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Os grandes bancos vão juntar-se?

A redução do negócio bancário e o ambiente de taxas de juro negativas empurram a grande banca para maior concentração. Novo Banco pode ser peça-chave neste processo. Para já, a consolidação faz-se na pequena banca.

Maria João Gago mjgago@negocios.pt 30 de Dezembro de 2015 às 11:30
Pedro Catarino/Correio da Manhã
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O ambiente económico e financeiro em que a banca deverá continuar a operar em 2016, com redução da procura de serviços bancários e taxas de juro negativas, empurram os grandes bancos nacionais para uma maior concentração. Prova de que há condições para maior consolidação, são as iniciativas desencadeadas nesse sentido em 2015. No entanto, neste momento, não se consegue antecipar uma operação concreta de consolidação que tenha como protagonistas grandes instituições financeiras.

O Novo Banco pode ser uma peça-chave num eventual movimento para criar um banco português de maior dimensão. Vários responsáveis do sector defendem que o Banco de Portugal, responsável pela venda da instituição, deve aproveitar este processo para promover um reforço da concentração bancária.

Foi precisamente para ganharem dimensão através da compra desta instituição que o BPI e o Santander Totta participaram na primeira tentativa de venda do banco liderado por Eduardo Stock da Cunha. Resta saber se a alienação a relançar em Janeiro voltará a despertar interesse de bancos já instalados no mercado nacional.

Outra prova do apetite do sector pelo reforço de dimensão são outras iniciativas levadas a cabo em 2015 tendo em vista a consolidação bancária. A mais recente foi a compra da maioria dos activos bancários do Banif pelo Santander Totta, o que permitiu ao grupo espanhol conquistar mais de 2% de quota de mercado.

Já antes, o Santander e o Popular, outro banco espanhol presente no mercado nacional, tinham tentado comprar o Barclays Portugal, negócio que acabou nas mãos do Bankinter, um estreante que assim protagonizou uma pequena operação de consolidação ibérica.

O ano que agora termina também recolocou em cima da mesa o velho projecto de fusão entre o BCP e o BPI. A segunda maior accionista deste banco propôs a operação como alternativa à OPA do CaixaBank, entretanto fracassada. O projecto não teve evolução porque o BPI está ainda a resolver o problema do excesso de concentração de riscos em Angola. Mas o facto de a operação ter sido recuperada oito anos depois da segunda tentativa fracassada significa que pode fazer sentido económico e financeiro. Assim, não será impossível que volte a ser recuperado.

Mas a procura de dimensão é um movimento europeu, pelo que também não será surpreendente que Portugal seja palco do reforço da presença de um grupo internacional. Foi essa a lógica da OPA do CaixaBank sobre o BPI. Resolvido o problema do banco português em Angola, o grupo catalão pode voltar a tentar a sua sorte no sentido de ganhar dimensão a nível ibérico.



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