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A TAP vai voltar às mãos do Estado?

As negociações entre o Governo e o consórcio privado que comprou 61% da companhia aérea ainda estão no início, mas o primeiro-ministro já deixou claro que a maioria do capital da TAP voltará para o Estado mesmo que não haja acordo.

30 de Dezembro de 2015 às 11:00
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António Costa já garantiu que o Estado irá retomar a maioria do capital da TAP com ou sem acordo com a Atlantic Gateway, a sociedade que adquiriu, na privatização, 61% da companhia aérea.

As negociações estão ainda no início e começaram com as posições bem extremadas. Humberto Pedrosa e David Neeleman, que já injectaram 180 milhões de euros na TAP, dizem não estar disponíveis para ficar minoritários na empresa e garantem que vão cumprir o contrato que assinaram com o Estado. Em resposta, o primeiro-ministro veio garantir que a execução do programa do Governo avançará mesmo sem o acordo dos privados. E demore o tempo que demorar.

António Costa tem recordado as condições "precárias" em que foi assinado o contrato de venda da maioria do capital da TAP, a 12 de Novembro, com o Executivo de Passos Coelho de saída. Já os novos donos argumentam que a TAP necessitava desesperadamente de investimento que o Estado não podia fazer por causa das leis comunitárias sobre as ajudas públicas.

Além de terem pago 10 milhões de euros pelas acções da companhia aérea, Pedrosa e Neeleman comprometeram-se a injectar 338 milhões de euros de capital. Em entrevista à TVI, a 17 de Dezembro, o norte-americano fez questão de frisar: "Tivemos de fazer tudo muito rápido, porque a TAP não tinha dinheiro nem para salários, e devia 80 milhões de euros a fornecedores."

Também Fernando Pinto, o CEO da companhia, tem dados sinais de que a chegada dos novos donos trouxe tesouraria, capital e planos para o futuro da TAP.

O Governo e novos donos procurarão nos próximos meses aproximar posições, numa negociação que não se adivinha fácil. O Executivo quer retomar a maioria do capital, mas não quer perder o sócio privado, que trouxe capital à companhia. Mas Neeleman e Pedrosa já disseram que não ficam confortáveis em minoria mesmo com o controlo da gestão.
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