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Como os produtos inteligentes podem criar negócios mais inteligentes

As empresas podem recolher mais informações graças às inovações nos dispositivos conectados. Como podem utilizar estes meios para ir além das vantagens incrementais?

Filipe S. Fernandes 05 de Dezembro de 2016 às 14:34
A Internet das Coisas pode revelar novas maneiras de pensar. Mike Blake / Reuters
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Estamos a entrar numa era de acesso à informação sem precedentes. Significa que as empresas têm um potencial de negócio único na história. A chave não é estabelecer limites, mas abrir novos caminhos.

"O desafio hoje não é a tecnologia, mas a incapacidade da maioria das grandes organizações operacionalizarem ao ritmo e escala necessários para criar diferenciação" diz Rob Holston, líder de Consumer Products Commercial Analytics da EY Global.

Perceber todo o potencial dos dados

O surgimento da Internet das Coisas (IoT) e da tecnologia inteligente não fornece só oportunidades para novas linhas de produtos ou novas receitas feitas através da venda dos dados obtidos. Mas, o mais importante, é que pode revelar novas maneiras de pensar, de trabalhar e de fazer o negócio.

"Muitas grandes organizações reconhecem que os seus modelos de negócio foram ou vão ser alterados por estas novas tecnologias", diz Rob Holston, "mas não estão a ter em conta todas as implicações e continuam a ver a tecnologia como forma de melhorar processos. O que se deviam perguntar era 'qual é a nossa visão do futuro, dadas todas essas dinâmicas de mercado, acesso à tecnologia, dados, algoritmos e pessoas? "

A melhoria de curto prazo

"A Internet das Coisas é sobre sensores", diz Edwina Fitzmaurice Global Advisory Business Develpoment Leader da EY. Com os dados detalhados sobre a forma como os clientes consomem os produtos e os serviços, os comportamentos podem ser analisados para descobrir tendências e padrões que ajudem a identificar modos de melhorar as ofertas e aumentar lealdade do consumidor.

Os videojogos modernos são um grande exemplo. Nascido no mundo digital, têm sido capazes de seguir o comportamento do utilizador e ajustar o jogo ais utilizadores. Se estes estão a enfrentar muitas situações difíceis, o jogo é alterado para se tornar mais fácil, ou vice-versa, de forma a torná-lo mais divertido. cada vez mais, este tipo de ajustes pode até ser feito algoritmicamente em tempo real e personalizado.

A mudança de modelo no longo prazo

Os dados gerados pelos dispositivos conectados são a primeira grande oportunidade para novos fluxos de receitas. A empresa pode vender ou ceder acesso ao seus dados para permitir que outros criem produtos e serviços complementares. Em todo o ciclo de vida do produto são produzidos dados que podem ser rentabilizados e alimentar o futuro desenvolvimento do produto.

Os sensores e dados que geram são apenas o princípio. Há também o poder de processamento que a empresa pode alugado durante o tempo de inactividade como parte de uma rede na cloud distribuída, ajudando a processar outras informações para terceiros.

"Mas a grande mudança é pensar em deixar de vender produtos finitos para vender serviços de longo prazo", diz Edwina Fitzmaurice. O produto deixa de ser algo que um cliente possui e torna-se um serviço continuamente melhorado.

Está a fazer as perguntas certas

Dados mais detalhados sobre como os clientes estão a consumir os produtos e serviços podem gerar ideias para melhorias incrementais, mas poderá haver necessidades escondidas interessantes?

"Tudo começa com a pergunta 'o que é possível?' E pensando mais amplamente sobre onde a criação de valor", diz Rob Holston. Se se avaliar toda a gama de possibilidades, em vez de simplesmente tentar atingir metas ou fazer melhorias incrementais, o potencial de crescimento radical é grande neste momento de rápida mudança.


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