Outros sites Medialivre
Notícia

Instituto Pedro Nunes: ""Temos uma taxa de sobrevivência de 75%"

Teresa Mendes conta com 15 anos de trabalho no IPN. Foram muitos os projectos a passar-lhe pelas mãos. "É difícil escolher só um", conta.

17 de Dezembro de 2014 às 00:01
Pedro Elias
  • Partilhar artigo
  • ...

Muitas ideias teriam ficado paradas sem o IPN?
Acredito que sim. Se me pergunta se as empresas existiriam, eu responderia ‘talvez, mas não era a mesma coisa’. São apoios de muito largo espectro que as empresas valorizam. Em termos da criação de uma nova empresa, é um bocado assustador no início. Este ambiente de apoio e proximidade entre as empresas é extremamente encorajador. No fundo, a pessoa sente-se protegida e sabe que tem alguém a quem bater à porta.

 

A internacionalização é um foco?
Sim. Temos uma via muita importante para angariar apoios: estarmos presentes em redes internacionais de incubação e parques de ciência e tecnologia. Temos dezenas de programas de "soft landing" protocolados em todo o mundo, que permitem que uma empresa vá para esses sítios e tenha lá condições semelhantes às que teriam aqui.

 

A procura no IPN tem sido crescente?
Temos uma procura muito consistente, com uma média de 50 novas ideias por ano. Nem todas ficam. Muitas vezes, a melhor ajuda que podemos dar é dizer "não vá por aí". No princípio foi difícil: isto era um conceito novo, as pessoas não estavam habituadas. A procura era então estimulada através de concursos de ideias de negócios. Em 1998 ganhou a Critical Software, que criou a empresa com o dinheiro que arrecadou no concurso. A Critical foi quem deu um impulso maior à criação de empresas, seguindo o nosso percurso teórico. Esse exemplo foi um ponto de contágio. Nos anos 2000 também tivemos um certo efeito da bolha tecnológica. O entusiasmo nunca mais esmoreceu.

 

E o sucesso reflecte-se?
Temos uma taxa de sobrevivência à volta dos 75%. É uma taxa boa: normalmente as incubadoras ficam-se entre os 40 e os 50%. Outra coisa que estimulamos é a capacidade de reter as empresas cá: muitas delas têm cá sede mas fazem o seu percurso no mundo. Em termos de desenvolvimento local é importantíssimo numa cidade como Coimbra, que sofreu na última metade do século XX uma degradação muito acelerada de tudo o que era a sua pujança industrial.

 

Quais as principais vantagens de investir em Coimbra?
Temos um ambiente privilegiado: a cidade é de pequena dimensão, as coisas conseguem estar mais juntas. Temos um acesso muito fácil à universidade e aos investigadores e conseguimos muito rapidamente mobilizar as entidades de coordenação.

 

Que aspectos faltam para Coimbra se afirmar?
Falta ganhar escala. Isto está num ponto irreversível devido à massa crítica que já se criou. Todo o investimento recente prenuncia um crescimento. Temos tido muito cuidado em mantermo-nos em redes para nos podermos projectar. Estamos no bom caminho.

Mais notícias