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Desafios do digital em Portugal

É um roteiro para construir o futuro, em que se traçam objectivos, anseios e aspirações. É plano para fazer um país cada vez mais digital e próximo do que se imagina que será o amanhã

Filipe S. Fernandes 05 de Dezembro de 2016 às 15:33
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1. Pessoas

Qualificação, actividade e cidadania


Factos

74%
Da Geração Z concorda que o trabalho tem a responsabilidade de criar um Mundo melhor

32%
Das pessoas sentem que poderiam ser mais produtivas no trabalho se fossem devidamente incentivadas

66%
Da geração Z valoriza a igualdade de oportunidades na renumeração e na promoção

57%
Das empresas dizem que a falta de recursos qualificados é um desafio à segurança e ao valor da organização


Necessidades
• O objectivo das organizações e dos líderes está centrada nas pessoas
• Reinvenção da experiência das pessoas de HR

Educação
• Preparar as gerações para fazerem opções dando-lhes mais competências sociais
(pensamento crítico e integrado)
• Incentivar o Espírito Empreendedor e de iniciativa nas pessoas
• Detectar e potenciar o crescimento dos talentos (todos têm talento)
• Educar e criar skills de conversão da informação em conhecimento.
• Adaptar métodos educativos capazes de preparar mindsets e skills para a era digital.
(programação e codificação, minor arts).
• Adaptar percursos escolares para era digital, promovendo colaboração regular entre empresas e escolas.

Sociedade
• Adaptar as maneiras de viver de cada um de nós que se tornaram ilimitadas.
(diversidade de experiências pessoais e que conseguimos participar).
• Comunicar em rede, com processos de aprendizagem e de comunicação mais colectivos e participados do que no passado.
• Promover a literacia digital torna-se vital para compreender e avaliar a qualidade e credibilidade da informação.
• Incorporar novas noções espaciais e temporais e novos tipos de sociabilidade proporcionadas pelo digital.
• Perceber que o impacto social será sobretudo na velocidade, no escrutínio e no trabalho (ter tudo rápida e imediatamente em qualquer ligar muda o mindset das pessoas).
• Criar Consciência sobre o controlo e a segurança de dados pessoais.
• Educar e Sensibilizar as famílias para a gestão/educação das novas gerações nativas digitais.
• Identificar, formar e acompanhar os talentos que cada um dispõe.
• Entender riscos individuais ou colectivos decorrentes nas "novas" relações sociais (intrusão na privacidade, inibição perante adversidades reais, universos ilusórios de relacionamento).
• Criar um ecossistema de captação e divulgação de informação por parte dos media se seja mais sustentado para os cidadãos (comunicação ao serviço do conhecimento e sentido de responsabilidade).
• Utilizar as novas tecnologias Digitais para criar novas formas inteligentes de vivência e gestão das comunidades e dos territórios.
• Aproveitar a maior capacidade de ter visibilidade sobre assimetrias (sociais, demográficas e rendimento).
• Potenciar a existência de comunidades virtuais (espontâneas em resposta a um evento ou estruturadas e sustentáveis).
• Transformar os cidadãos em sensores vivos dos territórios.

Trabalho
• Apostar na qualificação e requalificação das pessoas e alavancar as competências e conhecimentos para a economia digital.
• Criar comportamentos /Cultura de segurança nas pessoas que aumentem a consciência pessoal e colectiva para os riscos e valor dos dados/informação
• Valorizar novas skills (gestão de tempo, gestão de equipas, inteligência emocional, aspectos comportamentais, criatividade, inovação, capacidade de adaptação e flexibilidade, visão estratégica, capacidade de antecipar tendências).
• Apostar na diferenciação de capacidades analíticas, autonomia e ousadia para lidar com uma realidade cada vez mais automatizada e tecnológica.
• Equilibrar o balanço entre skills técnicos e soft skills bem como a capacidade de trabalho noutros formatos (e.g.: horário flexível, teletrabalho,…).
• Perceber que os talentos mobilizam-se muito mais pelas características dos projectos, por ter tempo e momentos dedicados à responsabilidade social e ao voluntariado.



2. Organizações
Capacitação, competitividade e escala



Factos

35
Dias demora, em media, uma nova tecnologia a ter 50 mil user.


Necessidades
• Perceber os impactos na tecnologia e na organização.
• Líderes ou alavanca ou transforma o legado.
• Reconhecer o valor dos dados digitais para percepção, predição, resposta e habilitar decisões em tempo real.

