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Autoestradas mais elétricas

Através duma intensa rede de carregadores, vai ser possível a qualquer utilizador da rede concessionária da Brisa ir do Minho ao Algarve, do Porto a Aveiro e de Lisboa até Espanha utilizando o carro elétrico.

Filipe S. Fernandes 01 de Abril de 2021 às 14:15
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Nos primeiros dois meses e meio de 2021, apesar do confinamento devido à pandemia de covid-19, já foram instaladas na rede elétrica 443 tomadas, ou seja, "aumentámos em quase 15%", assinala Luís Barroso, CEO da Mobi.E, sociedade gestora da rede de mobilidade elétrica, que está colocada no mercado desde de julho de 2020.

Adianta que a rede de carregamentos elétricos estava presente, em fins de 2020, em 240 dos 308 municípios. Em meados de 2021 serão atingidos os 308 concelhos. "O que dá uma nova confiança na rede pública porque para onde quer que se desloquem encontrarão um posto de carregamento público."

Luís Barroso sublinhou que a principal vantagem da solução portuguesa é a universalidade que permite ao utilizador o acesso a todos os pontos de carregamento. "Há uma maior otimização da utilização e que a concorrência não seja feita através de aspetos geográficos ou de localização dos postos, mas mais daquilo que interessa ao utilizador que é no preço e na qualidade do serviço", destaca Luís Barroso.

"Já este verão vai deixar de existir, se quiser, a desculpa para não fazer a viagem de férias num automóvel elétrico na rede de autoestradas da Brisa", prometeu António Pires de Lima, CEO da Brisa. A empresa está a instalar, em parceria com as empresas de distribuição de combustíveis, 80 postos de carregamento rápido ou super-rápido, que permitem que, em 10 a 20 minutos, se carregue totalmente o automóvel elétrico em 20 áreas de serviço.

"Através desta intensa rede de carregadores, vai ser possível a qualquer utilizador da rede concessionária da Brisa poder ir do Minho ao Algarve, do Porto a Aveiro e depois de Lisboa até Espanha utilizando o seu carro elétrico", afirma António Pires de Lima.

Líder dos super-rápidos

A mobilidade é cada vez mais estruturante na Efacec e, num contexto de transição energética e no contexto de descarbonização da economia, "assume nesta altura uma importância relevante", reconhece Ângelo Ramalho, CEO da Efacec. Explicou que devido às políticas públicas de colocar a oferta à frente da procura no fim da década passada, Portugal se tornou um early adopter e "tem indicadores de adoção de novas soluções de mobilidade e da compra de veículos que estão claramente acima da média de referências europeus e mesmo dos Estados Unidos da América".

A partir de conhecimentos em tecnologia detidos pela Efacec, esta criou soluções para o carregamento de veículos elétricos. Tornou-se numa empresa líder "num nicho específico desse mercado, que é o nicho da carga rápida e ultrarrápida, num mercado que é emergente com cenários de crescimento. É incontornável que as questões da mobilidade serão em parte resolvidas pela mobilidade elétrica e neste quadro queremos ter um papel relevante", referiu Ângelo Ramalho.

O primeiro grande desafio para as instituições financeiras de crédito especializado que estão a operar no financiamento automóvel "prende-se com a necessidade de haver um enquadramento fiscal e orçamental que esteja razoavelmente estabilizado", referiu Pedro Gouveia Alves, CEO do Montepio Crédito. A que se junta a natural instabilidade e alguma incerteza devido às próprias soluções tecnológicas.

Pedro Gouveia Alves sublinha que há alguma instabilidade no cálculo do valor residual das viaturas, sobretudo em soluções de aluguer operacional, e é um fator que influi nas decisões dos gestores na transformação das suas frotas de veículos a combustão para veículos elétricos ou eletrificados.

Chama a atenção para o facto de não existir "um stock que permita satisfazer as necessidades de quem compra automóveis em segunda mão para garantir uma transição para a mobilidade elétrica ou desde logo para híbridos plug-in".

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