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A referência a um referendo foi feita pelo actual primeiro-ministro David Cameron ainda no início de 2013, e acabou por fazer parte das promessas eleitorais com as quais renovou o seu mandato em Maio de 2015 depois de o partido eurocéptico UKIP ter vencido as eleições para o Parlamento Europeu. Cameron quer que o "sim" saia vencedor, mas quer também um conjunto de alterações no contrato de adesão.
Londres quer mais soberania – ou seja, mais poderes para o seu Parlamento –, blindar-se contra custos que possam surgir no quadro da Zona Euro, ter margem de manobra para combater o que considera ser o uso abusivo do sistema de benefícios sociais pelos imigrantes e, por último, uma Europa focada na competitividade e no combate à burocracia. Muito provavelmente em Fevereiro de 2016 terá uma resposta final dos seus parceiros sobre os termos em que estas exigências podem ser satisfeitas.
O tema discute-se apaixonadamente nos media (tendencialmente a favor do "Brexit", o Daily Express ou o Daily Mail; contra, a The Economist) e nas ruas, onde está em marcha uma campanha a favor do "sim" – Britain Stronger in Europe –, e duas pelo "não" – Leave.EU e Vote Leave, take control.
MAIS AUTONOMIA
O Parlamento britânico recuperaria mais autonomia para legislar, e essa maior autonomia seria sentida, em particular, nas áreas que são actualmente da competência exclusiva de Bruxelas, como é o caso do comércio, onde se incluem várias normas de segurança e de saúde.
LIMITES À IMIGRAÇÃO
Saindo da União Europeia, o Reino Unido deixaria de ter de aceitar a entrada de trabalhadores de outros Estados-membros que passariam a ficar sujeitos às quotas e critérios da política de imigração fixada pelo país para todos os demais.
PREJUÍZO ECONÓMICO
O PIB britânico pode sofrer uma contracção de 14% até 2030, estima o instituto alemão Ifo. Já o Open Europe estima uma perda bem menor, de 2,2% no mesmo período. Também os restantes Estados-membros ficariam a perder, mas muito menos. Sintomaticamente, a comunidade empresarial e financeira britânica quer ficar na UE.
PERDA DE INFLUÊNCIA
Num mundo crescentemente organizado em pólos políticos e económicos, a capacidade de o Reino Unido fazer ouvir a sua voz poderá ser reduzida. A Escócia, que quer ficar na UE, pode reabilitar o debate da independência.