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Negócios Iniciativas | Acesso mais fácil aos fundos para as PME

03 de Março de 2025 às 17:00
Pedro Ferreira
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Foto em cima: O debate do financiamento do setor energético contou com João Fonseca Santos, Nuno Marques Antunes, e Gonçalo Regalado.

"O Estado tem que ter uma estratégia para a energia, aspeto que tem que estar a montante do investidor", sublinhou Nuno Marques Antunes, partner da Miranda e Associados, na mesa-redonda que abordou o financiamento do setor energético, que decorreu na conferência Electric Summit, dedicada ao tema "Energy Outlook 2025: The New Era of Power Politics", uma iniciativa do Negócios, da Sábado e da CMTV, em parceria com a Galp, a REN e a Siemens, contando com a EY como knowledge partner e com Oeiras como município anfitrião.

Exemplificou que, do ponto de vista de financiamento, desde que num projeto de hidrogénio haja um off-taking garantido, um comprador de mais de 75%, o financiamento não é um problema e sem ajudas do Estado. Mas não é assim em toda a transição energética.

Lembrou que as empresas de Big Oil, que há cinco anos apostaram na transição energética, começaram a recuar porque, no oil & gas, têm retornos de dois dígitos e, "na transição energética, os retornos são próximos de zero. Nos casos de tecnologia mais madura, chega até aos 10%. Isto fez com que o setor privado, atualmente, e sem apoios do Estado, tenha retraído a sua capacidade de investimento", disse Nuno Marques Antunes.

Em termos de financiamentos à transição energética, destaca-se o BEI, que em 2022 financiou um recorde de 20 mil milhões de euros para a energia e, em 2024, subiram para 31 mil milhões de euros. "Atuamos como um banco de políticas públicas, um catalisador de investimento. Quando falo de 31 mil milhões de euros investidos no setor energético em 2024, isto permitiu mobilizar 100 mil milhões de euros de fundos públicos e fundos privados. A iniciativa privada é naturalmente essencial para o desenvolvimento", considerou João Fonseca Santos, chefe do escritório de Representação em Portugal do Grupo Banco Europeu de Investimento.

Gonçalo Regalado, presidente executivo do Banco de Fomento, que considerou "o banco soberano da economia portuguesa", lembrou que, somando os investimentos para a transição energética do PRR e do PT 2030, são 55 mil milhões de euros de incentivos. "Levam a uma duplicação do investimento, ou seja, para haver 55 mil milhões de investimentos até ao fim da década, temos que, enquanto país, investir 110 mil milhões, sendo mais de um terço do PIB em Portugal."

Um dos problemas para a transição energética e a sustentabilidade tem a ver com a dificuldade das PME em aceder aos financiamentos. Nos processos de descarbonização e sustentáveis, "precisamos de um processo mais ágil, simples, direto, porque hoje, no Banco Português de Fomento, as linhas são de centenas de milhares de milhões de euros, o acesso é complexo, difícil, burocrático", disse Gonçalo Regalado. ?

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