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"A internet já alterou profundamente a sociedade"

A sessão sobre A Era da Internet debateu-se as grandes alterações provocadas pela internet nos negócios, na segurança e sobretudo a necessidade de fazer entrar a escola nesta idade do digital.

Filipe S. Fernandes 05 de Dezembro de 2016 às 14:51
É preciso reformular a maneira como estão a ser formadas as novas gerações. Inês Gomes Lourenço
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"A internet já alterou profundamente a sociedade mas alguns dos efeitos só serão compreendidos dentro de 10 a 20 anos" referiu Tiago Pedras fundador da The New Digital School, que começou a funcionar em Janeiro deste ano no Porto. Gestor e director de design digital na Surreal, agência de marketing digital, e professor na ESAD - Escola Superior de Artes e Design defende que o "digital não é uma ferramenta" e que "a reforma do ensino não pode ser uma adaptação do sistema actual". Por exemplo, a economia mudou radicalmente nos últimos 25 anos mas o sistema educativo funciona quase como no século XIX.

Luís Moura e Silva, CEO da Wit Software chamou a atenção para a necessidade de reformular a maneira como estão a ser formadas as novas gerações. "O sistema de ensino está a formar pessoas para empregos que existiam em 1980 e não está a pensar nas competências necessárias em 2030". Exemplificou com a falta de mão de obra na indústria de software , que "é o principal problema para o futuro da Europa e dos Estados Unidos" salientou Luís Moura e Silva.

Este gestor diz que em 2020 serão necessários 900 mil profissionais na Europa e 1 milhão nos Estados Unidos numa área estratégica para a inovação e transformação digital. A WIT é uma empresa especializada no desenvolvimento de aplicações e serviços para operadores móveis e empresas de telecomunicações. Criada em 2001, conta com uma carteira de clientes em mais de 15 países, incluindo alguns dos maiores operadores mundiais, como o Grupo Vodafone, Unitel, Telefónica, Orange, Deutsche Telekom e TeliaSonera. Para o seu líder a "internet para todos é a condição fundamental para a transformação digital" e que o difícil não é "conectividade e a mobilidade mas a transformação das pessoas.


1,9
Milhões
é o número de profissionais de software que vão ser necessários em 2020 na Europa e nos Estados Unidos.


"O que se chama uberização é o que coloca o cliente e o serviço em contacto directo através de uma plataforma tecnológica" disse Rui Bento, managing partner da Uber Portugal. O que esta oferece é viagens mais simples, confortáveis, acessíveis e com uma mobilidade mais fluída. A Uber está a posicionar-se com um interveniente importante na mobilidade. Referiu ainda algumas tendências de mudança do comportamento das pessoas nos Estados Unidos como por exemplo o facto de, nos últimos cinco anos, a idade média com que se tira a carta de condução nos Estados Unidos ter passado de 18 anos para os 23 anos. Rui Bento referiu a necessidade de se mudar o contexto regulatório para permitir o desenvolvimento, os ensaios e os testes de novas tecnologias. Deu como exemplo o facto de actualmente não serem permitidos em Portugal testes para os automóveis autónomos, quando em Singapura estão em circulação táxis autónomos desde de junho passado.

"O governo electrónico coloca desafios e a administração pública tem de se se capacitar a todos os níveis com a criação de CIO nas suas instituições e organizações" afirmou Pedro Veiga, professor universitário e coordenador do Centro Nacional de Cibergurança. Acrescentou que apesar de "Portugal não ser sexy para efeitos de ciberataques" tem de estar preparado a todos os níveis no Estado e na empresas para ser alvo de ataques, como já tem acontecido. 



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