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A disrupção digital como ameaça e oportunidade

Os empresários e empreendedores nunca foram tão importantes e os mercados em que operam nunca mudaram tão rapidamente. Como os governos podem dar mais apoio?

Filipe S. Fernandes 05 de Dezembro de 2016 às 14:31
A importância da economia digital no PIB é crescente. Pedro Catarino/Correio da Manhã
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As plataformas digitais e os fluxos de dados estão a influir na escala, no crescimento e na operação das empresas em todo o mundo. A economia digital contribui com até 8% do PIB dos países do G20 e esse número deverá aumentar, de acordo com dados publicados pela Comissão Europeia em 2016.

Faz parte de uma mudança sísmica e contínua no mundo dos negócios: o surgimento de novos produtos, serviços e modelos de negócios; mudanças no comércio global e nas cadeias de valor; aumento da conectividade entre as empresas; e maior mobilidade e colaboração. Ao mesmo tempo, as mudanças demográficas globais, o declínio das indústrias de mão-de-obra intensiva e os níveis persistentes de elevado desemprego juvenil significa que é uma prioridade para os governos de todo o mundo reunir as condições para que os empreendedores façam empresas criadoras de emprego.

Embora os próprios empreendedores sejam disruptores, o rápido avanço das novas tecnologias digitais é uma das grandes formas de disrupção. Os jovens estão mais próximos da evolução das tecnologias digitais e podem estar em melhor posição para tirar partido dos benefícios que oferecem para os negócios. Mas para o fazer, necessitam de apoio adequado: melhor acesso ao financiamento e à educação, bem como a exposição adequada aos diferentes mercados.

Como os governos podem ajudar?

A política e os governos podem desempenhar um papel importante ao transformar a dirrupção digital em uma oportunidade poderosa, mas como podem os países manter e melhorar ainda mais as condições para os empresários, ou como podem outros países recuperar o atraso? O relatório Disrupting the disruptors da EY destaca cinco áreas de acção:

1. Acesso ao financiamento: promover o desenvolvimento de programas de financiamento e apoio a jovens empreendedores, incluindo incubadoras e aceleradores.

2. Cultura empresarial: introduzir o empreendedorismo como um curso especializado no ensino superior e integrá-lo em cursos de nível primário e secundário; envolver a indústria no desenvolvimento de formação focada em tecnologia, digital e gestão; e proteger os jovens empresários com disposições específicas de propriedade intelectual para incentivar a inovação e a colaboração com grandes organizações e investidores.

3. Ambiente empresarial digital: defender um visto de mobilidade de empreendedor G20 e promover o desenvolvimento de redes de apoio aos empreendedores recém-chegados aos países anfitriões do G20 e estabelecer directrizes claras sobre privacidade e segurança de dados, incluindo uso, direitos e qualidade de dados.

4. Competências digitais e educação empresarial: priorizar a ciência, a tecnologia, a engenharia e a matemática (STEM) nas escolas, em particular para as estudantes do sexo feminino, e promover programas de orientação e coaching de empreendedorismo juvenil nas redes da indústria e do empreendedorismo.

5. Base de conhecimentos digitais e mercado de TIC: promover grupos e redes digitais multi-stakeholder, incluindo aqueles com um enfoque sectorial ou de cidade, juntamente com esquemas de coaching e mentoring e apoiar a colaboração entre universidades e empresários, incluindo através do financiamento de incentivos para universidades.

Se os jovens recebem um apoio eficaz para aproveitar a oportunidade digital, podem transformar uma grande ideia num negócio bem sucedido e proporcionar empregos, oportunidades e inspiração a outros jovens.


Rohan Malik, EY Strategic Growth Leader - Global Industry and Emerging Markets Leader - Global Government & Public Sector

Este artigo foi produzido em nome de EY por Quartz serviços criativos e não pela equipa editorial Quartz.

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