Outros sites Medialivre
Notícia

A união entre a fiscalidade e a estratégia

A forma como as empresas norte-americanas fazem arbitragem fiscal ou a atenção da Comissão Europeia à forma como as empresas multinacionais gerem os seus impostos ou a pressão para a transparência fiscal tornam esta função e esta relação uma questão reputacional.

06 de Abril de 2017 às 11:08
  • Partilhar artigo
  • ...
Paulo Ribeiro
PwC Tax Reporting & Strategy Partner


"Os líderes empresariais colocavam tradicionalmente a gestão fiscal como uma função de compliance, uma matéria complexa para especialistas. Embora alguns executivos de topo tenham começado a perceber que a função fiscal desempenha um papel importante na sua estratégia geral, ela tende a operar de forma relativamente independente. Quando os impostos forçam a sua entrada na agenda do CEO ou do conselho de administração, é muitas vezes no contexto de má notícia" escreve-se recentemente no artigo The Marriage of Tax and Strategy, assinado por Andy Ruggles, Mark Schofield e Michael Shehab na revista Strategy+Business.

A forma como as empresas norte-americanas fazem arbitragem fiscal ou a atenção da Comissão Europeia à forma como as empresas multinacionais gerem os seus impostos ou a pressão para a transparência fiscal tornam esta função e esta relação uma questão reputacional. Além disso, as receitas fiscais são a base para a despesa pública e para os objectivos com que os governos que se comprometem e querem atingir. As empresas são questionadas e têm de responder de forma clara e ponderada a um conjunto de stakeholders cada vez maior e mais diverso, que inclui a administração fiscal, o Governo, mas também reguladores, investidores, ONG, media e a opinião pública.

O Big Data muda relação de forças

A componente fiscal ganha assim uma importância cada vez maior para os governos, contribuintes e restantes stakeholders. A vantagem tecnologia e de recolha de dados, o denominado Big Data, também mudou a relação de forças entre as empresas, sobretudo multinacionais, e as administrações fiscais. Assim está a tornar-se uma prática recomendada considerar a função fiscal como estratégica, "pois ajuda a estabelecer prioridades de negócios e a dá à empresa uma vantagem competitiva. Por outro lado, as autoridades fiscais podem ter mais informações sobre os dados da empresa do que a própria empresa" referem Andy Ruggles, Mark Schofield e Michael Shehab.

Para estes autores até agora a riqueza de dados era quase inacessível e pouco explorada pelas organizações por isso sub-investiram na função fiscal. Com a digitalização e a integração, as empresas podem começar a criar a função fiscal do futuro. Para isso identificam quatro objectivos para a função fiscal do futuro que melhorará as operações, tornará a empresa mais competitiva e diminuirá o risco de não-conformidade.



Mais notícias