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Em 2021, o valor da produção agrícola portuguesa ultrapassou os 9,6 mil milhões de euros, representando uma taxa de crescimento de 14,6% em relação a 2020. Nesse ano, a produção agrícola na União Europeia foi avaliada em 449,5 mil milhões de euros, representando um aumento de 8% face a 2020. Portugal alcançou, desta forma, a 4ª maior taxa de crescimento do valor de produção agrícola da União Europeia, bem acima da média europeia, para o mesmo período.
Cláudia Coelho, partner da PricewaterhouseCoopers (PwC), fez um balanço final da iniciativa Prémio Nacional de Agricultura (PNA), destacando o seu papel em estimular o crescimento da agricultura portuguesa. A gestora salientou que os números apresentados refletem o investimento ocorrido em determinados setores, como é o caso do olival intensivo com regadio, que tem resultado em valores recorde de produção, nomeadamente, ao nível do azeite.
Este foi o último videocast do Agricultura Agora | Conversas sobre Sustentabilidade, um ciclo de oito entrevistas realizadas no âmbito da 11ª edição do Prémio Nacional de Agricultura (PNA). Esta edição revelou, mais uma vez, ser um sucesso, tendo recebido um total de 1.320 candidaturas relativas a projetos de todo o país: 2% dizem respeito a jovens agricultores, 18% a empresários em nome individual, 52% a agricultura sustentável, 17% a agricultura digital e 12% a agricultura exportadora. As candidaturas encontram-se neste momento em análise pela PwC, serão posteriormente avaliadas por dois comités técnicos e, na fase final, por um júri. Os vencedores serão revelados no próximo mês.
Esta iniciativa anual do BPI e da Cofina, que conta com o patrocínio do Ministério da Agricultura e o apoio da PricewaterhouseCoopers, visa premiar os agricultores e as empresas portuguesas que se destacam como casos de sucesso no setor da agricultura em Portugal.
Em 10 anos do PNA foram aceites mais de 9 mil candidaturas e atribuídos 150 prémios nas diferentes categorias. Estes números fazem do PNA um sucesso?
Sim, claramente um sucesso. Trata-se de uma iniciativa com cerca de 10 anos, que a PwC apoiou desde o início, e temos vindo a verificar que está a dar frutos. O PNA começou com cerca de 50 candidaturas e estamos agora com um número recorde de 1.321 candidaturas apresentadas na última edição. Isto traduz a capacidade de termos um prémio ao longo de tantos anos e que continua a crescer. Estamos perante uma iniciativa que não está a perder a sua atualidade, muito também porque o próprio setor está em evolução. É um setor que está a acompanhar todos os desenvolvimentos, a tentar modernizar-se e a inovar, dando origem a mais empresas e iniciativas, o que, naturalmente, acaba por resultar em mais candidaturas. Penso que não temos, em Portugal, muitos prémios com esta continuidade, e esta capacidade de anualmente juntar um número tão elevado de candidaturas num setor. Nos últimos seis anos, temos tido sempre acima de mil candidaturas, num setor que tem 40 mil empresas, o que significa que temos uma capacidade muito grande de mobilizar as empresas.
O PNA acompanha e estimula o desenvolvimento do setor agrícola, ou seja, todos os anos é pensado e revisto numa lógica de procurar identificar as boas práticas e desenvolver os critérios de avaliação, no sentido de cada vez mais valorizar os fatores diferenciadores, como a inovação. Desta forma, acho que há um papel importante de dinamização do setor, sensibilização e comunicação para aquilo que são as melhores práticas e a inovação que é esperada. Quando a PwC analisa as candidaturas, é interessante verificar que cada vez mais temos soluções que aplicam tecnologia à agricultura. Isto tem imensas vantagens, quer do ponto de vista da própria eficiência da agricultura, isto é, da produção, quer da utilização da água e outros recursos. Cada vez mais os projetos associam as componentes tecnológicas a um setor tradicionalmente menos aderente à tecnologia.
A agricultura já incorpora a ciência e a tecnologia em Portugal?
