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O espírito empreendedor e o sentido de ética que pautaram os 91 anos de vida de Rui Nabeiro foram características destacadas na homenagem prestada ao fundador da Delta Cafés no Prémio Nacional de Agricultura. Menos de um mês depois da sua morte, a 19 de março, a iniciativa quis lembrar o percurso do comendador à frente dos destinos da Delta, empresa que se fez grupo e que marca presença em grande parte das ruas em Portugal. "Estou muito comovido", reconheceu o filho, João Manuel Nabeiro, que subiu a palco para agradecer a homenagem e recordar a visão social do pai.
O também membro do conselho de administração do grupo de Campo Maior fez questão de "agradecer a todos os que se lembraram dele neste adeus", em alusão às cerimónias fúnebres que chamaram uma multidão de funcionários, conterrâneos e várias figuras de Estado. A ministra da Agricultura, Maria do Céu Machado, quis lembrar o momento em que foi eleita presidente da Câmara Municipal de Abrantes, em 2009, e que ficou marcado por um telegrama de Rui Nabeiro. "Quando cheguei, no dia seguinte, à minha câmara para ocupar o lugar de presidente, tinha em cima da minha secretária um telegrama do senhor Rui Nabeiro a desejar-me felicidades. Foi o meu primeiro e único telegrama, que guardo religiosamente, fisicamente e no meu coração", assinalou.
João Manuel Nabeiro destacou o "fazedor de marcas", como era conhecido o comendador, que levou a "muitas ruas do nosso país este triângulo [logótipo da Delta]". "Ele, como fazedor de marcas, também quis que todos comungassem no nosso campo, que conseguiu que fosse maior, nas nossas vilas, nas nossas aldeias e nas nossas cidades", acrescentou. Homenageado durante esta iniciativa pela sua dedicação, visão e espírito empreendedor, Rui Nabeiro já tinha sido, em 2016, distinguido com o Prémio Personalidade na 6ª edição do Prémio Nacional de Agricultura.
Uma vida de trabalho
Foi aos 12 anos que começou a trabalhar e a ajudar a mãe numa mercearia, prestando apoio também ao pai e aos tios na torra do café. Mais tarde, aos 19 anos, viria a tornar-se líder da direção da Torrefacção Camelo, posição que abandonou para se aventurar por conta própria e criar, em 1961, a Delta Cafés. Ainda antes da transição para a democracia, trazida pelo 25 de Abril de 1974, Rui Nabeiro foi presidente da Câmara Municipal de Campo Maior, em 1962 e 1972, tendo voltado a ocupar o cargo entre 1977 e 1988.
Seria, no entanto, à frente da empresa que ainda hoje mantém sede em Campo Maior, onde Rui Nabeiro sempre fez questão de manter o investimento e continuar a criar emprego, que viria a deixar uma marca incontornável no tecido empresarial português. Hoje, o grupo conta com 3.800 trabalhadores. Conhecido pela proximidade à força de trabalho e pela vincada noção de responsabilidade social, muito antes dos temas ESG fazerem parte do vocabulário dos empresários, empurrou o Grupo Nabeiro para o topo das organizações mais bem classificadas em termos de ESG.
De acordo com o ranking da Merco, publicado em março e que avaliou as empresas que melhor cumprem os fatores ambientais, sociais e de governação, o Grupo Nabeiro - Delta Cafés é a empresa portuguesa mais responsável entre as 100 que compõem a lista. "Como ele dizia, se todos quiséssemos, o mundo seria maravilhoso. O mundo seria extraordinário", rematou João Manuel Nabeiro.
O também membro do conselho de administração do grupo de Campo Maior fez questão de "agradecer a todos os que se lembraram dele neste adeus", em alusão às cerimónias fúnebres que chamaram uma multidão de funcionários, conterrâneos e várias figuras de Estado. A ministra da Agricultura, Maria do Céu Machado, quis lembrar o momento em que foi eleita presidente da Câmara Municipal de Abrantes, em 2009, e que ficou marcado por um telegrama de Rui Nabeiro. "Quando cheguei, no dia seguinte, à minha câmara para ocupar o lugar de presidente, tinha em cima da minha secretária um telegrama do senhor Rui Nabeiro a desejar-me felicidades. Foi o meu primeiro e único telegrama, que guardo religiosamente, fisicamente e no meu coração", assinalou.
João Manuel Nabeiro destacou o "fazedor de marcas", como era conhecido o comendador, que levou a "muitas ruas do nosso país este triângulo [logótipo da Delta]". "Ele, como fazedor de marcas, também quis que todos comungassem no nosso campo, que conseguiu que fosse maior, nas nossas vilas, nas nossas aldeias e nas nossas cidades", acrescentou. Homenageado durante esta iniciativa pela sua dedicação, visão e espírito empreendedor, Rui Nabeiro já tinha sido, em 2016, distinguido com o Prémio Personalidade na 6ª edição do Prémio Nacional de Agricultura.
Uma vida de trabalho
Foi aos 12 anos que começou a trabalhar e a ajudar a mãe numa mercearia, prestando apoio também ao pai e aos tios na torra do café. Mais tarde, aos 19 anos, viria a tornar-se líder da direção da Torrefacção Camelo, posição que abandonou para se aventurar por conta própria e criar, em 1961, a Delta Cafés. Ainda antes da transição para a democracia, trazida pelo 25 de Abril de 1974, Rui Nabeiro foi presidente da Câmara Municipal de Campo Maior, em 1962 e 1972, tendo voltado a ocupar o cargo entre 1977 e 1988.
Seria, no entanto, à frente da empresa que ainda hoje mantém sede em Campo Maior, onde Rui Nabeiro sempre fez questão de manter o investimento e continuar a criar emprego, que viria a deixar uma marca incontornável no tecido empresarial português. Hoje, o grupo conta com 3.800 trabalhadores. Conhecido pela proximidade à força de trabalho e pela vincada noção de responsabilidade social, muito antes dos temas ESG fazerem parte do vocabulário dos empresários, empurrou o Grupo Nabeiro para o topo das organizações mais bem classificadas em termos de ESG.
De acordo com o ranking da Merco, publicado em março e que avaliou as empresas que melhor cumprem os fatores ambientais, sociais e de governação, o Grupo Nabeiro - Delta Cafés é a empresa portuguesa mais responsável entre as 100 que compõem a lista. "Como ele dizia, se todos quiséssemos, o mundo seria maravilhoso. O mundo seria extraordinário", rematou João Manuel Nabeiro.