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Start-ups têm a ambição de se tornarem grandes

"A economia portuguesa conseguiu surpreender e superar essas expectativas, e conseguiu pelo dinamismo das suas empresas", referiu Manuel Caldeira Cabral, ministro da Economia.

20 de Junho de 2018 às 11:19
Manuel Caldeira Cabral, ministro da Economia, defendeu a política de inovação. TOZE Canaveira
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Em 2017 a economia cresceu 2,7%, "um crescimento que já vai no sétimo trimestre consecutivo acima dos 2%, algo que não acontecia desde 1999, o que significa que a economia portuguesa está a crescer e a bom ritmo", referiu Manuel Caldeira Cabral, ministro da Economia, na entrega dos prémios Excellens Oeconomia, que se realizou a 6 de junho no Hotel Ritz em Lisboa.

É um "crescimento sustentado, puxado em grande medida pelo investimento, e tivemos o ano passado o maior crescimento do investimento dos últimos 18 anos, um crescimento equilibrado, não só porque está a acontecer ao mesmo tempo que prossegue a consolidação orçamental e se conseguiu reduzir o endividamento, mas também equilibrado em termos externos", salientou Manuel Caldeira Cabral. Relembrou que nos últimos cinco anos Portugal teve saldos positivos das contas externas, e que "nos dois últimos anos foram os maiores saldos positivos de sempre das contas externas".

A transformação da Outsystems no segundo unicórnio (valorizado em mais de mil milhões de dólares), depois da Farfetch, serviu para Manuel Caldeira Cabral falar da estratégia de apoio às start-ups. Na sua opinião, "mostra que a aposta muito forte que o Governo fez na inovação, nas start-ups, nas empresas tecnológicas com forte potencial crescimento".

Apoio às start-ups

"Desde o início que dissemos que as start-ups são empresas com a ambição de se tornarem grandes. Nem todas se vão tornar grandes mas que muitas vão fazer esse caminho e as que o fizerem em Portugal vão ser fortemente criadoras de emprego qualificado e de alta qualidade", afirmou o ministro da Economia.

Salientou que a Outsystems tem há dez anos um centro de competência em Proença-a-Nova, que exporta serviços e software para todo o mundo. A Farfect tem a sua maior sede em Guimarães, e tem mais de 2 mil trabalhadores e está a duplicar as suas instalações, e a Feedzai nasceu em Coimbra.

Há empresas que souberam diferenciar-se e concorrem com as melhores empresas do mundo. Manuel Caldeira Cabral
Ministro da Economia

Estes sucessos inserem-se numa "política integrada de inovação que olha para estas empresas, para as suas necessidades, para as questões fiscais, para os problemas de financiamento. Foi olhar para todo o ecossistema criando, por exemplo, uma rede de incubadoras com mais serviços para estas empresas".

A política de apoio à internacionalização e à inovação não se fica pelas start-ups. O programa Interface é um programa que aposta nos centros tecnológicos e de transferência de conhecimento. Portugal tem hoje muito mais conhecimento do que há 10 ou 20 anos, e esse conhecimento tem de ser transformado em valor nas empresas e para a economia portuguesa. Frisou que este imperativo tem de ir além das start-ups e das grandes empresas, o conhecimento e a inovação "têm de chegar a todas as empresas, a todo o tecido empresarial, nomeadamente as PME".

A surpresa das exportações

O crescimento económico e das exportações têm deixado as pessoas perplexas. Recordou uma conferência no Ritz em início de 2017 com instituições internacionais como o FMI em que se defendia que o desemprego dificilmente baixaria dos 10% até 2020. Nos últimos 12 anos Portugal teve uma performance no crescimento das exportações acima da Alemanha e da Holanda.

"A economia portuguesa conseguiu surpreender e superar essas expectativas, e conseguiu pelo dinamismo das suas empresas", sentenciou Manuel Caldeira Cabral. Acrescentou à lista de boas empresas, inovadoras e com presença industrial, Frezite, TMG Automotive, Simoldes, Frulact, Sovena, Corticeira Amorim, Critical Software, Renova, Prozis. São "empresas que souberam diferenciar os seus negócios pela tecnologia, que concorrem com as melhores empresas do mundo, tendo muitas vezes uma dimensão 10, 20, 30 vezes menor, mas tendo ambição e qualidade que as iguala, e assim conquistam o seu espaço no mundo", concluiu o ministro da Economia.


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