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Nos últimos anos, a computação em nuvem e o edge computing emergiram como tecnologias revolucionárias, transformando a maneira como empresas e indivíduos interagem com a tecnologia. A combinação dessas abordagens inovadoras tem impulsionado a capacidade de processamento, armazenamento e análise de dados, abrindo caminho para uma nova era digital.
Basicamente, a computação em nuvem é uma infraestrutura baseada em rede que permite o acesso sob procura a recursos computacionais partilhados, como servidores, armazenamento e aplicações. O conceito é relativamente fácil de entender: através da internet, empresas e indivíduos podem aceder a esses recursos virtualmente, eliminando a necessidade de investimentos em infraestrutura física. Os serviços em nuvem são fornecidos por provedores como a Amazon Web Services (AWS), a Microsoft Azure ou a Google Cloud Platform (GCP) que mantêm data centers com poder computacional massivo. "Antes da computação em nuvem, as empresas tinham de armazenar todos os seus dados e software nos seus próprios discos rígidos e servidores. Quanto maior a empresa, mais armazenamento precisavam. Essa forma de tratar os dados não é escalável em velocidade. Por exemplo, se uma empresa, de repente, ganhasse uma grande projeção e registasse um aumento considerável de pedidos online, os seus servidores provavelmente travariam. Bons negócios significavam muito trabalho para o departamento de TI", explica a consultora Accenture.
Um mundo nas nuvens
"Mas não são apenas as empresas que beneficiam da computação em nuvem", sustenta a consultora. "A cloud igualmente transformou as nossas vidas como indivíduos. Muitos de nós usamos serviços de nuvem todos os dias. Quando atualizamos o nosso estado nas redes sociais, assistimos a uma nova série de streaming ou verificamos as nossas contas bancárias, o mais provável é estarmos a utilizar aplicações hospedadas por serviços em nuvem. Essas aplicações são acedidas através de uma conexão com a internet, em vez de instalados nos discos rígidos ou dispositivos."
O edge computing, por sua vez, refere-se à distribuição do poder de processamento e armazenamento de dados para a periferia de uma rede, mais próxima das fontes de dados e dos utilizadores finais. Ao contrário da computação em nuvem, que depende da transmissão de dados para data centers remotos, o edge computing permite a execução de tarefas e análises em dispositivos "de borda", como routers, servidores locais e até mesmo dispositivos IoT (Internet of Things).
A principal diferença entre a computação em nuvem e o edge computing está na localização e na latência dos recursos. A computação em nuvem é adequada para processamento de dados de grande escala, análises complexas e armazenamento de longo prazo. Já o edge computing é ideal para aplicações que exigem baixa latência, como carros autónomos, realidade aumentada e monitorização em tempo real. No entanto, essas duas abordagens não são mutuamente exclusivas, mas sim complementares. A combinação de ambas, conhecida como edge-to-cloud, permite um ambiente híbrido, em que o processamento é distribuído para a "borda" quando necessário, mas também se beneficia dos recursos escaláveis da nuvem.
Aplicações práticas
A computação em nuvem e o edge computing têm uma ampla gama de aplicações práticas em diversos setores. Na área da saúde, por exemplo, a combinação dessas tecnologias permite a monitorização remota de pacientes, a partilha segura de informações médicas e diagnósticos mais precisos. No setor industrial, a utilização de edge computing em dispositivos IoT melhora a eficiência da produção, a manutenção preditiva e a segurança operacional. Além disso, este conceito é apontado pelos especialistas como fundamental para o desenvolvimento de cidades inteligentes, impulsionando a conectividade em tempo real e a gestão eficiente de recursos.
Primeiro, pelo acesso facilitado a recursos computacionais, já que a cloud computing permite que empresas e indivíduos acedam a uma vasta gama de recursos computacionais, como poder de processamento, armazenamento e largura de banda, de maneira rápida e escalável. Ou seja, elimina a necessidade de investir em infraestrutura própria e permite que os recursos sejam provisionados sob procura, acelerando o desenvolvimento e o teste de novas ideias.
A redução de custos é igualmente mencionada pelas várias consultoras, como a McKinsey ou Accenture. A computação em nuvem elimina a necessidade de adquirir e manter hardware e software - que classicamente requer um avultado investimento -, além de reduzir os custos com manutenção e atualização de infraestrutura, libertando assim recursos financeiros que podem ser investidos em mais pesquisa e desenvolvimento, estimulando a inovação.