Transformação operacional
• Saber encontrar e gerir os seus talentos, conferindo graus de liberdade adequados e não formatando em demasia.
• Aumentar a atractividade (misto entre "grandes produções de Hollywood" e "joint ventures institucionais") onde o talento é motivado e não controlado e onde fazer o que se gosta é crítico.
• Desenvolver competências digitais nos actuais colaboradores, estabelecer posições orgânicas com competências sólidas em matéria digital.
• Recrutar balanceando as soft-skills, adaptáveis com as skills técnicas ou competências específicas.
• Criar uma base de agentes de mudança e dinamização digital que permitam aproveitar oportunidades (novos modelos de serviço ou produtos) mais digitais.
• Qualificar e integrar recursos humanos com capacidade para utilizar e optimizar as tecnologias digitais.
• Reconhecer a criticidade do talento para fazer face à disrupção ("corrida ao ouro" no novo mundo digital).
• Conceber novas formas de avaliação e de envolvimento dos talentos, perceber como se adaptam e a que tipo de estímulos respondem.
• Expandir a dinâmica organizacional, e as várias actividades e iniciativas, ao conceito de projecto (equipas que se comprometem com determinado objectivo, prazo, ritmo e impacto).
• Fomentar culturas organizacionais e modelos de trabalho flexíveis (mais responsabilização e resultados que permitam gerir melhor a sustentabilidade da digitalização na sociedade.
• Incutir um sentido de urgência para a transformação digital das operações e processos das empresas
• Dotar as empresas de criatividade, flexibilidade, capacidade de resposta rápida organizacional para poderem lidar com um mundo em mudança
• Apostar na criação de mecanismos de integração em redes internacionais de modo escalar os negócios, sendo participantes activos no mercado digital Apostar na qualificação (e requalificação) das pessoas e na alavancagem de talento diversificado para competirem na economia digital e conhecimento (data scientists).
• Perceber que o digital exige para os produtos globais que os standards sejam globais,
(desafios para operações internacionais).
• Consolidar a relevância e criticidade das funções de CIO e de CISO dentro das organizações.
• Aproveitar a menor existência de barreiras à entrada para competir em mercados internacionais.
• Aproveitar as eficiências imediatas da digitalização para inovar em negócios mais tradicionais e gerar flexibilidade nas cadeias de valor.
• Capitalizar as oportunidades da economia digital, transformando digitalmente a respectivas. organizações (liderança, operações, modelos de trabalho, análise da informação, serviço ao cliente)
• Aproveitar a lógica repentista de alcance global.
• Introduzir novos métodos de organização e gestão, a par de processos tecnológicos sofisticados e de maior capacidade de integração da informação.
• Adoptar práticas de segurança e privacidade de informação de forma a proteger os dados/informação e mitigar os riscos reputacionais e financeiros.
• Avaliar as pessoas nos respectivos comportamentos em matéria de segurança.

Vínculo relacional
• Inserir mais emoções nos negócios, na medida em que a relação e a experiência são as palavras chave dos estilos de vida acuais.
• Aglutinar experiências e consumos disruptivos numa era em que a base de comparação são os grandes players, independentemente do sector de actividade em que a organização está.
• Actuar na cultura de buzz e das partilhas do social media, sabendo lidar com os efeitos de escalabilidade, dimensão da informação e mensurabilidade.
• Responder à elevada exigência e expectativa de conveniência do novo consumidor (em qualquer local e em qualquer altura), de forma consistente nos vários pontos de contacto.
• Criar experiências únicas para os clientes, proporcionando um engagement com a marca.
• Alavancar a competitividade das empresas em modelo de relacionamento efectivo com os clientes orientados para a experiência diferencial.
• Fomentar que os negócios se reinventem sem perder a sua identidade (conseguirem acompanhar a velocidade da informação e as necessidades customizadas e direccionadas dos consumidores.
• Conhecer o cliente, entender em profundidade as suas necessidades, e desenvolver uma proposta de valor que, se possível, exceda as suas expectativas.
• Comunicar bidireccionalmente, o que obriga a maior agilidade e assertividade na resposta
(rapidez, eficácia e correcção da abordagem).
• Adoptar e gerir uma multiplicidade de canais (tradicionais e novos) e de pontos de contacto e estar direccionada para o cliente.
• Criar um foco muito diferenciado para os novos tipos de cliente millennial/nativos digitais (procuram simplicidade, conveniência, facilidade de acesso.
• Apostar na utilização de ferramentas "know your customer" e criação de métricas de medição dos hábitos e padrões de consumo.
• Comunicar através dos diversos canais existentes de uma forma simples e conveniente, e ao mesmo tempo adaptar as suas mensagens consoante os targets e contexto.
• Construir vínculos emocionais, relevantes e consistentes em todos os canais de comunicação (jornada de decisão passou a ser multicanal, dispersa, complexa e menos linear).

