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Foto em cima: José Manuel Fernandes destacou a importância deste prémio.
"A agricultura é competitividade, é investigação e inovação, é machine learning, é inteligência artificial. A agricultura é coesão territorial, é também passagem de testemunho, património, raiz, tradição, gastronomia, indústria e indústria de transformação. É sustentabilidade e ambiente", afirmou José Manuel Fernandes, ministro da Agricultura e Pescas, na cerimónia de entrega de prémios da 13.ª edição do Prémio Nacional de Agricultura, uma iniciativa do Negócios, Correio da Manhã e BPI, que conta com os apoios do Ministério da Agricultura e Pescas e da PwC.
José Manuel Fernandes realçou que, em Portugal e na Europa, nem sempre tem havido a devida atenção à importância da transversalidade na agricultura.
"Estamos a reconstruir após a tentativa de desmantelamento que ocorreu. A floresta recuperou e é indissociável da agricultura; o bem-estar animal integra-se na agricultura; a aquacultura voltou a estar ligada ao setor. Temos novos diretores regionais que são, simultaneamente, vice-presidentes das CCDR. Consideramos a agricultura um setor estratégico e estruturante", sublinhou José Manuel Fernandes.
Ministro da Agricultura e Pescas
O ministro salientou ainda os bons indicadores agrícolas em 2024. O valor acrescentado bruto cresceu 7,9%, a produção agrícola aumentou 4,4%, a produção de frutas e legumes subiu 7,3%, a produção animal registou um crescimento de 3,6% e o rendimento agrícola aumentou 14,7%. José Manuel Fernandes assinalou que "temos de ser rigorosos. Isto deve-se ao facto de, em 2024, termos pago aos agricultores o que lhes era devido nesse ano como os valores em falta de 2023."
Para o ministro, o setor das frutas e legumes é um motivo de inspiração, uma vez que, em 2010, as exportações representavam 780 milhões de euros e, em 2024, atingiram os 2.500 milhões de euros."Falar de frutas e legumes é também falar de inovação, como vimos no domínio da investigação. Mas há uma ambição: até 2030, queremos alcançar um superavit na produção de frutas e legumes, uma vez que ainda registamos um défice. Embora esse valor tenha sido reduzido, continua próximo dos 300 milhões de euros", afirmou.
Compete 2030 na transformação
O ministro defendeu que a agricultura não pode depender apenas do financiamento da Política Agrícola Comum e que o programa Compete 2030 deve também apoiar a indústria de transformação. Para isso, está a negociar a alteração do acordo de parceria.
Referiu ainda que "é impossível termos agricultura de precisão se não tivermos internet nos territórios. Para garantir essa infraestrutura, não se pode exigir que seja a Política Agrícola Comum a assumir esse papel. São, por exemplo, os programas operacionais regionais e os fundos da política de coesão que devem assegurar esse investimento."
O ministro destacou também o plano ‘Água Que Une’, que terá duas fases: 2025-2030 e 2030-2040. Trata-se de um projeto de investimentos de milhares de milhões de euros para armazenar água, distribuí-la de forma eficiente e, se necessário, interligar redes para garantir abastecimento não só à agricultura, mas também ao consumo humano e à biodiversidade. José Manuel Fernandes lamentou ainda a forma como, em alguns casos, a agricultura é retratada nos manuais escolares. "O agricultor é apresentado como alguém que trabalha com uma enxada na mão, quando na realidade, temos um agricultura moderna com tecnologia e robôs."