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As frotas empresariais representam metade das emissões na estrada

Em termos logísticos, a eletrificação coloca desafios à frota operacional, comercial e dos colaboradores, que têm a ver com a necessidade de planear e mapear as bases e as redes de carregamentos.

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Foto em cima: Miguel Poeira, principal na EY-Parthenon na área da mobilidade.

"As frotas são apenas um componente do percurso das empresas na agenda de ESG; são uma parte muito importante para esta eletrificação, mas representam apenas uma parte do caminho para a sustentabilidade empresarial", afirmou Miguel Poeira, principal na EY-Parthenon, durante uma iniciativa do Electric Summit, um projeto do Negócios, da Sábado e da CMTV, em parceria com a Galp, a REN e a Siemens, com a EY como knowledge partner e Oeiras como município anfitrião.

Miguel Poeira destaca que "sem eletrificação não é possível descarbonizar o setor dos transportes, que é o maior responsável pelas emissões de gases com efeito de estufa, sendo as frotas empresariais uma parte significativa deste impacto. Estas representam cerca de 40% das viagens rodoviárias e quase metade das emissões nas estradas, apesar de constituírem apenas 20% do parque automóvel." Em Portugal, o transporte rodoviário representa cerca de um terço das emissões, em comparação com cerca de um quarto na média europeia.

Miguel Poeira também chamou a atenção para o facto de que não é apenas a regulação ou a agenda ESG que pressionam esta mudança. "Há cada vez mais investidores, na Europa, que limitam o acesso ao financiamento a empresas que não cumprem os critérios ESG ou que não têm uma visão clara para a sustentabilidade, dificultando a captação de recursos de capital e de dívida", observou Miguel Poeira.

Estratégia e execução

O consultor da EY sublinha o desafio de implementação da eletrificação caso não haja formação e gestão da mudança. Ele considera que, "por melhor que seja, a estratégia de transição falhará sempre na execução, se não se conseguir comunicar como será feita e se os colaboradores e os recursos humanos não forem ouvidos".

Um ponto muito relevante nesta componente de formação é a necessidade de envolver todos os departamentos da empresa. Antes de iniciar a transição, é fundamental compreender o perfil de utilização da frota comercial, da frota operacional e dos veículos dos colaboradores, que podem ter vários tipos de serviço. Além disso, a condução de veículos elétricos é diferente, pois implica uma gestão cuidadosa da carga, e as viagens devem ser planeadas - é uma grande mudança nos hábitos, relativamente aos carros a combustão.

Em termos logísticos, a eletrificação coloca desafios à frota operacional, comercial e dos colaboradores, relacionados com a necessidade de planear e mapear as bases e redes de carregamento. As frotas de distribuição enfrentam ainda desafios específicos, como o espaço ocupado pela bateria, que reduz a capacidade de carga, e a necessidade de gerir a autonomia da bateria. "Tal como nos aviões, o carregamento pode ser feito em vários níveis - 30%, 40%, 50% ou 100% - dependendo do percurso", refere Miguel Poeira.

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