Sofisticação tecnológica
• Aumentar a capacidade de ter algoritmos e bases de informação que sustentem sistemas preditivos, o que tornará diferencial a capacidade de interpretar esses insights.
• Incorporar as tecnologias digitais implica disrupção nas indústrias tradicionais (nem todas as legacies se vão conseguir adaptar).
• Incorporar efeitos reais da digitalização em produtos e serviços mais rápidos, melhores, customizados e tendencialmente mais baratos.
• Potenciar a evolução tecnológica (smart devices, apps, IoT) para uma melhor segmentação de perfis de consumo e também para uma maior fragmentação das interacções e momentos de contacto.
• Aproveitar as tecnologias digitais e a consequente recolha exponencial de dados a partir de múltiplas fontes de informação, para a construção de algoritmos e de integração de "pontos de observação" outrora desconexos.
• Consolidar capacidades de recolha, armazenamento, processamento e tratamento de informação, de modo a transformá-la em inteligência.
• Dominar o ecossistema digital, aliando o conhecimento das tecnologias, ao conhecimento de negócio e ao conhecimento da organização.
• Implementar soluções de base tecnológica que respondam às necessidades e identidade da comunidade onde se inserem.
• Conjugar desenvolvimentos de natureza tecnológica e de conectividade (aceleram customização e a flexibilidade do que se fornece ao cliente.
• Criar novos modelos de negócio, novos produtos e serviços que tirem partido das tecnologias e dos dados que se conseguem capturar e obter no seu território (empreendedorismo jovem ou intraempreendedorismo).
• Criar mecanismos de cibersegurança nas organizações.
• Criar políticas de BYOD e de protecção de dados (aplicações móveis e armazenamento da informação dos SI core).




3. Estado

Fomento, regulação e racionalização



Factos

70%

Das iniciativas de transformação continuam a falhar

33%
É o crescimento esperado do número de transacções digitais do governo em 2020

88
Cidades É o número esperado globalmente de smart cities em 2025 comparativamente às 21 cidades em 2013


Necessidades
• Abrir o poder das comunidades

Empreendedorismo, Inovação, Economia e Ciência
• Criar mecanismos de financiamento e de escalabilidade para as start-ups e PME portuguesas (o mundo muda rapidamente e exige criatividade, flexibilidade, capacidade de resposta o que pode ser bom para tecidos económicos como o de Portugal).
• Regulamentar e legislar, sobretudo ao nível da privacidade e da segurança de informação, para fazer face à evolução e sofisticação das tecnologias Digitais.
• Regular práticas, excepções e situações de incumprimento para incentivar e fomentar a adopção correcta dos comportamentos que garantam de segurança e privacidade.
• Intensificar os incentivos para o aparecimento de start-ups (novos negócios e novas formas de pensar).
• Garantir mecanismos de disseminação das tecnologias digitais nas PME (têm normalmente dificuldade em absorver recursos de grande conhecimento e de elevada qualificação).
• Dar visibilidade aos negócios de sucesso de start-ups, criando efeito demonstrador.
• Apostar na criação de mecanismos de integração das empresas portuguesas em redes internacionais de modo a adquirir capacidades de escalar os negócios, sendo participantes activos no mercado digital.
• Assegurar que Portugal é parte activa das redes internacionais de circulação de talento.
• Fomentar mecanismos ágeis e focados de financiamento da inovação que despoletem iniciativas cada vez mais inovadoras, mais disruptivas e mais rápidas.
• Dinamizar um processo de conciliação de conceitos para a digitalização dos territórios, e de identificação de iniciativas "pequenas em custos" mas direccionadas e com capacidade de gerar impactos de eficiência relevantes.
• Incentivar a capacidade de cooperação e dinamização dos agentes que atuam no território e assim a inteligência das cidades.
• Dinamizar a digitalização do Estado de modo a produzir um efeito reprodutivo na sociedade e na economia.
• Aumentar a transparência e abertura dos dados de forma a agilizar o desenvolvimento de comunidades e a qualidade de vida.
• Conhecer e partilhar exemplos e boas práticas nacionais e internacionais de aplicação do digital nas comunidades.
• Criar valor e desenvolvimento económico pela libertação de dados que permitam a dinamização de novas formas de cooperação dos agentes que atuam no território.


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