Sabia que Santarém tem menos empresas agrícolas do que a generalidade do país? A conclusão pode surpreender, mas não significa que o sector tenha menos força. Pelo contrário. Aquelas que existem empregam mais pessoas e fazem mais dinheiro. Uma análise não muito diferente daquela que pode ser feita para a indústria transformadora do concelho.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que entre as mais de seis mil empresas de Santarém, apenas 9,5% estão integradas no sector agrícola. A percentagem não é muito baixa, mas fica aquém da média nacional de 11,4%.

No entanto, quando se olha para o emprego criado por esses grupos e o dinheiro que geram todos os anos, as conclusões são as opostas. Os trabalhadores integrados em empresas agrícolas do município representam 8,8% do total da mão-de-obra, enquanto o valor nacional é de apenas 5,4%.

A análise das vendas mostra uma diferença ainda maior. Em Portugal, o volume de negócio das empresas agrícolas representa apenas 1,8% do total nacional, enquanto em Santarém ascende a 9,2%. Por cada 100 euros vendidos, nove vêm de empresas do sector primário ligado à agricultura. Ou seja, embora haja menos empresas, os grupos agrícolas vendem mais e criam mais postos de trabalho.

No sector secundário não é muito diferente. A indústria transformadora tem praticamente o mesmo número de empresas em Santarém que tem em Portugal (6% vs. 5,9% do total), mas tem mais trabalhadores (21,1% vs. 18,9%) e gera mais volume de negócio (29,2% vs. 25%).

Estas conclusões parecem estar em linha com os dados da Informa D&B, que mostram que o top 10 das maiores empresas do concelho são dominadas pelo sector agrícola e industrial, o que reflecte a forte presença em Santarém, mesmo que isso não se traduza num maior número de empresas.

Conclusões que também são apoiadas pelo nível de concentração empresarial do município, onde mais de 15% do volume de negócios vem de apenas quatro empresas. O que compara com 6,6% em Portugal e 11,9% na Lezíria do Tejo.