alinhada com as missões de sustentabilidade empresarial.

Para muitas organizações, as Tecnologias de Informação (TI) são responsáveis por uma parte considerável das suas emissões globais de carbono, pelo que, para as empresas que assumiram compromissos agressivos para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, "as TI serão uma área de prioridade óbvia", afirma Curtis Price, vice-presidente de Programas, Serviços de Infraestruturas da IDC. "Ao longo dos últimos anos, a transformação digital tem sido um tema recorrente nas TI, uma vez que as organizações dependem cada vez mais das tecnologias digitais para gerir os seus negócios", escreve no blogue da consultora.

As empresas estão a analisar o ciclo de vida completo dos seus ativos de TI. Curtis Price
Vice-Presidente de Programas, Serviços de Infraestruturas da IDC
Para o especialista, mais organizações estão a começar a ver a sua estratégia de TI através da lente da sustentabilidade. "Estamos a assistir a um número crescente de pedidos de propostas (RFP) com requisitos de sustentabilidade específicos para áreas como a eficiência energética e as emissões de carbono. As empresas estão também a analisar o ciclo de vida completo dos seus ativos de TI e a incorporar dados de sustentabilidade na gestão do ciclo de vida dos ativos".

Por seu lado, os fornecedores de TI reconhecem a importância que os clientes estão a dar à sustentabilidade e estão a incorporá-la nas suas ofertas. No panorama global das TI, os fornecedores estão a desenvolver infraestruturas mais eficientes do ponto de vista energético e a conceber e fabricar equipamento para reciclagem/reutilização. Entretanto, os fornecedores de serviços em cloud estão a aumentar a sua utilização de fontes de energia renováveis, enquanto os operadores de centros de dados estão a promover a eficiência energética através de uma melhor utilização dos recursos e de soluções de arrefecimento.

Tecnologia como catalisadora da sustentabilidade empresarial

O relatório da Accenture, Sustainable Tech Survey, sublinha a tecnologia como um elemento crucial na promoção da sustentabilidade empresarial, mostrando que as empresas que adotam estratégias de tecnologia sustentável mais abrangentes superam significativamente os seus pares em diversos aspetos de desempenho.

Segundo a pesquisa, estas empresas não só ampliam as suas iniciativas de sustentabilidade de forma eficaz, mas também promovem práticas que minimizam o impacto ambiental negativo da tecnologia. O papel do Chief Information Officer (CIO) é considerado vital neste processo, sendo um agente de mudança tanto para a melhoria do desempenho relacionado com questões ambientais, sociais e de governação (ESG) quanto para a criação de valor comercial palpável.

A urgência de integrar a tecnologia nas estratégias de sustentabilidade nunca foi tão evidente. O estudo revela que um aumento significativo no desempenho financeiro acompanha as boas práticas de ESG, com as empresas líderes nesta área a gerarem até 2,6 vezes mais valor para os acionistas do que os seus concorrentes. No entanto, apesar do potencial, apenas 8% das empresas conseguiram integrar completamente as suas estratégias de tecnologia e sustentabilidade.

No setor das tecnologias de informação e comunicação (TIC), que representava apenas 1,5% das emissões globais de CO2 em 2007, espera-se que essa percentagem aumente para 14% até 2040, sublinhando a necessidade de práticas sustentáveis robustas. O relatório enfatiza a importância das transições para o net-zero, a adoção de cadeias de valor responsáveis e a necessidade de uma governação que coloque o ESG no centro das atenções tecnológicas.

Além disso, o documento da Accenture aponta para a crescente procura dos consumidores por produtos e serviços que considerem impactos globais, o que está a remodelar a maneira como as empresas interagem com investidores, parceiros e clientes. A colaboração dentro de um ecossistema mais amplo e a participação em alianças eco-tech são vistas como vias críticas para a inovação e para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

Basicamente, este estudo salienta que a adoção de uma estratégia tecnológica consciente é indispensável para as empresas que desejam não apenas prosperar financeiramente, mas também contribuir para um mundo mais sustentável.

Candidaturas fecham no dia 30 de abril As candidaturas ao Prémio Nacional de Inovação estão divididas em dois grupos de categorias: Tecnologias, relacionado com a temática da inovação, seja nos processos, tecnologias, ou noutros âmbitos de atuação das empresas e Segmento de Negócio, relacionado com o setor de atividade da organização.

Além dos prémios atribuídos em cada uma das categorias, serão ainda entregues quatro prémios - três por dimensão da organização (Grande Organização, PME e Startup) e o Prémio Personalidade.

O Prémio Nacional de Inovação é uma iniciativa promovida pelo Jornal de Negócios, BPI e Claranet, que conta a Galp como patrocinadora, Cascais como município inovador, e a ANI - Agência Nacional de Inovação e a COTEC Portugal como parceiros institucionais, e a Nova SBE como knowledge partner.

Mais informações em www.premionacionaldeinovaçao.pt
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