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Negócios Iniciativas | Energia: a importância da adaptação e da inovação

A transição energética, outrora interpretada como um desafio ambiental, é uma questão central de segurança energética e competitividade económica.

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Foto em cima: Em 2024, a produção de energia renovável atingiu os 36,7 TWh, o maior registo de sempre no sistema elétrico nacional, correspondendo a 71% do consumo.

O "Energy Outlook 2025 - The New Era of Power Politics", que decorre amanhã no auditório do Taguspark, em Oeiras, reúne especialistas e líderes da indústria para debater pilares críticos da nova era que se avizinha - a segurança do abastecimento, a transição para renováveis e a digitalização das redes. Este evento encerra a edição de 2024 do Electric Summit, uma iniciativa do Negócios, Sábado e CMTV, em parceria com a Galp, a REN e a Siemens, e que conta com a EY como knowledge partner e Oeiras como município anfitrião.

José Roque, partner e líder do setor da Energia da EY Portugal, sublinha que o "Energy Outlook 2025 - The New Era of Power Politics, acontece num momento de profunda transformação no setor de energia. A transição energética, outrora interpretada como um desafio ambiental, tornou-se uma questão central de segurança energética e competitividade económica."

O partner da EY considerou ainda que para Portugal, este debate surge numa altura decisiva. O país dispõe de uma oportunidade única para consolidar a sua posição como referência nesta nova fase, capitalizando o seu potencial renovável e atraindo investimento para infraestrutura e inovação tecnológica. Este evento será, sem dúvida, um palco para discutir estes temas e definir as prioridades para um setor que entra numa nova era em que a velocidade da adaptação é tão determinante quanto a própria inovação.

"O aquecimento global e as alterações climáticas, a dependência energética, mais ou menos acentuada de muitos países, e o aumento dos preços da energia estão a pressionar muitas economias", referiu Luís Marçal, responsável de Sustentabilidade e da unidade de negócio Energy Automation da Siemens Portugal.

Salientou que "a resposta para estes e outros desafios globais encontra-se num ecossistema de parceiros fortes - academia, fornecedores, tecnólogos, utilizadores finais, e Governo - como forma de conseguiremos acelerar a inovação e a estandardização no setor da energia".

Os principais desafios

No que se refere aos principais desafios?que o sector da energia enfrenta atualmente,?Luís Marçal destacou?"o processo em curso de eletrificação e de renovação da rede de energia nacional, que inclui a extensão e a expansão a novas áreas, novas fontes de energia e a novos consumidores, alguns de grandes dimensões".

Para José Roque a modernização das redes elétricas "não deve ser apenas encarada como uma evolução, mas como uma necessidade estratégica, um ponto realçado no relatório Grids for Speed que alerta para a necessidade de um reforço significativo das redes elétricas nos próximos 15 anos, por forma a não ser impedimento à transição energética e assegurar que os eletrões verdes chegam onde são necessários". Por isso, chamou ainda a atenção para a relevância da intervenção de Paul Micallef, Global Digital Grid Leader da EY.

Luís Marçal elencou ainda desafios como a "necessária flexibilização do sistema de energia, especialmente do lado da procura, que se tem revelado fundamental para acelerar a transição energética", e a integração de cada vez mais fontes renováveis de energia na rede. Alertou ainda para morosidade de alguns procedimentos, nomeadamente os licenciamentos, e para a "incerteza política vivida nalgumas regiões do globo, que poderá levar a um aumento da utilização dos combustíveis fósseis e a uma menor aposta nas renováveis".

O roteiro das mesas redondas
Nas mesas redondas da conferência "Energy Outlook 2025 - The new era of Power Politics", os temas em destaque são o papel do Estado na transição energética e ambiental, mas também se vai refletir sobre o regresso das fronteiras e dos blocos comerciais e políticos, com as tarifas aduaneiras a tornarem-se armas diplomáticas, económicas e ideológicas, que se preparam para desmontar a globalização tal como se conhecia.

| "O Papel do Estado: Acelerador ou Complicador?"
Terá lugar às 10h50 com João Galamba, ex-secretário de Estado da Energia entre outubro de 2018 e janeiro de 2023 e atual consultor da Enline Energy Solutions; Carlos Guimarães Pinto, deputado da Iniciativa Liberal na Assembleia da República Rui Rei; e presidente da Parques Tejo, que será moderado por Bárbara Silva, jornalista do Jornal de Negócios.

| "AICEP, CCILC e AmCham: As Novas Fortalezas"
Às 12h00 o debate sobre a tendência da desglobalização terá a moderação de Paulo Moutinho, Editor Executivo, Jornal de Negócios, e junta Miguel Frasquilho, anfitrião do programa "Economia Sem Fronteiras" no canal Now, e ex-presidente da AICEP entre 2014 e 2016; António Martins da Costa, presidente da AmCham - Câmara de Comércio Americana em Portugal, que foi administrador da EDP durante 15 anos e atual assessor da administração e professor catedrático convidado do ISCTE Executive Education; e Bernardo Mendia, secretário-geral da CCILC - Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa, tem experiência de gestão e negócios à China e Hong Kong e é fundador e CEO da consultora Trinestcon.

| "Energy Finance: Custo ou Investimento?"
Pelas 14:30, Diana Ramos, diretora do Jornal de Negócios modera a mesa redonda com a participação de João Fonseca Santos, chefe do escritório de Representação em Portugal do Grupo Banco Europeu de Investimento, Nuno Marques Antunes, partner da Miranda e Associados, Sociedade de Advogados Gonçalo Regalado, presidente executivo do Banco de Fomento.

| "A Energia na História, no Presente e no Futuro"
Pelas 15:30, António Nogueira Leite, professor catedrático da NovaSBE da Universidade Nova de Lisboa, desde 1995. Atualmente é Presidente do Conselho de Administração da Mapfre Seguros Portugal, presidente da Sociedade Ponto Verde e administrador da Hipoges, conversa com Vítor Santos, Professor Catedrático de Economia do ISEG - Lisbon School of Economics & Management, Universidade de Lisboa, que foi presidente da ERSE - Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos e secretário de Estado da Indústria e Energia. A conversa será mediada por Patrícia Matos, jornalista.

| Wrap-up
As 16H00, a caminho final da conferência, o ponto da situação feito com João Diogo Marques da Silva, Co-CEO da Galp, Fernando Silva, administrador executivo da Siemens Portugal e João Faria Conceição, administrador executivo da REN, e moderado Paulo Moutinho, editor executivo do Jornal de Negócios.

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