Colaboração e flexibilidade
A flexibilidade e escalabilidade é outro dos atributos, já que precisamente essa natureza flexível e escalável da computação em nuvem facilita o dimensionamento dos recursos conforme a procura. Ou seja, as empresas podem começar de uma base de pequena dimensão e aumentar a escala rapidamente à medida que as suas ideias se desenvolvem e ganham projeção. As consultoras falam de uma experimentação mais ágil e da capacidade de responder rapidamente às mudanças no mercado, acelerando o processo de inovação.
Por outro lado, a cloud computing permite a colaboração e partilha de dados, com a interação entre as equipas e organizações a serem mais facilitadas, permitindo a partilha instantânea de dados e recursos. Algo que, segundo os especialistas, promove a inovação ao possibilitar a troca de ideias e o trabalho conjunto em projetos, mesmo quando as equipas estão geograficamente dispersas.
Com a computação em nuvem, as empresas podem ainda alcançar utilizadores e clientes em todo o mundo de uma maneira mais fácil, ampliando o mercado potencial para novos produtos e serviços inovadores, estimulando a competitividade e a inovação em escala global.
Este conceito é ainda referenciado como promotor de ambientes de desenvolvimento flexíveis, em que é possível realizar experimentações e prototipagem rápida de maneira eficiente. Os desenvolvedores de software podem assim criar e testar novas aplicações e serviços sem a necessidade de configurar um ambiente completo, o que acelera o ciclo de desenvolvimento e permite a rápida iteração de ideias.
Os números da cloud
Com base nas projeções do Gartner, prevê-se que os gastos mundiais em serviços e infraestrutura de nuvem pública dupliquem nos próximos cinco anos. A taxa de execução cresceu de 229 mil milhões de dólares em 2019 para quase 500 mil milhões de dólares em 2023, impulsionada por uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de cinco anos. "As atuais pressões inflacionárias e as condições macroeconómicas estão a ter um efeito ‘push and pull’ nos gastos com a nuvem", disse Sid Nag, vice-presidente analista do Gartner. "A computação em nuvem continuará a ser um bastião de segurança e inovação, suportando o crescimento em tempos incertos devido à sua natureza ágil, flexível e escalável.
Basicamente, a computação em nuvem é uma infraestrutura baseada em rede que permite o acesso sob procura a recursos computacionais partilhados, como servidores, armazenamento e aplicações. O conceito é relativamente fácil de entender: através da internet, empresas e indivíduos podem aceder a esses recursos virtualmente, eliminando a necessidade de investimentos em infraestrutura física. Os serviços em nuvem são fornecidos por provedores como a Amazon Web Services (AWS), a Microsoft Azure ou a Google Cloud Platform (GCP) que mantêm data centers com poder computacional massivo. "Antes da computação em nuvem, as empresas tinham de armazenar todos os seus dados e software nos seus próprios discos rígidos e servidores. Quanto maior a empresa, mais armazenamento precisavam. Essa forma de tratar os dados não é escalável em velocidade. Por exemplo, se uma empresa, de repente, ganhasse uma grande projeção e registasse um aumento considerável de pedidos online, os seus servidores provavelmente travariam. Bons negócios significavam muito trabalho para o departamento de TI", explica a consultora Accenture.
Um mundo nas nuvens
"Mas não são apenas as empresas que beneficiam da computação em nuvem", sustenta a consultora. "A cloud igualmente transformou as nossas vidas como indivíduos. Muitos de nós usamos serviços de nuvem todos os dias. Quando atualizamos o nosso estado nas redes sociais, assistimos a uma nova série de streaming ou verificamos as nossas contas bancárias, o mais provável é estarmos a utilizar aplicações hospedadas por serviços em nuvem. Essas aplicações são acedidas através de uma conexão com a internet, em vez de instalados nos discos rígidos ou dispositivos."
O edge computing, por sua vez, refere-se à distribuição do poder de processamento e armazenamento de dados para a periferia de uma rede, mais próxima das fontes de dados e dos utilizadores finais. Ao contrário da computação em nuvem, que depende da transmissão de dados para data centers remotos, o edge computing permite a execução de tarefas e análises em dispositivos "de borda", como routers, servidores locais e até mesmo dispositivos IoT (Internet of Things).
