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Foto em cima: Miguel Poeira, principal na EY-Parthenon na área da mobilidade.
"O sistema de incentivos públicos é essencial para promover a transição elétrica, tanto para empresas como para particulares. Este segmento empresarial beneficia de um quadro regulatório muito favorável para frotas comerciais de distribuição e de transporte, bem como para carros de serviço", considera Miguel Poeira, principal na EY-Parthenon, braço de estratégia da EY na área da mobilidade, durante uma iniciativa do Electric Summit, um projeto do Negócios, da Sábado e da CMTV, em parceria com a Galp, a REN e a Siemens, que conta com a EY como knowledge partner e com Oeiras como município anfitrião.
Miguel Poeira sublinha que os principais fatores que impulsionam as empresas a adotar esta nova tecnologia e a embarcar nesta transição são, primeiramente, o alinhamento com as práticas de ESG e a agenda ambiental, além dos requisitos de compliance ambiental nas multinacionais. Em Portugal também há empresas que aplicam os mesmos critérios ambientais para veículos elétricos nas suas frotas.
A pressão dos consumidores é outro fator relevante, uma vez que, em muitas compras online, estes exigem que a transportadora ou distribuidora demonstre ter uma componente eletrificada. Naturalmente, há também uma redução de custos associada, nomeadamente ao nível da manutenção e dos custos de operação de combustível, decorrente da utilização destes veículos.
Principal na EY-Parthenon na área da mobilidade
Há uma pressão regulatória para impulsionar esta transição ambiental e energética. "Ninguém quer estar no final da linha nesta componente regulatória e ter que responder ou fazer a transição da frota em resposta a penalizações ou multas. Portanto, é preciso muita proatividade neste início", salienta Miguel Poeira. Esta questão representa também um elemento importante na proposta de valor para atração de talento, num contexto de preocupações crescentes com ESG.
Catálogo de incentivos
Miguel Poeira destacou quatro tipos de incentivos, com ênfase nos fiscais. Os veículos elétricos são isentos de tributação autónoma. Para os híbridos plug-in, as condições de redução da tributação autónoma exigem uma autonomia mínima de 50 quilómetros em modo elétrico e um máximo de 50 gramas de CO2 por quilómetro em termos de emissões.
Relativamente ao Imposto Sobre Veículos (ISV) e ao Imposto Único de Circulação (IUC), também há isenção para os veículos 100% elétricos, enquanto os híbridos plug-in beneficiam de uma redução menor no ISV, dado que representam "duas tecnologias diferentes; os híbridos plug-in acabam por ser uma evolução da tecnologia a combustão com um adicional, enquanto os 100% elétricos são uma tecnologia completamente nova", explica Miguel Poeira.
Existem ainda incentivos financeiros específicos, associados ao Fundo Ambiental, destinados, por exemplo, a veículos ligeiros de mercadorias, que não se aplicam aos híbridos. Além disso, há dois tipos adicionais de incentivos: descontos aplicados ao carregamento na rede pública e incentivos municipais. Em municípios como Lisboa, Loures e Oeiras, são oferecidos descontos ou gratuitidade no estacionamento em algumas zonas específicas da cidade para veículos 100% elétricos com dístico.