Não diria que é uma incorporação natural, mas é obviamente necessária, e atualmente qualquer projeto agrícola que seja lançado tem obviamente em consideração esta componente. O prémio tem vindo também a fazer esta adaptação, ao nível das categorias. Todos os anos há categorias selecionadas para diferenciar os projetos. Por exemplo, este ano temos a agricultura digital, que traduz claramente a vontade de recebermos projetos deste tipo, acabando por estimular a apresentação desses mesmos projetos e levando os agricultores a pensar que, se existe esta categoria, há que trabalhar nesse sentido.
Em termos macroeconómicos qual é o quadro da agricultura nacional?
A agricultura em Portugal é claramente um setor que tem vindo a crescer. Em 2021, Portugal apresentou o 4º maior crescimento do valor da produção agrícola de toda a União Europeia. É um crescimento de 15% em relação a 2020, números muito bons que também representam o investimento que tem ocorrido em determinados setores, como é o caso do olival intensivo com regadio, que tem resultado em valores recorde de produção, como, por exemplo, ao nível do azeite. A agricultura pesa cada vez mais na economia portuguesa: cresceu 1,7 % em 2021.
O contributo da PwC é um trabalho hercúleo, que começa pela validação das candidaturas?
O trabalho começa antes, com o planeamento do prémio da edição de cada ano. É um trabalho realizado em conjunto com os restantes parceiros do projeto, no qual refletimos sobre as categorias que pretendemos ter, também face ao que são as tendências e ao que se quer estimular em termos de projetos. Revemos a metodologia, nomeadamente os questionários para as candidaturas, que devem ser sempre atualizados face ao ano anterior. Depois, o nosso trabalho consiste em avaliar cada candidatura apresentada. É uma análise objetiva, na medida em que pontuamos de acordo com uma grelha de avaliação, que tem várias dimensões, incluindo a económica, digital, a da sustentabilidade e inovação. O que pretendemos é criar os critérios de avaliação que estimulem as boas práticas nos projetos e garantir que têm as várias valências para se tornarem projetos de sucesso.
Sim, na medida em que a sustentabilidade é cada vez mais um fator transversal a toda a economia. Por isso, questões relacionadas com a integração de fatores de sustentabilidade na agricultura são essenciais e vão desde a otimização de consumos de água à economia circular, ao uso de fertilizantes, às energias renováveis. A sustentabilidade é um fator que tem vários eixos, económicos, ambientais e sociais, e uns não vivem sem os outros. Um projeto que integre fatores de sustentabilidade, para além de todas as questões relacionadas com os aspetos financeiros da produção, tem de conter ainda a vertente ambiental e social, trabalhada de forma a potenciar a criação de valor e otimização de recursos.
A classificação das candidaturas é, portanto, um papel fundamental da PwC?
A classificação de acordo com a nossa grelha de avaliação serve para construirmos um top de candidaturas, que é primeiro apresentado a um comité de especialistas em cada área de avaliação e só depois é que enviamos para um júri. Existem, portanto, vários filtros de análise. O grande trabalho da PwC é analisar as 1.200 candidaturas e conseguir reduzi-las a um número limitado, que representam as melhores candidaturas, as que passam ao filtro seguinte de avaliação. O júri recebe cerca de 10 candidaturas de cada categoria e tem o papel soberano de decidir, face à sua experiência e conhecimento do setor, os fatores diferenciadores, para poder fazer a sua avaliação. Também temos menções honrosas, que permitem premiar de alguma forma as empresas que, não tendo sido selecionadas, apresentaram iniciativas que consideramos que também merecem ser reconhecidas.
Acha que o PNA, que já vai na 11ª edição, tem pelo menos mais outras 11 edições pela frente?
Sim, enquanto o setor continuar a crescer, claramente. E estamos a falar de um setor em desenvolvimento a nível mundial. Portugal tem uma aposta no setor agrícola, portanto, temos todo um caminho pela frente em termos de mais projetos e mais candidaturas.
