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José Manuel Bernardo, presidente da PwC, ficou surpreendido com ao primeiro-ministro António Costa "pela grande capacidade para fazer a ponte entre várias sensibilidades e construir plataformas de entendimento que permitem sustentar o governo". Os resultados como o cumprimento do limite do défice, a eventual saída do Procedimento de Défice Excessivo são benéficos tal como o crescimento económico e das exportações. Mas diz que o crescimento devia ser mais robusto "porque é a única forma de conseguirmos reduzir o desemprego e criar rendimento disponível para as pessoas".
Portugal tem alguns problemas como a dívida, precisa de investimentos mas a taxa de poupança está em níveis muito baixos por isso é preciso atrair capital. Para isso "têm de se criar condições para os investidores se sentirem bem em Portugal. Uma das questões principais, na minha opinião, tem a ver com a confiança e com a estabilidade". Tem aumentado a confiança do mercado em relação ao Governo mas para José Manuel Bernardo, "as alterações sistemáticas de normas, de leis, dos quadros em que actividades económicas são exercidas não ajudam. Precisamos de ter estabilidade e certeza relativamente às questões de impostos, licenciamentos, ao que se pode ou não e como se pode fazer. Mais importante do que se a taxa sobre ou desce, é ter certeza fiscal". Refere ainda que "a carga fiscal é alta mas a carga fiscal das empresas não compara mal com a que existe na Alemanha, França ou outros países da OCDE. Mas a carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho é muito grande, os impostos indirectos são muitos e isto deixa pouca margem para fomentar a poupança, o consumo e o investimento".
Para injecção de capitais na economia e nas empresas, os fundos do Portugal 2020 poderiam ser de grande apoio. "O programa permitiria dar um impulso ao país e para dar condições para a nossa sustentabilidade futura no desenvolvimento de um conjunto de competências e de valências para as empresas se instalarem em Portugal e desenvolver as existentes" diz o presidente da PwC.
A questão, como diz José Manuel Bernardo, "está no efeito prático e no que se consegue criar com estes fundos. Pelos últimos dados na União Europeia, o compromisso com projectos aprovados passou de 16% em 2015 para 41% em finais de 2016 mas a taxa de execução é muito baixa, cerca de 11% e já estamos em 2017. Há ainda muito trabalho para fazer e é muito cedo para fazer a avaliação do impacto".
5ª edição do Prémio Excellens Oeconomia
No lançamento da quinta edição do Prémio Excellens Oeconomia, para empresas e personalidades que mais se destacaram em 2016, uma organização do Jornal de Negócios e da PwC, José Manuel Bernardo assinala o lado inspirador do prémio para as empresas e para os gestores e empresários. Assinala que até agora "os vencedores tanto na categoria de empresas como de personalidades têm sido casos de sucesso continuado. Temos tido bons exemplos para Portugal. São empresas que têm feito um esforço para evoluir no mercado, crescerem, são competitivas e vencedoras muitas vezes depois de ter vencido grandes obstáculos". Está confiante na qualidade dos próximos vencedores porque "na economia portuguesa ainda temos muitos bons exemplos para premiar por isso o júri continua a não ter uma tarefa fácil".