A principal diferença entre a computação em nuvem e o edge computing está na localização e na latência dos recursos. A computação em nuvem é adequada para processamento de dados de grande escala, análises complexas e armazenamento de longo prazo. Já o edge computing é ideal para aplicações que exigem baixa latência, como carros autónomos, realidade aumentada e monitorização em tempo real. No entanto, essas duas abordagens não são mutuamente exclusivas, mas sim complementares. A combinação de ambas, conhecida como edge-to-cloud, permite um ambiente híbrido, em que o processamento é distribuído para a "borda" quando necessário, mas também se beneficia dos recursos escaláveis da nuvem.
Aplicações práticas
A computação em nuvem e o edge computing têm uma ampla gama de aplicações práticas em diversos setores. Na área da saúde, por exemplo, a combinação dessas tecnologias permite a monitorização remota de pacientes, a partilha segura de informações médicas e diagnósticos mais precisos. No setor industrial, a utilização de edge computing em dispositivos IoT melhora a eficiência da produção, a manutenção preditiva e a segurança operacional. Além disso, este conceito é apontado pelos especialistas como fundamental para o desenvolvimento de cidades inteligentes, impulsionando a conectividade em tempo real e a gestão eficiente de recursos.
A computação em nuvem continuará a ser um bastião de segurança e inovação, suportando o crescimento em tempos incertos devido à sua natureza ágil, flexível e escalável. Sid Nag
Vice-Presidente Analista do Gartner
Outra área na qual a computação em nuvem tem tido um impacto significativo é na inovação, oferecendo, segundo os especialistas, uma série de benefícios que permitem às empresas e indivíduos desenvolverem novas ideias, criarem soluções mais eficientes e acelerarem o processo de inovação de uma forma que antes não era possível.Vice-Presidente Analista do Gartner
Primeiro, pelo acesso facilitado a recursos computacionais, já que a cloud computing permite que empresas e indivíduos acedam a uma vasta gama de recursos computacionais, como poder de processamento, armazenamento e largura de banda, de maneira rápida e escalável. Ou seja, elimina a necessidade de investir em infraestrutura própria e permite que os recursos sejam provisionados sob procura, acelerando o desenvolvimento e o teste de novas ideias.
A redução de custos é igualmente mencionada pelas várias consultoras, como a McKinsey ou Accenture. A computação em nuvem elimina a necessidade de adquirir e manter hardware e software - que classicamente requer um avultado investimento -, além de reduzir os custos com manutenção e atualização de infraestrutura, libertando assim recursos financeiros que podem ser investidos em mais pesquisa e desenvolvimento, estimulando a inovação.
Colaboração e flexibilidade
A flexibilidade e escalabilidade é outro dos atributos, já que precisamente essa natureza flexível e escalável da computação em nuvem facilita o dimensionamento dos recursos conforme a procura. Ou seja, as empresas podem começar de uma base de pequena dimensão e aumentar a escala rapidamente à medida que as suas ideias se desenvolvem e ganham projeção. As consultoras falam de uma experimentação mais ágil e da capacidade de responder rapidamente às mudanças no mercado, acelerando o processo de inovação.
Por outro lado, a cloud computing permite a colaboração e partilha de dados, com a interação entre as equipas e organizações a serem mais facilitadas, permitindo a partilha instantânea de dados e recursos. Algo que, segundo os especialistas, promove a inovação ao possibilitar a troca de ideias e o trabalho conjunto em projetos, mesmo quando as equipas estão geograficamente dispersas.
Com a computação em nuvem, as empresas podem ainda alcançar utilizadores e clientes em todo o mundo de uma maneira mais fácil, ampliando o mercado potencial para novos produtos e serviços inovadores, estimulando a competitividade e a inovação em escala global.
Este conceito é ainda referenciado como promotor de ambientes de desenvolvimento flexíveis, em que é possível realizar experimentações e prototipagem rápida de maneira eficiente. Os desenvolvedores de software podem assim criar e testar novas aplicações e serviços sem a necessidade de configurar um ambiente completo, o que acelera o ciclo de desenvolvimento e permite a rápida iteração de ideias.
Os números da cloud
Com base nas projeções do Gartner, prevê-se que os gastos mundiais em serviços e infraestrutura de nuvem pública dupliquem nos próximos cinco anos. A taxa de execução cresceu de 229 mil milhões de dólares em 2019 para quase 500 mil milhões de dólares em 2023, impulsionada por uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de cinco anos. "As atuais pressões inflacionárias e as condições macroeconómicas estão a ter um efeito ‘push and pull’ nos gastos com a nuvem", disse Sid Nag, vice-presidente analista do Gartner. "A computação em nuvem continuará a ser um bastião de segurança e inovação, suportando o crescimento em tempos incertos devido à sua natureza ágil, flexível e escalável.