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"Estima-se que na Europa, até 2020, mais de 90% dos postos de trabalho exigirão competências nas áreas digitais e 55% da população portuguesa não acompanha essa evolução", refere Bethy Larsen, People & Organization Partner da PwC.
Adianta que a opinião dos CEO portugueses vai de encontro com a previsão do estudo PwC "Will robots really steal our jobs?". "Contrariamente à tendência verificada na Europa Ocidental, a maioria dos CEO em Portugal acredita que a Inteligência Artificial irá substituir mais empregos do que criará, podemos verificar que já existe uma consciencialização para a relação entre a percentagem de trabalhadores qualificados e a expectativa de automação dos postos de trabalhos".
O estudo referido prevê que, na década de 2030, a proporção estimada de empregos existentes com alto risco de automação, prevista para o início da década, varie significativamente de país para país.
Estas estimativas variam cerca de 20 a 25% em algumas economias do leste asiático e Europa nórdica, com níveis educacionais médios relativamente altos, para mais de 40% nas economias do Leste europeu, onde a produção industrial, que tende a ser mais fácil de automatizar, ainda representa uma parcela relativamente alta do emprego total. "Países como o Reino Unido e os EUA, com economias dominadas por serviços, mas também com caudas relativamente "compridas" de trabalhadores menos qualificados, podem ter níveis intermediários de automação, no longo prazo", salienta Bethy Larsen.
Portugal e modelos
Em Portugal, um país terceirizado e com algumas lacunas relativamente à disponibilidade de competências-chave, será previsível um cenário intermédio de automação, defende Bethy Larsen. "Contudo, este número pode ser colmatado com os novos empregos que poderão vir a ser criados na sequência da combinação entre a automação e o crescimento económico, aliado a um investimento das empresas na requalificação dos seus atuais profissionais", admite a partner da PwC.
A redefinição do mercado laboral por tecnologias como a inteligência artificial, a automação ou o machine learning tem impacto nos modelos de negócios das empresas e na adaptação e transformação da força de trabalho.
Para Bethy Larsen atualmente existem um conjunto de competências chave que estão, tradicionalmente, associadas à formação em engenharia informática ou eletrónica. Contudo, "também esta tendência está a mudar e áreas mais teóricas, como a matemática, a física, a biomédica, a engenharia aeroespacial, entre outras, começam a revelar-se cada vez mais importantes no suporte a esta complexa transformação tecnológica" conclui Bethy Larsen.