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Antoni Folguera está em Portugal desde 2009, quando estava a ser preparada a aquisição da fábrica pela Font Salem. O director-geral da fábrica admite que o negócio não correu como esperavam, mas fala com orgulho do projecto português, que considera ser uma referência no país.
Compraram a fábrica em 2010. Como avalia estes seis anos em Portugal?
Com luzes e sombras. Mais luzes do que sombras, felizmente. Já fizemos três ciclos de investimento, o que significa que estamos a acreditar no projecto. Mas, tivemos que virar um pouco a estratégia. No início apostámos muito no mercado interno de cerveja. E também nas exportações para Angola. São dois pilares que não funcionaram como esperávamos. O mercado interno está a evoluir, mas de uma maneira muito, muito lenta. O mercado angolano caiu completamente para nós.
Pouco depois de chegarem a Portugal, foi feito o pedido de ajuda externa.
Sim. Tomámos a decisão de investir em 2009. Tivemos um encontro com o primeiro-ministro, isto é anedótico, falámos deste investimento e uma das questões que colocámos foi: ‘Portugal vai ser intervencionado?’ Ele respondeu: ‘No curto prazo não!’ No curto prazo referia-se aos próximos meses... Não tivemos muitas dificuldades monetárias, porque somos uma companhia consolidada, com acesso ao crédito. Mas, sofremos por causa da crise económica e a queda do mercado interno.
Qual é a nova estratégia?
Apostámos fortemente nas exportações, além das tradicionais para Espanha - vendemos desde aqui o mesmo produto que é feito em Espanha para a parte Oeste da Península Ibérica [para Sevilha e Galiza], porque temos uma boa competitividade logística. Para a economia portuguesa é uma exportação, mas para nós é uma gestão do mercado interno. Mais de metade do volume desta fábrica vai para Espanha.
E fora de Espanha?
Fora de Espanha, temos o mercado da China, que está a crescer enormemente, o mercado da África do Norte e Oeste e agora começa a evoluir também de forma positiva o mercado da América do Sul. Na China pedem-nos um formato de abertura fácil. Seria mais competitivo fazer em Valência, mas lá não há esse formato, por isso exportamos daqui.
Têm novos investimentos previstos?
Não fechamos a porta. A curto prazo temos que consolidar os investimentos que fizemos, que já deram algum rendimento.
A aposta nos refrigerantes será complementar ou o novo foco da Font Salem?
É um foco na Font Salem. Consideramos que esta fábrica vai estar muito equilibrada entre cerveja e refrigerantes. É um projecto que é tão foco como a cerveja.