Portugal tem 40 mil empresas exportadoras, mas apenas 110 vendem para fora acima de 50 milhões de euros por ano. Bragança tem uma dessas empresas, a Faurécia. Este conjunto de empresas representa 30% do volume de exportações. Na fasquia entre 25 e 50 milhões existem 110 empresas exportadoras que pesam 10%.

Os números revelados por Pedro Ortigão Correia (na foto), administrador da AICEP, mostram que, no entanto, há 3.600 empresas que exportam entre cinco e 25 milhões de euros, o que representa 35% do volume de exportações. Ou seja, "Portugal é um país sobretudo de PME de exportações, são as que estão a criar emprego e a exportar".

Até cinco milhões de euros de exportação estão as restantes 30 mil empresas, que já pesam mais de 10% do volume. "Há um pipeline enorme de empresas a exportar", afirmou Ortigão Correia que diz esperar que das 3.600 empresas que exportam entre 25 e 5 milhões alguma se possa transformar num dos grandes monstros da exportação. Mas, assume, em Portugal "é difícil criar empresas que tenham exportações de 50 milhões", mas a AICEP está também a "tentar trazer investimento".

Mas é para as PME que se tem de olhar. Além da dimensão, as exportações são diversificadas. "Há cada vez mais sectores com muito valor acrescentado".

Ortigão Correia não tem dúvidas que o crescimento das exportações se deve ao empresariado. Resultou "da revolução silenciosa do tecido empresarial português", que "conseguiu encontrar oportunidades dos mercados lá fora".

O mesmo administrador lembrou que o caminho da internacionalização e exportação não é fácil. "Não é barato, não é fácil, é duro", mas é um caminho que permite dar um salto qualitativo. "Quanto mais exigente é o mercado, mais a empresa sobe em termos qualitativos", assegurou Ortigão Correia que deixou alguns conselhos: focalização - "é difícil sermos bons em tudo e vender em todo o lado" -, resiliência - "nada melhor que transmontanos para ensinar ao resto do país a resiliência - e não desistir, inovar, e associar-se.