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Portugueses bebem menos vinho, exportam mais

O consumo de vinho está a recuperar há dois anos, mas encontra-se ainda longe dos valores observados na década de 90. Ao mesmo tempo, as exportações deste produto continuam a crescer.

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O sector vinícola tem atravessado importantes transformações nos últimos anos. Entre as principais mudanças, há duas trajectórias diferentes que se destacam: os portugueses bebem hoje menos copos de vinho do que no passado, mas as garrafas com marca portuguesa vendem-se cada vez melhor lá fora.

O vinho é um dos produtos que mais dinheiro traz para Portugal via exportações e também um dos que gera maiores excedentes comerciais. Segundo os dados do INE, no ano passado, o vinho foi o décimo produto mais vendido - num total de 1.178 - e aquele que registou o quarto maior saldo positivo face ao exterior. Entre 2009 e 2015, as exportações de vinho tiveram uma subida acumulada de 27%.

Isso não significa que esteja a sair mais vinho do país. Pelo contrário. A quantidade vendida ao exterior está a recuar desde 2013. Contudo, isso não tem enfraquecido as exportações, por um motivo: ele é cada vez mais caro. Tal como acontece com outros produtos - como o calçado - o vinho tem aumentado o preço de exportação. O preço médio por litro exportado saltou de 1,84 para 2,63 euros entre 2006 e 2015.

O vinho do porto é o principal responsável pelo bom resultado das exportações desta mercadoria, representando quase 43% das mesmas no ano passado. Seguem-se outros tintos fora de Denominações de Origem Protegida (DOP), com 10%, e vinho verde DOP, com 7,4%.

Os números do Instituto da Vinha e do Vinho mostram que Portugal tem a 11.ª maior produção de vinho do mundo. Em 2015, foram exportados 735 milhões de euros, com França a destacar-se como o principal destino destas vendas.

Em paralelo a este maior dinamismo exportador assiste-se a um ajustamento do território ocupado por vinhas. Entre 1989 e 2013, caiu de 266 para 162 mil hectares. Um recuo de 39%, que também foi acompanhado por uma queda assinalável do número de explorações agrícolas com vinhas que, nessas mais de duas décadas, caiu para menos de metade (de 367 para 127 mil).

Só uma região portuguesa tem hoje mais vinhas do que em 1989: o Alentejo. O Alentejo Central em concreto é actualmente a terceira região mais produtora, representando 12,4% do total nacional.

Os portugueses estão também a beber vinho com mais moderação. Desde o início dos anos 90 até ao ano passado, o consumo caiu de mais de 60 litros por habitante para 47. No entanto, há uma luz ao fundo do túnel, ou da pipa: 2014 e 2015 voltaram a ser anos de crescimento.





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