Veja aqui o videocast
Cláudia Coelho, partner da PricewaterhouseCoopers (PwC), fez um balanço final da iniciativa Prémio Nacional de Agricultura (PNA), destacando o seu papel em estimular o crescimento da agricultura portuguesa. A gestora salientou que os números apresentados refletem o investimento ocorrido em determinados setores, como é o caso do olival intensivo com regadio, que tem resultado em valores recorde de produção, nomeadamente, ao nível do azeite.
Este foi o último videocast do Agricultura Agora | Conversas sobre Sustentabilidade, um ciclo de oito entrevistas realizadas no âmbito da 11ª edição do Prémio Nacional de Agricultura (PNA). Esta edição revelou, mais uma vez, ser um sucesso, tendo recebido um total de 1.320 candidaturas relativas a projetos de todo o país: 2% dizem respeito a jovens agricultores, 18% a empresários em nome individual, 52% a agricultura sustentável, 17% a agricultura digital e 12% a agricultura exportadora. As candidaturas encontram-se neste momento em análise pela PwC, serão posteriormente avaliadas por dois comités técnicos e, na fase final, por um júri. Os vencedores serão revelados no próximo mês.
Esta iniciativa anual do BPI e da Cofina, que conta com o patrocínio do Ministério da Agricultura e o apoio da PricewaterhouseCoopers, visa premiar os agricultores e as empresas portuguesas que se destacam como casos de sucesso no setor da agricultura em Portugal.
Em 10 anos do PNA foram aceites mais de 9 mil candidaturas e atribuídos 150 prémios nas diferentes categorias. Estes números fazem do PNA um sucesso?
Sim, claramente um sucesso. Trata-se de uma iniciativa com cerca de 10 anos, que a PwC apoiou desde o início, e temos vindo a verificar que está a dar frutos. O PNA começou com cerca de 50 candidaturas e estamos agora com um número recorde de 1.321 candidaturas apresentadas na última edição. Isto traduz a capacidade de termos um prémio ao longo de tantos anos e que continua a crescer. Estamos perante uma iniciativa que não está a perder a sua atualidade, muito também porque o próprio setor está em evolução. É um setor que está a acompanhar todos os desenvolvimentos, a tentar modernizar-se e a inovar, dando origem a mais empresas e iniciativas, o que, naturalmente, acaba por resultar em mais candidaturas. Penso que não temos, em Portugal, muitos prémios com esta continuidade, e esta capacidade de anualmente juntar um número tão elevado de candidaturas num setor. Nos últimos seis anos, temos tido sempre acima de mil candidaturas, num setor que tem 40 mil empresas, o que significa que temos uma capacidade muito grande de mobilizar as empresas.
Cada vez mais temos soluções que aplicam tecnologia à agricultura, o que tem imensas vantagens, quer do ponto de vista da produção, quer da utilização da água e outros recursos.
O mesmo sucesso é extensivo à agricultura portuguesa?O PNA acompanha e estimula o desenvolvimento do setor agrícola, ou seja, todos os anos é pensado e revisto numa lógica de procurar identificar as boas práticas e desenvolver os critérios de avaliação, no sentido de cada vez mais valorizar os fatores diferenciadores, como a inovação. Desta forma, acho que há um papel importante de dinamização do setor, sensibilização e comunicação para aquilo que são as melhores práticas e a inovação que é esperada. Quando a PwC analisa as candidaturas, é interessante verificar que cada vez mais temos soluções que aplicam tecnologia à agricultura. Isto tem imensas vantagens, quer do ponto de vista da própria eficiência da agricultura, isto é, da produção, quer da utilização da água e outros recursos. Cada vez mais os projetos associam as componentes tecnológicas a um setor tradicionalmente menos aderente à tecnologia.
A agricultura já incorpora a ciência e a tecnologia em Portugal?
