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É urgente a transição para os carros elétricos

A Câmara de Lisboa está a preparar o regulamento de mobilidade elétrica, que vai definir o acesso ao mercado dos operadores de pontos de carregamento. Nenhum operador pode ter mais de 30% do mercado.

Filipe S. Fernandes 01 de Abril de 2021 às 16:00
Francisco Ferreira, Miguel Gaspar, Rui Manuel Vieira e Pedro Vicente debateram o conceito de smart cities. Mariline Alves
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Lisboa tem hoje 700 postos de carregamento e 4.500 dísticos verdes para não pagar estacionamento na cidade e o objetivo é chegar aos 4.500 postos de carregamento já em 2025 e tem como meta os 10 mil carregadores na via pública em 2030, revelou Miguel Gaspar, vereador da Mobilidade, Segurança, Economia e Inovação da Câmara Municipal de Lisboa.

A Câmara de Lisboa está a preparar o regulamento de mobilidade elétrica, que vai definir o acesso ao mercado dos operadores privados de pontos de carregamento. Em abril, a EMEL vai abrir os três maiores pontos de carregamento no país, cada com 12 pontos de carregamento rápido. "A EMEL entrou nestes negócios porque os privados não estavam com atração suficiente para entrar na cidade. Queremos entregar outros a operadores privados. Nenhum player pode ter mais de 30% da cidade de Lisboa, o que inclui a EMEL", avisou Miguel Gaspar.

Sublinhou a afirmação de todos os municípios da área metropolitana de que a mobilidade nesta área só pode ser superada em conjunto, com grandes investimentos dos municípios na renovação e no investimento no serviço público da Carris.

"Achamos que deve haver uma aceleração da transição dos motores de combustão para os motores totalmente elétricos", defende Francisco Ferreira, presidente do Zero. Esta urgência justifica-se porque o parque automóvel tem 13 anos e muitas pessoas terão o seu veículo por 20 anos ou mais e para se garantir a total descarbonização em 2050.

Paridade de preços

"Temos problemas de qualidade do ar e de ruído, nomeadamente nas cidades, em que a mobilidade elétrica pode ser fundamental. Mas é muito importante perceber que a mobilidade elétrica, nomeadamente no que respeita ao automóvel, é apenas uma componente do que deve ser uma mobilidade sustentável", referiu.

Para Francisco Ferreira, "nos próximos dois a três anos vamos assistir à paridade entre o preço dos veículos de combustão e dos elétricos, mas tem de continuar a haver os apoios aos particulares porque as empresas têm outros benefícios que os particulares não têm, é crucial criar uma economia de escala e a capacidade e a confiança de garantir que temos estes avanços".

Como referiu Rui Manuel Vieira, diretor de mobilidade elétrica da Galp, a mobilidade elétrica necessita de várias soluções de carregamento e salientou que uma das peças mais complicadas de resolver deste puzzle que é a mobilidade elétrica é o carregamento em condomínios, sobretudo quando temos parqueamentos que utilizam a instalação elétrica do edifício.

Observou que o formato de carregar a viatura elétrica não é similar e não está em linha com o processo com as viaturas de combustão. "Não vamos precisar de carregar todos os dias as baterias de 0 a 100% e portanto sabendo as rotinas diárias dos nossos clientes, que andam na ordem dos 30 a 50 quilómetros por dia, conseguimos otimizar a instalação elétrica em edifícios de forma que as soluções de carregamento a disponibilizar não representem custos nem um investimento demasiado elevado para quem quer entrar nesta nova área de mobilidade elétrica", concluiu Rui Manuel Vieira.

Neste sentido uma promotora imobiliária, a Habitat Investe, lançou num dos projetos imobiliários que está a realizar em Lisboa uma solução de carregamento inteligente de veículos elétricos em condomínios ligada à rede Mobi.E. "É dotar os condomínios residenciais de soluções inteligentes de carregamento elétrico. Esta pode ser a solução para as disputas que muitas vezes existem em condomínios sobre os pagamentos e os carregamentos elétricos porque permite utilizar os vários tipos de cartão", disse Pedro Vicente, administrador da Habitat Investe.

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