Não diria que é uma incorporação natural, mas é obviamente necessária, e atualmente qualquer projeto agrícola que seja lançado tem obviamente em consideração esta componente. O prémio tem vindo também a fazer esta adaptação, ao nível das categorias. Todos os anos há categorias selecionadas para diferenciar os projetos. Por exemplo, este ano temos a agricultura digital, que traduz claramente a vontade de recebermos projetos deste tipo, acabando por estimular a apresentação desses mesmos projetos e levando os agricultores a pensar que, se existe esta categoria, há que trabalhar nesse sentido.
Em termos macroeconómicos qual é o quadro da agricultura nacional?
A agricultura em Portugal é claramente um setor que tem vindo a crescer. Em 2021, Portugal apresentou o 4º maior crescimento do valor da produção agrícola de toda a União Europeia. É um crescimento de 15% em relação a 2020, números muito bons que também representam o investimento que tem ocorrido em determinados setores, como é o caso do olival intensivo com regadio, que tem resultado em valores recorde de produção, como, por exemplo, ao nível do azeite. A agricultura pesa cada vez mais na economia portuguesa: cresceu 1,7 % em 2021.
O contributo da PwC é um trabalho hercúleo, que começa pela validação das candidaturas?
O trabalho começa antes, com o planeamento do prémio da edição de cada ano. É um trabalho realizado em conjunto com os restantes parceiros do projeto, no qual refletimos sobre as categorias que pretendemos ter, também face ao que são as tendências e ao que se quer estimular em termos de projetos. Revemos a metodologia, nomeadamente os questionários para as candidaturas, que devem ser sempre atualizados face ao ano anterior. Depois, o nosso trabalho consiste em avaliar cada candidatura apresentada. É uma análise objetiva, na medida em que pontuamos de acordo com uma grelha de avaliação, que tem várias dimensões, incluindo a económica, digital, a da sustentabilidade e inovação. O que pretendemos é criar os critérios de avaliação que estimulem as boas práticas nos projetos e garantir que têm as várias valências para se tornarem projetos de sucesso.
O PNA é pensado numa lógica de procurar identificar as boas práticas e valorizar os fatores diferenciadores, como a inovação.
A sustentabilidade tem um peso cada vez mais determinante no sucesso das candidaturas?Sim, na medida em que a sustentabilidade é cada vez mais um fator transversal a toda a economia. Por isso, questões relacionadas com a integração de fatores de sustentabilidade na agricultura são essenciais e vão desde a otimização de consumos de água à economia circular, ao uso de fertilizantes, às energias renováveis. A sustentabilidade é um fator que tem vários eixos, económicos, ambientais e sociais, e uns não vivem sem os outros. Um projeto que integre fatores de sustentabilidade, para além de todas as questões relacionadas com os aspetos financeiros da produção, tem de conter ainda a vertente ambiental e social, trabalhada de forma a potenciar a criação de valor e otimização de recursos.
A classificação das candidaturas é, portanto, um papel fundamental da PwC?
A classificação de acordo com a nossa grelha de avaliação serve para construirmos um top de candidaturas, que é primeiro apresentado a um comité de especialistas em cada área de avaliação e só depois é que enviamos para um júri. Existem, portanto, vários filtros de análise. O grande trabalho da PwC é analisar as 1.200 candidaturas e conseguir reduzi-las a um número limitado, que representam as melhores candidaturas, as que passam ao filtro seguinte de avaliação. O júri recebe cerca de 10 candidaturas de cada categoria e tem o papel soberano de decidir, face à sua experiência e conhecimento do setor, os fatores diferenciadores, para poder fazer a sua avaliação. Também temos menções honrosas, que permitem premiar de alguma forma as empresas que, não tendo sido selecionadas, apresentaram iniciativas que consideramos que também merecem ser reconhecidas.
Acha que o PNA, que já vai na 11ª edição, tem pelo menos mais outras 11 edições pela frente?
Sim, enquanto o setor continuar a crescer, claramente. E estamos a falar de um setor em desenvolvimento a nível mundial. Portugal tem uma aposta no setor agrícola, portanto, temos todo um caminho pela frente em termos de mais projetos e mais candidaturas.
Veja aqui o videocast